A colonização do Brasil, assim como a de outras
regiões da América, proporcionou a produção de
diversas crônicas nas quais os europeus deixaram
seus relatos sobre as novas culturas que
encontravam. O trecho a seguir é do cronista e
religioso francês Claude d’Abbeville e trata da visão
que teve dos índios tupinambás, como padre
capuchinho francês, na época da ocupação do
Maranhão entre 1612 e 1615.
“Em verdade imaginava eu que iria encontrar
verdadeiros animais ferozes, homens selvagens e
rudes. Enganei-me, porém, totalmente. Nos sentidos
naturais, tanto internos como externos, jamais achei
ninguém – indivíduo ou nação – que os superasse.
[...] São extremamente discretos, muito
compreensivos a tudo que se lhes deseja explicar,
capazes de conhecer com rapidez tudo o que lhes
ensinam. [...] São tão serenos e calmos que escutam
atentamente tudo o que lhes dizem, sem jamais
interromper os discursos. [...] falam às vezes,
durante duas ou três horas em seguida, sem se
cansar, revelando-se hábeis em tirar as necessárias
deduções dos argumentos que se lhes apresentam.
São muito lógicos e só se deixam levar pela razão e
jamais sem conhecimento de causa”.
Claude d’Abbeville. História da Missão dos padres
capuchinhos na ilha do Maranhão e terras circunvizinhas.
Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1975. p. 243.
Com base no trecho e no que se sabe sobre o contato
entre portugueses e nativos na colonização do Brasil,
assinale com V ou F, conforme seja verdadeiro ou
falso o que se afirma a seguir.
( ) O fragmento de texto mostra que sempre
houve distorção sobre a real condição dos
nativos brasileiros, tidos, enfim, como
estúpidos, incapazes e preguiçosos.
( ) O autor faz parte de um grupo de europeus
que viram nos nativos brasileiros a imagem
do homem puro e sem vícios, o “bom
selvagem”, assim como os apresentou
Rousseau.
( ) Todos os cronistas coloniais passaram à
Europa e para a posteridade esta mesma
imagem dos nativos americanos, o que
proporcionou um modelo de convivência
pacífico e baseado no respeito à cultura
indígena.
( ) A percepção dos cronistas europeus sobre
os nativos brasileiros baseou-se na sua
origem, formação, valores e expectativas;
desta forma, todos viram os nativos
brasileiros com bons olhos, como o padre
capuchinho Claude d’Abbeville.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A colonização do Brasil, assim como a de outras regiões da América, proporcionou a produção de diversas crônicas nas quais os europeus deixaram seus relatos sobre as novas culturas que encontravam. O trecho a seguir é do cronista e religioso francês Claude d’Abbeville e trata da visão que teve dos índios tupinambás, como padre capuchinho francês, na época da ocupação do Maranhão entre 1612 e 1615.
“Em verdade imaginava eu que iria encontrar verdadeiros animais ferozes, homens selvagens e rudes. Enganei-me, porém, totalmente. Nos sentidos naturais, tanto internos como externos, jamais achei ninguém – indivíduo ou nação – que os superasse. [...] São extremamente discretos, muito compreensivos a tudo que se lhes deseja explicar, capazes de conhecer com rapidez tudo o que lhes ensinam. [...] São tão serenos e calmos que escutam atentamente tudo o que lhes dizem, sem jamais interromper os discursos. [...] falam às vezes, durante duas ou três horas em seguida, sem se cansar, revelando-se hábeis em tirar as necessárias deduções dos argumentos que se lhes apresentam. São muito lógicos e só se deixam levar pela razão e jamais sem conhecimento de causa”.
Claude d’Abbeville. História da Missão dos padres
capuchinhos na ilha do Maranhão e terras circunvizinhas.
Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 1975. p. 243.
Com base no trecho e no que se sabe sobre o contato entre portugueses e nativos na colonização do Brasil, assinale com V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir.
( ) O fragmento de texto mostra que sempre houve distorção sobre a real condição dos nativos brasileiros, tidos, enfim, como estúpidos, incapazes e preguiçosos.
( ) O autor faz parte de um grupo de europeus que viram nos nativos brasileiros a imagem do homem puro e sem vícios, o “bom selvagem”, assim como os apresentou Rousseau.
( ) Todos os cronistas coloniais passaram à Europa e para a posteridade esta mesma imagem dos nativos americanos, o que proporcionou um modelo de convivência pacífico e baseado no respeito à cultura indígena.
( ) A percepção dos cronistas europeus sobre os nativos brasileiros baseou-se na sua origem, formação, valores e expectativas; desta forma, todos viram os nativos brasileiros com bons olhos, como o padre capuchinho Claude d’Abbeville.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
Gabarito comentado

( ) A segunda afirmativa é verdadeira na medida em que, de acordo com Rousseau, a sociedade é que corrompe as pessoas . Daí o mito do “bom selvagem". Os nativos eram bons e tinham tendência a um comportamento mais humano e pacífico por não viverem em “sociedade" como ela era entendida à época.
( ) A terceira afirmativa é falsa porque poucos cronistas passaram À Europa uma ideia positiva dos povos de origem. Desta forma eram vistos como “selvagens" a serem “ civilizados" , escravizados ou mortos quando se opusessem aos brancos.
( ) A quarta afirmativa é falsa porque a visão dos europeus sobre os povos de origem do Brasil baseou-se nos valores trazidos da Europa. Isso fez que com que as culturas nativas fossem desqualificadas e desvalorizadas.
A) INCORRETA
B) CORRETA- Falsa, Verdadeira, Falsa, Falsa
C) INCORRETA
D) INCORRETA
GABARITO: B