Questão 05684631-c1
Prova:
Disciplina:
Assunto:
I - Para consolidar-se como governo, a República precisava eliminar as arestas, conciliar-se com o passado monarquista, incorporar distintas vertentes do republicanismo. Tiradentes não deveria ser visto como herói republicano radical, mas sim como herói cívico-religioso, como mártir, integrador, portador da imagem do povo inteiro.
CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
I - Ei-lo, o gigante da praça,/ O Cristo da multidão!
É Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão.
ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In: CARVALHO. J. M.C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
A 1a República brasileira, nos seus primórdios, precisava constituir uma figura heróica capaz de congregar diferenças e sustentar simbolicamente o novo regime.
Optando pela figura de Tiradentes, deixou de lado figuras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transformação do inconfidente em herói nacional evidencia que o esforço de construção de um simbolismo por parte da República estava relacionado
I - Para consolidar-se como governo, a República precisava eliminar as arestas, conciliar-se com o passado monarquista, incorporar distintas vertentes do republicanismo. Tiradentes não deveria ser visto como herói republicano radical, mas sim como herói cívico-religioso, como mártir, integrador, portador da imagem do povo inteiro.
CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
I - Ei-lo, o gigante da praça,/ O Cristo da multidão!
É Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão.
ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In: CARVALHO. J. M.C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
A 1a República brasileira, nos seus primórdios, precisava constituir uma figura heróica capaz de congregar diferenças e sustentar simbolicamente o novo regime.
Optando pela figura de Tiradentes, deixou de lado figuras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transformação do inconfidente em herói nacional evidencia que o esforço de construção de um simbolismo por parte da República estava relacionado
CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
I - Ei-lo, o gigante da praça,/ O Cristo da multidão!
É Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão.
ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In: CARVALHO. J. M.C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
A 1a República brasileira, nos seus primórdios, precisava constituir uma figura heróica capaz de congregar diferenças e sustentar simbolicamente o novo regime.
Optando pela figura de Tiradentes, deixou de lado figuras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transformação do inconfidente em herói nacional evidencia que o esforço de construção de um simbolismo por parte da República estava relacionado
A
ao caráter nacionalista e republicano da Inconfidência, evidenciado nas ideias e na atuação de Tiradentes.
B
à identificação da Conjuração Mineira como o movimento precursor do positivismo brasileiro.
C
ao fato de a proclamação da República ter sido um movimento de poucas raízes populares, que precisava de legitimação.
D
à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que proporcionaria, a um povo católico como o brasileiro, uma fácil identificação.
E
ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem liderado movimentos separatistas no Nordeste e no Sul do país.
Gabarito comentado
Sávia CordeiroMestre em Direito Constitucional (PUC-Rio) e Assessora da Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro
O herói é um símbolo de identificação coletiva e serve para convencer o cidadão, racional e emocionalmente, em prol da legitimação de um regime político. Existem dois tipos de herói: aquele que surge espontaneamente das lutas políticas e aquele que é criado por meio da promoção da sua figura.
Na Proclamação da República, não havia como surgir um herói cívico. Primeiro, porque houve pequena participação popular nesse movimento. Como afirmou José Murilo de Carvalho, em “Os bestializados", a República, passado o momento inicial de esperança de expansão democrática, consolidou-se sobre a exclusão do envolvimento popular no governo. Em segundo lugar, os líderes da elite que chefiaram a Proclamação (Deodoro da Fonseca, Benjamin Constant e Floriano Peixoto) não tinham espírito de líder ou aparência física e comportamento carismático.
Dessa forma, Tiradentes foi uma escolha plausível já que sua figura estava presente no imaginário dos brasileiros. Aos poucos, de rebelde inconfidente Tiradentes foi se tornando um herói cívico-religioso nacional.
Na Proclamação da República, não havia como surgir um herói cívico. Primeiro, porque houve pequena participação popular nesse movimento. Como afirmou José Murilo de Carvalho, em “Os bestializados", a República, passado o momento inicial de esperança de expansão democrática, consolidou-se sobre a exclusão do envolvimento popular no governo. Em segundo lugar, os líderes da elite que chefiaram a Proclamação (Deodoro da Fonseca, Benjamin Constant e Floriano Peixoto) não tinham espírito de líder ou aparência física e comportamento carismático.
Dessa forma, Tiradentes foi uma escolha plausível já que sua figura estava presente no imaginário dos brasileiros. Aos poucos, de rebelde inconfidente Tiradentes foi se tornando um herói cívico-religioso nacional.
Gabarito: C