Questão 05075ff9-8d
Prova:UNESP 2010
Disciplina:História
Assunto:História Geral

“É proibido proibir"
“A imaginação no poder"

As duas frases foram pintadas em muros de Paris durante as revoltas estudantis de maio de 1968. Elas ilustram algumas ideias dos rebeldes, como:

A
a celebração da sociedade ocidental, do consumismo e do capitalismo monopolista.
B
o fim de todo tipo de governo e a valorização dos meios de comunicação de massa.
C
a defesa da liberdade total, do socialismo real e do conceito de alimentação natural.
D
o desejo de extinguir as provas de acesso ao ensino superior e as aulas de língua estrangeira.
E
a crítica à sociedade de consumo, às hierarquias e à burocratização da sociedade.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: E

Tema central: As frases lembram os cartazes de maio de 1968 em Paris e expressam uma crítica à ordem estabelecida — especialmente à sociedade de consumo, às hierarquias e à burocratização. Para responder é preciso reconhecer o contexto do movimento estudantil e da Nova Esquerda europeia.

Resumo teórico e contexto: Maio de 1968 reuniu estudantes e trabalhadores contra universidades rígidas, burocracia estatal e o consumismo da sociedade capitalista. Influências importantes: Situationist International (Guy Debord) e críticas culturalistas que valorizavam a autonomia, a criatividade e a ruptura com formas autoritárias e hierárquicas. Fontes úteis: Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo (1967); Kristin Ross, May ’68 and Its Afterlives (2002).

Por que a alternativa E é correta: As frases “É proibido proibir” e “A imaginação no poder” sintetizam um impulso contra proibições e estruturas rígidas — ou seja, crítica à cultura do consumo que massifica comportamentos, às hierarquias sociais e à burocracia que sufoca iniciativas. A alternativa E capta esses elementos centrais: crítica à sociedade de consumo, às hierarquias e à burocratização.

Análise das alternativas incorretas:

A — Afirma celebração do consumismo e do capitalismo: totalmente oposto ao espírito dos protestos, que criticavam exatamente o consumismo e a concentração econômica.

B — Diz fim de todo tipo de governo e valorização dos meios de comunicação de massa: o movimento era anti-autoritário, mas não necessariamente anarquista total; e criticava a cultura de massa, não a valorizava (os situacionistas atacavam o “espetáculo” dos meios).

C — Mistura “liberdade total” com defesa do socialismo real e alimentação natural: os protestos queriam mais liberdade cultural e crítica ao socialismo autoritário; não havia defesa do “socialismo real” burocrático; “alimentação natural” é irrelevante ao núcleo do movimento.

D — Reduz o movimento a questões pedagógicas específicas (extinguir provas e aulas de língua): havia críticas ao modelo educacional e concursos excludentes, mas o alcance foi muito mais amplo — cultural, político e social — do que a alternativa sugere.

Dica de interpretação: Foque nas palavras‑chave dos slogans (proibir, imaginação, poder) e relacione-as ao contexto histórico. Desconfie de alternativas que inventam detalhes irrelevantes ou invertem o sentido (celebração vs. crítica).

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!

Estatísticas

Aulas sobre o assunto

Questões para exercitar

Artigos relacionados

Dicas de estudo