Analisando a vinda da família real para o Brasil, em 1808, sob o ponto de vista econômico, compreendese que o grande beneficiado pelas novas políticas promovidas por D. João VI foi a

Alternativa correta: D — Inglaterra

Tema central: trata-se da análise econômica das medidas tomadas por D. João VI após a transferência da Corte para o Brasil (1808) e de quem saiu beneficiado. É preciso relacionar ações concretas (decretos, abertura de portos, acordos comerciais) aos interesses de países e grupos econômicos.

Resumo teórico: em 1808 D. João VI publicou o Decreto da Abertura dos Portos às Nações Amigas (28/01/1808), acabou com o pacto colonial que obrigava o Brasil a comerciar apenas com Portugal, criou instituições e estimulou o comércio externo. Em seguida firmou — de modo progressivo — relações comerciais favoráveis à Grã‑Bretanha, culminando no Tratado de Comércio e Navegação de 1810, que garantiu tratamento preferencial aos produtos britânicos. Como consequência, a industrial Inglaterra, com excedente de mercadorias pós‑revolução industrial e domínio naval, ampliou sua presença no comércio brasileiro.

Por que a Inglaterra foi a grande beneficiada: os ingleses obtiveram acesso privilegiado ao mercado brasileiro para vender produtos manufaturados; receberam facilidades de navegação e crédito; suas companhias e comerciantes dominaram o comércio exterior brasileiro na primeira metade do século XIX. Em termos práticos: aumento das exportações britânicas ao Brasil e entrada de capitais e navios ingleses.

Análise das alternativas incorretas:

A — França: apesar de potência continental, a França napoleônica estava ocupada com guerras e não angariou as vantagens comerciais no Atlântico sul que a Grã‑Bretanha obteve. Além disso, a presença britânica na marinha e no comércio impediu vantagem francesa.

B — Holanda: teve interesse comercial histórico no século XVII, mas no contexto de 1808 não havia capacidade nem tratados que a colocassem como principal beneficiária das medidas de D. João.

C — Espanha: rival histórica na Península e com colônias próprias, não foi a beneficiada; ao contrário, a mudança da corte portuguesa e os acordos com a Inglaterra enfraqueceram posições hispânicas na região.

E — Argentina: (Viceroyalty do Río de la Plata / províncias do sul) estava em processo de instabilidade e movimentos autonomistas; não foi o principal destinatário dos benefícios comerciais gerados pela chegada da Corte.

Dica de interpretação para provas: ao ver termos como “sob o ponto de vista econômico” e “grande beneficiado”, associe eventos (decretos, tratados) ao ator com maior capacidade de tirar proveito imediato — aqui, poder marítimo e industrial: a Inglaterra. Busque nomes e datas-chave (1808 — Abertura dos Portos; 1810 — tratado) para confirmar a resposta.

Fontes e leituras recomendadas: Decreto de 28/01/1808 (Abertura dos Portos); Tratado de Comércio e Navegação de 1810; Caio Prado Júnior, “A Formação do Brasil Contemporâneo”; Boris Fausto, “História do Brasil”.

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