Questão 0903aa74-b1
Prova:FATEC 2014
Disciplina:História
Assunto:Período Colonial: produção de riqueza e escravismo, História do Brasil

De acordo com o historiador Stuart B. Schwarcz, durante o período da colonização, havia um ditado popular que dizia: “Sem açúcar, não há Brasil; sem a escravidão, não há açúcar; sem Angola, não há escravos”.

(http://tinyurl.com/njyvll6 Acesso em: 30.06.2014.)


Esse ditado traz elementos que permitem concluir que a organização colonial

A
dependia da produção de açúcar para exportação, produzido com trabalho de escravos.
B
era baseada na policultura de subsistência, para alimentar a grande população escrava.
C
utilizava-se do trabalho escravo, para garantir a produção de gêneros industrializados.
D
desenvolvia a economia do Brasil e de Angola, pois ambos dividiam os lucros do açúcar.
E
era baseada no trabalho assalariado, porém utilizava escravos nas atividades domésticas.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta correta: A

Tema central: organização econômica e social do Brasil colonial — especialmente o complexo açucareiro e a dependência do trabalho escravo e do tráfico africano (principalmente de Angola).

Resumo teórico: O Brasil colonial, entre os séculos XVI e XVII, organizou-se em torno da monocultura de cana‑de‑açúcar voltada para exportação. O modelo de plantation reunia grandes propriedades (latifúndios), produção para o mercado externo, e trabalho escravo africano como força central de trabalho. O tráfico intercontinental, com forte presença de Angola nas rotas portuguesas, foi decisivo para a reposição e manutenção dessa mão de obra.

Fontes recomendadas: Stuart B. Schwartz, Sugar Plantations in the Formation of Brazilian Society (1985); Boris Fausto, História do Brasil — para compreender o papel do açúcar, da escravidão e das rotas africanas.

Por que a alternativa A é correta: A frase popular citada resume três elos causais: economia exportadora baseada no açúcar → produção dependente de trabalho escravo → escravos fornecidos em larga escala por Angola. Isso descreve precisamente o modelo colonial açucareiro: produção de açúcar para exportação, realizada majoritariamente por escravizados.

Análise das alternativas incorretas:

B (policultura de subsistência para alimentar a população escrava) — incorreta. O eixo era a monocultura exportadora, não policultura voltada à subsistência.

C (trabalho escravo para garantir produção de bens industrializados) — incorreta. A base era produção agrícola (açúcar), matéria‑prima exportada; não se tratava de indústria local desenvolvida sustentada por assalariados industriais.

D (desenvolvia a economia do Brasil e de Angola, ambos dividiam lucros) — incorreta. Angola era fonte de escravizados via redes de tráfico; não havia repartição de lucros nem desenvolvimento econômico paralelo e equivalente.

E (modelo baseado no trabalho assalariado, com escravos apenas em tarefas domésticas) — incorreta. O trabalho assalariado era minoritário; a economia do açúcar dependia do trabalho escravo em larga escala, tanto nas lavouras quanto na produção.

Dica de interpretação: ao ver expressões como “sem X, não há Y” pense em relações de dependência histórica (produto → mão de obra → fonte da mão de obra). Busque palavras‑chave: açúcar, escravidão, Angola.

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