Questão 00fdb03e-28
Prova:UNIFESP 2005
Disciplina:História
Assunto:Medievalidade Europeia, História Geral

Na Baixa Idade Média, mais precisamente entre os séculos XII e XIII, o centro- norte da Itália formava um viveiro de prósperas cidades que expressavam o vigor da retomada econômica do Ocidente naqueles séculos. Muitas dessas cidades, em termos político- administrativos, eram

A
autônomas, organizadas como repúblicas, e internamente divididas em simpatizantes do papa (guelfos) e simpatizantes do imperador (gibelinos).
B
repúblicas, internamente coesas, e aliadas umas às outras na luta contra os poderes universais do papa e do imperador.
C
organizadas internamente como democracias, e externamente como uma federação, para tratar com o papa e o imperador.
D
governadas por condottieri, que garantiam sua independência frente aos inimigos externos, constituídos pelo papa e pelo imperador.
E
soberanas que, para escapar à dominação bizantina e sarracena, financiavam o Império e o Papado

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: A

Tema central: a organização política das cidades do centro‑norte da Itália nos séculos XII–XIII — as chamadas comunas medievais — e as lutas internas entre facções pró‑papado e pró‑Império. Esse tema é recorrente em provas de História Geral porque exige identificar instituições urbanas, cronologia e conflitos políticos.

Resumo teórico: a partir do século XI surgem comunas urbanas autônomas no norte e centro da Itália, resultado do crescimento econômico e do enfraquecimento do poder feudal. Essas cidades criaram órgãos próprios (conselhos de notáveis, magistraturas, às vezes podestà) e afirmaram autonomia em relação a nobres, ao imperador e ao papa. Internamente, a política era oligárquica e marcada por facções: guelfos (favoráveis ao papado) e gibelinos (favoráveis ao imperador). Fontes úteis: Jacques Le Goff, Norman Cantor, e a Encyclopaedia Britannica (entradas sobre "Communes" e "Guelfs and Ghibellines").

Por que a alternativa A está certa: ela descreve fielmente a realidade das comunas nos séculos XII–XIII — cidades autônomas, organizadas como repúblicas urbanas (na prática, oligárquicas) e politicamente divididas entre guelfos e gibelinos. Essa dicotomia é uma marca interpretativa e cronológica desse período.

Análise das alternativas incorretas:

B — incorreta: afirma coesão interna e alianças permanentes; na prática, as cidades eram frequentemente rivais e internas divisões geravam conflitos, não uma aliança geral contra papado/Império.

C — incorreta: usa o termo "democracias" e "federação". As comunas não eram democracias no sentido moderno (eram oligárquicas) nem formaram uma federação estável para negociar com papado/Imperador.

D — incorreta: menciona condottieri, que são mercenários e chefes militares típicos de séculos posteriores (Renascimento); no período XII–XIII as autoridades eram conselhos e podestà, não condottieri.

E — incorreta e anacrônica: fala em dominação bizantina/sarracena e em financiar Império e Papado — não descreve a situação das cidades do norte da Itália naquele período.

Dica de prova: identifique palavras‑chave cronológicas (séculos XII–XIII) e topográficas (centro‑norte da Itália). Desconfie de termos anacrônicos (condottieri, federação moderna, "democracia") — eles costumam denunciar alternativas erradas.

Fontes: Jacques Le Goff, A Civilização do Ocidente Medieval; Norman Cantor, The Civilization of the Middle Ages; Encyclopaedia Britannica (entradas sobre "Italian communes" e "Guelfs and Ghibellines").

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