Questão 080f3b02-1d
Prova:PUC - RS 2015
Disciplina:História
Assunto:República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

A década de 1920 foi um período importante de transição na história política do Brasil Republicano, sendo caracterizada

A
pela exclusão de boa parte das oligarquias regionais no poder central do país, na medida em que os Estados mais importantes economicamente controlavam a Presidência da República.
B
por uma grande renovação nacional, com a alternância de partidos e de projetos políticos no controle do país, apesar da baixa participação popular nas decisões coletivas.
C
por uma forte presença dos militares no comando da nação, especialmente dos chamados “tenentes”, cujas revoltas permitiram a ascensão do Exército aos cargos máximos do país.
D
pela descentralização política, com o federalismo, mas, ao mesmo tempo, por forte concentração administrativa, devido ao controle do Executivo sobre os demais poderes de Estado.
E
por uma forte ausência de mobilização política das classes trabalhadoras, em virtude da falta de uma agremiação partidária própria, como um Partido Comunista, o qual só será fundado por Luis Carlos Prestes depois de 1930.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: A

1. Tema central: a questão trata da transição política na Primeira República (1889–1930), especialmente a década de 1920 — período em que as oligarquias regionais, a política do “café com leite”, o coronelismo e as tensões sociais e militares marcaram o equilíbrio de poder no Brasil.

2. Resumo teórico: após a Constituição de 1891 o regime era federalista formalmente, mas, na prática, o poder real ficou nas mãos das elites estaduais agrárias. A chamada “política do café com leite” (São Paulo e Minas) e a “política dos governadores” garantiam que os presidentes fossem escolhidos por acordos oligárquicos e por controle eleitoral local (voto de cabresto). Ao mesmo tempo surgiam tensões: greves urbanas, movimentos tenentistas e pressões que apontavam para mudanças, mas sem alternância partidária efetiva até 1930. (Fontes recomendadas: Boris Fausto, História do Brasil; Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil; Thomas Skidmore, Brazil: Five Centuries of Change.)

3. Por que A é correta: a alternativa descreve precisamente que, na prática, os Estados economicamente mais importantes controlavam a Presidência, excluindo muitas oligarquias regionais do poder central. Na década de 1920 isso fica claro: São Paulo (café) e Minas (laticínios) dominavam as escolhas presidenciais por meio de acordos e da aliança entre as elites estaduais, limitando a participação de outras oligarquias.

4. Por que as demais estão erradas:

B: Afirma “grande renovação” e alternância de partidos — incorreto. Houve pressão por mudanças, mas não alternância partidária real; o aparelho oligárquico manteve-se dominante até 1930.

C: A presença dos tenentes foi relevante (movimentos de 1922, Coluna Prestes), porém essas revoltas não permitiram a “ascensão do Exército aos cargos máximos” na década de 1920 — o poder central continuou nas mãos civis oligárquicos até a Revolução de 1930.

D: Mistura descentralização federalista com “forte concentração administrativa” pelo Executivo — impreciso. O Estado central era fraco frente às oligarquias estaduais; não houve concentração administrativa efetiva do Executivo federal sobre os demais poderes no período.

E: Afirma ausência de mobilização das classes trabalhadoras por falta de partido comunista fundado por Prestes depois de 1930 — falso. Houve intensa mobilização operária (ex.: greves de 1917 e anos 1920) e o PCB foi fundado já em 1922; Luis Carlos Prestes não fundou o partido após 1930.

5. Dica para provas: busque termos-chave (ex.: “exclusão de oligarquias”, “controle da Presidência”, “alternância”) e confronte com o papel da política do café com leite e do coronelismo. Pergunte-se: a alternativa descreve continuidade oligárquica ou mudança efetiva?

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