Leia o texto a seguir.
Assim, o esforço de promoção desses candidatos a heróis resultou em muito pouco. A pequena densidade histórica do 15 de novembro não fornecia terreno adequado para a germinação de mitos. A busca de um herói para a República acabou tendo êxito onde não o imaginavam muitos dos participantes da proclamação.
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 57. (Adaptado).
Um dos grandes desafios vividos pelos fundadores da República no Brasil foi construir um personagem que pudesse representar o imaginário popular do novo regime. Esse personagem foi encontrado em
Assim, o esforço de promoção desses candidatos a heróis resultou em muito pouco. A pequena densidade histórica do 15 de novembro não fornecia terreno adequado para a germinação de mitos. A busca de um herói para a República acabou tendo êxito onde não o imaginavam muitos dos participantes da proclamação.
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 57. (Adaptado).
Um dos grandes desafios vividos pelos fundadores da República no Brasil foi construir um personagem que pudesse representar o imaginário popular do novo regime. Esse personagem foi encontrado em
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A — Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes)
Tema central: construção do imaginário republicano no Brasil — como os líderes da República precisaram criar um herói capaz de representar o novo regime perante o povo. Entender a questão exige diferenciar “herói simbólico/mitificado” (memória pública) de protagonistas políticos imediatos (militares, juristas).
Resumo teórico: Após 1889 a República teve pouca “densidade histórica” própria; faltava um mito fundador que conectasse o povo ao novo regime. Por isso os republicanos resgataram figuras do passado que pudessem ser lidas como precursores — especialmente Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira — transformando-o em símbolo nacional e patrono da República (CARVALHO, José Murilo, A formação das almas, 1990).
Por que a alternativa A está correta: Tiradentes foi apropriado como herói precursor da República. Executado por envolvimento na Inconfidência (fim do século XVIII), sua imagem de mártir foi revalorizada no final do Império e no início da República para legitimar o novo regime perante a memória popular. Essa construção simbólica é justamente o que o texto de Carvalho descreve.
Análise das alternativas incorretas:
B — Benjamim Constant: figura importante na divulgação de ideias republicanas entre militares e intelectualidade, mas era um condutor ideológico e não o herói popular mitificado. Sua influência é mais institucional/intelectual que simbólica junto às massas.
C — Floriano Peixoto: foi o segundo presidente e teve culto autoritário (“Marechal de Ferro”), mas não foi o personagem escolhido para representar o imaginário popular fundador da República; sua imagem era controvertida e ligada a conflitos políticos.
D — Rui Barbosa: jurista e líder liberal de destaque, mas não foi usado como herói mitificado da República; a afirmação de que “representou Pedro II” em acordos pós‑Guerra do Paraguai é historicamente imprecisa e indica erro biográfico na alternativa.
E — Joaquim Nabuco: destacado abolicionista e diplomata; sua trajetória está mais ligada à causa abolicionista e à atuação intelectual/diplomática do que à construção do mito republicano. Não foi o personagem central escolhido para personificar a República.
Dica para a prova: ao ler enunciados que falam em “imaginário popular” ou “herói” pense em símbolos nacionais e memória coletiva, não apenas em quem teve papel político imediato. Busque termos-chave (mártir, mito, memória) e elimine opções com erros factuais ou que apontam atores de influência mais técnica/intelectual.
Fonte recomendada: CARVALHO, José Murilo. A formação das almas: o imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
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