Questão 09035823-da
Prova:UNIFESP 2016, UNIFESP 2016
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Tipos de Discurso: Direto, Indireto e Indireto Livre

Os trechos “Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana” e “vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa” foram construídos em discurso indireto. Ao se transpor tais trechos para o discurso direto, o verbo “entrasse” e a locução verbal “tinha visto” assumem, respectivamente, as seguintes formas:

Leia a fábula “A raposa e o lenhador”, do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?), para responder à questão.


    Enquanto fugia de caçadores, uma raposa viu um lenhador e lhe pediu que a escondesse. Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana e se ocultasse lá dentro. Não muito tempo depois, vieram os caçadores e perguntaram ao lenhador se ele tinha visto uma raposa passar por ali. Em voz alta ele negou tê-la visto, mas com a mão fez gestos indicando onde ela estava escondida. Entretanto, como eles não prestaram atenção nos seus gestos, deram crédito às suas palavras. Ao constatar que eles já estavam longe, a raposa saiu em silêncio e foi indo embora. E o lenhador se pôs a repreendê- -la, pois ela, salva por ele, não lhe dera nem uma palavra de gratidão. A raposa respondeu: “Mas eu seria grata, se os gestos de sua mão fossem condizentes com suas palavras.”

                    (Fábulas completas, 2013.)

A
“entrai” e “vira”.
B
“entrou” e “viu”
C
“entre” e “vira”
D
“entre” e “viu”.
E
“entrai” e “viu”.

Gabarito comentado

R
Rômulo Nogueira Mentor QconcursosMonitor do Qconcursos

Tema central: Transposição do discurso indireto para o discurso direto, com ênfase na adequação de tempos verbais.

Esta questão trata da habilidade de transpor enunciados do discurso indireto para o direto, um conteúdo essencial para provas de interpretação e gramática.

No discurso indireto, a fala do personagem está subordinada e os tempos verbais costumam ser deslocados para o passado. Ao passarmos para o discurso direto, o relato apresenta a fala como pronunciada, exigindo o ajuste para os tempos normais usados em conversas ou ordens.

Justificativa da alternativa correta (D):

No trecho "Ele sugeriu que ela entrasse em sua cabana", o verbo "entrasse" está no pretérito imperfeito do subjuntivo, pois expressa um pedido (sugestão/desejo) ligado ao passado do narrador. Ao passar para o discurso direto, utiliza-se o presente do subjuntivo ou o imperativo para indicar sugestão ou ordem. Logo, temos: “Entre em minha cabana.”

Já em "os caçadores perguntaram se ele tinha visto uma raposa", "tinha visto" é pretérito mais-que-perfeito do indicativo (ação passada anterior a outra), correspondendo ao pretérito perfeito no discurso direto: “Você viu uma raposa?”

Essas regras estão na Moderna Gramática Portuguesa (E. Bechara): “No discurso direto, usa-se o tempo natural da fala...”

Análise das alternativas incorretas:

A) "entrai" e "vira":
“Entrai” é imperativo plural, não condiz com o pedido feito a uma só raposa. “Vira” não é tempo correto para a pergunta.

B) "entrou" e "viu":
“Entrou” está no pretérito perfeito, indicando ação já concluída; não expressa o pedido, mas fato.

C) "entre" e "vira":
“Vira” não existe como pretérito perfeito de “ver” no singular; a forma “entre” está correta aqui, mas a segunda, errada, elimina a opção.

E) "entrai" e "viu":
“Entrai” repete o erro do imperativo plural (inadequado).

Dicas para provas: Atenção às mudanças de tempo verbal ao reescrever falas! Pergunte-se: No contexto direto, como o personagem realmente fala ou pergunta?

Resumo: Ao transpor falas para o discurso direto, ajuste os tempos verbais à situação da fala real: “entre” (pedido/sugestão) e “viu” (pergunta factual do passado).

Alternativa correta: D) “entre” e “viu”.

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