Interpretar a História exige a construção de conceitos
importantes para resolver questões metodológicas. A
Escola dos Annales, famosa pelas suas contribuições
renovadoras:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: a questão avalia conhecimentos sobre a Escola dos Annales — sua renovação metodológica na historiografia do século XX: crítica ao enfoque restrito em eventos políticos, ênfase em diferentes temporalidades e problemas do trabalho do historiador.
Resumo teórico: os fundadores (Marc Bloch e Lucien Febvre, jornal Annales desde 1929) e, depois, Fernand Braudel, propuseram: - análise em camadas temporais (eventos, conjunturas, longa duração – longue durée); - interdisciplinaridade (geografia, demografia, economia, antropologia); - estudo de estruturas sociais, mentalidades e ritmos lentos da história. Braudel, por exemplo, valorizou a longa duração para entender estruturas históricas (A Méditerranée...). Bloch, em The Historian's Craft (A Escrita da História), refletiu sobre as dificuldades metodológicas e a escolha das fontes.
Fontes recomendadas: Marc Bloch — A Escrita da História; Fernand Braudel — A Mediterrânea e a obra coletiva do periódico Annales. Para introdução: Peter Burke, A Social History of Knowledge.
Justificativa da alternativa A: a alternativa descreve adequadamente as contribuições dos Annales ao afirmar que a escola repensou o tempo e os significados do trabalho do historiador, mostrando as dificuldades metodológicas (problema das fontes, do recorte temporal, da interdisciplinaridade). Essa formulação está em consonância direta com as propostas de Febvre, Bloch e Braudel.
Por que as outras alternativas estão incorretas:
B — é errada porque, embora os Annales criticassem o positivismo tradicional e a história política centrada em eventos, não defendiam claramente a ideia de progresso linear; pelo contrário, concentraram-se em estruturas e ritmos variados, frequentemente questionando narrativas teleológicas.
C — é imprecisa: os Annales foram influenciados por análises econômicas e marxistas em alguns momentos, mas não se limitaram a reafirmar conceitos marxistas "sem crítica ou ambiguidade". A postura era eclética e crítica, integrando diversas disciplinas.
D — é falsa: a escola não seguiu Hegel nem reafirmou o idealismo; ao contrário, buscou explicações materiais e estruturais (geografia, economia, demografia) e não adotou defesa de regimes políticos específicos como monarquias parlamentares.
E — incorreta porque os Annales não evitavam a história política por princípio; simplesmente deslocaram o foco para a economia, a cultura e as mentalidades como elementos essenciais para compreender sociedades, integrando diferentes níveis de análise.
Dica de prova: procure palavras-chave no enunciado (ex.: "repensando o tempo", "contribuições renovadoras") e cuidado com alternativas absolutas (sem, sempre, sem ambiguidade). Relacione os nomes (Bloch, Febvre, Braudel) às ideias de longa duração, interdisciplinaridade e crítica ao evento como única explicação.
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