Questõesde UNICAMP

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Foram encontradas 1067 questões
208d1fe3-b7
UNICAMP 2024 - Português - Formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo), Morfologia - Verbos

“(...) Tão geladas as pernas e os braços e a cara que pensei em abrir a garrafa [de conhaque] para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras (...)”.

(ABREU, Caio Fernando. Além do ponto. Morangos Mofados. São Paulo: Companhia das Letras, p. 42, 2019.)


No conto “Além do ponto”, observa-se que o contraste entre o “eu”, personagem que deseja, e o “ele”, personagem imaginado,

A
é criado por formas verbais no pretérito imperfeito do indicativo (“queria”, “andava”) e pretérito imperfeito do subjuntivo (“pensasse”).
B
é criado pelo uso de orações negativas (“eu não queria”) e do pretérito imperfeito do indicativo (“eu andava”).
C
é criado pela polissemia do verbo “andar”, usado no sentido de “caminhar”/ ”deslocar-se” e no de “seguir”/“progredir”.
D
é criado pelo uso de formas verbais no gerúndio (“bebendo”, “chegando”) e pela repetição de orações negativas (“eu não queria”).
2080a3be-b7
UNICAMP 2024 - Português - Formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo), Morfologia - Verbos, Regência, Sintaxe

Qual o macete de ‘Macetando’?


Macetar, verbo transitivo: “golpear (alguém ou algo) com maceta ou macete, um martelo de cabo curto”. A definição está nos dicionários, mas o carnaval, como de praxe, mascarou o significado a seu bel-prazer. O coro da multidão que acompanhou Ivete Sangalo na abertura da folia de Salvador comprova que essa é a época ideal para enriquecer o vocabulário. Música gravada pela cantora baiana com participação de Ludmilla, “Macetando” despontou como hit nacional ao encher a boca do povo com o refrão-chiclete: “Ah, bebê, é a Veveta que tá no comando / Macetando, macetando, macetando...”.

(Adaptado de CUNHA, G. Qual o macete de ‘macetando’? O Globo (versão online), 10/02/2024.)



Na letra da música em questão, um dos aspectos que contribuem para o mascaramento do significado de macetar é

A
a ocultação do sujeito do verbo. 
B
o uso repetido do verbo no gerúndio.
C
o processo de adjetivação do verbo.
D
a ausência de complemento para o verbo.
2074002f-b7
UNICAMP 2024 - Sociologia - Cultura e sociedade, Sociologia Jurídica

Texto 1

Em Raízes do Brasil (São Paulo, Companhia das Letras, 2016), Sérgio Buarque de Holanda argumenta que as formas de convívio social no país seriam ditadas preferencialmente por uma ética de fundo emotivo: a cordialidade. No entanto, a cordialidade não seria sinônimo de afetividade ou de gentileza. Ela corresponderia a um mecanismo de defesa do indivíduo diante da sociedade e reforçaria sentimentos particularistas e antipolíticos, característicos do ambiente doméstico. Ao tipo social guiado pela ética da cordialidade, o autor dá o nome de homem cordial.


Texto 2

"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de
lirismo (além da sífilis, é claro)
Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar,
esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora...
(...)
Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto”
(Trecho da canção “Fado Tropical”, de Chico Buarque de Holanda, 1973).


Tendo em vista os textos 1 e 2, é possível afirmar que o homem cordial

A
manifesta adesão a normas de convívio pessoalizadas, marcadas pela ética da cordialidade e pela centralidade de vínculos privados mesmo em espaços coletivos e públicos.
B
é um tipo social que se originou na colonização portuguesa, marcado pela ética emotiva e solidária da cordialidade e por uma prática de cunho coletivo e supraindividual. 
C
percebe, como ambiente propício ao seu desenvolvimento individual, a vida em sociedade; para ele, a ética da cordialidade permite a impessoalidade dos vínculos sociais. 
D
manifesta um apego aos valores da personalidade configurada pelo recinto doméstico, ambiente próprio da concorrência entre os cidadãos.
20719e1c-b7
UNICAMP 2024 - Sociologia - Cidadania e movimentos sociais, Política, poder e Estado




Texto 2

A reinvenção da democracia é um questionamento posto no Brasil há bastante tempo e leva em conta a necessidade de aprofundá-la e radicalizá-la, no sentido de estendê-la às relações sociais no seu conjunto. A Constituição de 1988 é um marco dessa reinvenção, pois, ao considerar o direito à diferença, redefiniu a noção de cidadania. Não há como falar em igualdade se as diferenças persistirem e forem usadas como base para a desigualdade e a discriminação.

(Adaptado de DAGNINO, E. Para retomar a reinvenção democrática: qual cidadania, qual participação?. Fórum Social Nordestino, Recife, p. 1, 2004).

De acordo com os textos 1 e 2, é correto afirmar que a Constituinte de 1988 ajudou a reinventar a democracia brasileira, pois

A
tornou autônomos os conceitos de cidadania e democracia, que se relacionam com a esfera da liberdade individual; tal liberdade promove a igualdade nas relações sociais. 
B
estabeleceu a negociação democrática da diferença; tal negociação passa a ser concebida como parte do ordenamento jurídico e da convivência entre os grupos e as classes sociais.
C
reforçou diferenças e limitou o princípio jurídico da igualdade, tornando cidadania e democracia conceitos autônomos e radicalizados. 
D
abriu espaço para a participação da sociedade civil, o que tornou mais diversa, e, portanto, mais desigual, a representação política.
206f01fb-b7
UNICAMP 2024 - Sociologia - As cidades e os espaços urbanos, Cidadania e movimentos sociais

Texto 1


No final do século XIX, a escritora Charlotte Perkins Gilman observava a necessidade de reformas urbanas e habitacionais que combinassem a privacidade da família com a vida em coletivo. Ela defendia que grandes cidades fossem equipadas com conjuntos amplos de apartamentos que contariam com cozinhas comuns e com pessoas contratadas coletivamente pelas famílias para serviços domésticos. A atenção às crianças seria garantida por cuidadores profissionais e professores dentro das creches.
(Adaptado de GILMAN, C.P. Mulheres e economia. In: DAFLON, V.; SORJ, B. Clássicas do pensamento social. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, p.129-130, 2021.)


Texto 2


Quase um século depois, em 1996, o então presidente dos EUA Bill Clinton implementou reformas nas políticas de proteção social daquele país. Entre as mudanças, o Estado deixou de prover auxílio financeiro a mães pobres que criam os filhos sozinhas e essa responsabilidade passou para o pai biológico da criança. Essa reforma acentuou um vínculo social entre mulheres e homens, vínculo este que elas não necessariamente gostariam de manter. A reforma as tornou sobretudo dependentes economicamente deles.

(Adaptado de COOPER, M. Family values: between neoliberalism and the new social conservatism. New York: Zone Books, p. 67-68, 2017.)


Considerando os textos 1 e 2, é correto afirmar que os efeitos, para as relações sociais, das reformas neles descritas

A
são convergentes, pois fortalecem a importância, para a vida moderna, dos lares individualizados e das famílias biológicas. As reformas indicam a prevalência de ambos em relação ao Estado.
B
são divergentes, pois apenas a reforma descrita no texto 2 fortalece a autonomia das mães, por ampliar a responsabilidade dos pais biológicos e por desresponsabilizar o Estado.
C
são convergentes, pois facilitam o desenvolvimento da privacidade das famílias e ampliam a autonomia individual. Essas reformas favorecem o desenvolvimento da vida coletiva. 
D
são divergentes, pois apenas a reforma descrita no texto 1 desvincula, da responsabilidade das famílias e das mulheres, as tarefas de cuidado e de reprodução social da vida, vinculando-as também ao Estado.
206c5c27-b7
UNICAMP 2024 - História - História da América Latina

Em 2004, Néstor Kirchner – presidente argentino à época – cedeu à sociedade civil a Escola de Mecânica da Marinha (ESMA), um antigo centro clandestino de detenção e tortura durante a ditadura (1976 e 1983). O motivo era a construção de uma espécie de museu nacional da memória das atrocidades cometidas pelo regime. Entre as imagens das mães e avós da Plaza de Mayo, entre organizações de luta que celebravam o reconhecimento de um trabalho sustentado por décadas, emergia ao lado do palco uma imagem disruptiva: um poncho vermelho. Destacava-se um rosto indígena. Era um dos líderes do Movimento Indígena Argentino; o líder pedia a inclusão dos povos originários no futuro museu: “A questão não é – como os antropólogos fazem – simplesmente sermos incluídos em um museu, como se estivéssemos apenas sendo adicionados. Queremos fazer parte da história nacional."

(Adaptado de RUFER, M. Nación y condición pos-colonial. In: BIDASECA, K. (Org.) Genealogías críticas de la colonialidad en América Latina, África, Oriente. Buenos Aires: CLACSO, 2016.)

Tendo em vista seus conhecimentos sobre memória política na Argentina e considerando as informações do texto, é correto afirmar que

A
os indígenas se posicionam – nas disputas pela memória nacional da Ditadura – abertamente contra o movimento das Mães e Avós da Plaza de Mayo.
B
os indígenas – ao incorporarem perspectivas marginalizadas, como as dos povos originários – querem fazer parte da construção do museu para a expansão da história nacional.
C
as lideranças indígenas – para dar visibilidade às suas identidades étnicas – propõem que a memória da nação seja apagada no antigo edifício da ESMA.
D
nos protestos contrários à ocupação – para transformação em espaço de memória – do antigo edifício da ESMA, os ativistas indígenas defendem a redução temática do museu. 
2069b92d-b7
UNICAMP 2024 - História - Demandas políticas e sociais no mundo atual, História Geral, Questões Internacionais: história do tempo presente

A maioria dos países africanos tornaram-se independentes entre 1950 e 1975. Amílcar Cabral foi uma das lideranças que formularam projetos políticos para criar unidades nacionais no pós-independência. Ele havia nascido na Guiné-Bissau em 1924; depois de seu nascimento, sua família se mudou para Cabo Verde. Em 1945, obteve bolsa para estudar em Portugal; na Europa, entrou, então, em contato com as teorias do movimento da negritude, panafricanismo e marxismo. De volta à África em 1952, ajudou a fundar o Partido Africano para a Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC, 1953), iniciando a luta armada contra a metrópole em 1963. Em um discurso, Cabral afirmou: “No nosso Partido ninguém dividiu; pelo contrário, cada dia nos unimos mais. Aqui não há papel, nem fula, nem mandinga, nem filhos de caboverdianos, nada disso.”

(Adaptado de MALACCO, F. Unidade nacional e unidade continental: uma discussão acerca dos projetos políticos de Amílcar Cabral e Kwame Nkrumah. Revista Ars Historica, 17, p. 78-100, jul/dez 2018.)



Com base no excerto, marque a alternativa correta sobre o ideário nacional proposto por Amílcar Cabral e pelo movimento por ele liderado.

A
Almejava, com base nas fronteiras dos reinos africanos que existiam antes da chegada dos europeus, construir nações independentes.
B
Buscava formar, para o enaltecimento das identidades étnicas que antecediam o colonialismo, uma grande unidade pan-africanista.
C
Propunha um movimento de descolonização das culturas africanas, o qual demandava a adoção de dialetos locais e a rejeição, como idioma nacional, das línguas europeias.
D
Defendia, para fortalecer a luta contra a colonização e ideologia portuguesa, as unidades políticas nacionais posicionadas acima da diversidade de etnias africanas.
20676370-b7
UNICAMP 2024 - História - História do Brasil, História Geral, República Oligárquica - 1889 a 1930

A figura a seguir é a reprodução de uma capa do “Boletim de Eugenia”, de onde foi extraído o excerto transcrito ao lado.





Com base em seus conhecimentos sobre o ideário eugênico e seu contexto, e tendo em vista elementos do excerto, assinale a alternativa correta.

A
Uma criança considerada saudável seria branca e oriunda de uma família numerosa, o que atestaria a pureza racial da família e a superioridade reprodutiva da mulher.
B
A ideologia do “aperfeiçoamento da raça” demandava políticas públicas para superação das desigualdades entre negros e brancos nas grandes cidades.
C
Em sua busca por tratamentos alternativos ao “robustecimento” do corpo e “aperfeiçoamento racial”, a medicina eugênica opunha-se às práticas científicas. 
D
Tanto o autoritarismo contra os pobres quanto a obrigatoriedade das vacinas criadas pelo serviço sanitário eugênico provocaram grandes revoltas populares na década de 1930.
20624e04-b7
UNICAMP 2024 - História - História do Brasil

“A terra [Rio de Janeiro] continua ainda a parecer-me muito mal. É rodeada de serras inacessíveis, a maior parte delas são uma rocha viva, e de todas fazem uma vista sumamente desagradável. Acho estes povos sumamente pobres e, como não têm gêneros seus que lhes constituam ao menos um ramo certo de comércio, pouca esperança tenho de os pôr melhor nesta parte. Em uma palavra, meu colega, isto está um cadáver que vai para a sepultura [...]; parece-me ser este o mais próprio retrato em que presentemente se acha o Governo do Rio de Janeiro.”

(Marquês de Lavradio (Governador do Rio de Janeiro, 1769-1779). Carta de Amizade Escrita a Manuel da Cunha de Menezes em Pernambuco, em 13 de dezembro de 1769. In: Marquês de Lavradio. Cartas do Rio de Janeiro, 1769-1776. Rio de Janeiro: Secretaria de Estado de Educação e Cultura, p. 10, 1978.)

Tendo em vista seus conhecimentos sobre o século XVIII e considerando as informações do excerto, assinale a alternativa correta.

A
A geografia montanhosa e rochosa impedia tanto o desenvolvimento do Rio de Janeiro quanto o uso do porto dessa cidade, no Brasil colonial, como centro de trocas comerciais.
B
A concepção que se tem sobre o que seja “paisagem” é um construto histórico que envolve projeções políticas e ideológicas a respeito do que se vê.
C
A concepção sobre o que seja uma paisagem bonita foi um argumento utilizado pela elite para convencer, contra a vontade de Lavradio, a corte portuguesa a migrar para o Brasil. 
D
O eurocentrismo impediu Lavradio de reconhecer o sucesso e a beleza dos arcos de pedra construídos com técnicas indígenas locais no Rio de Janeiro. 
205ff249-b7
UNICAMP 2024 - História - História da América Latina

Em meados de fevereiro de 1765, Juana Antonia Gomiciaga, por intermédio do “procurador de pobres”, Diego Toribio de la Cueva, se apresentou ao Cabildo de Santiago. Ela confiava que o foro de justiça local pudesse dar solução ao seu pedido principal: obter o reconhecimento de sua liberdade, que, de acordo com sua versão, havia sido concedida verbalmente por sua senhora, Francisca Josefa Gomiciaga, em fevereiro de 1751. Nas palavras do procurador, a liberdade havia sido concedida devido à “piedade e compaixão”. Contudo, essa alforria verbal, ao longo do tempo, foi desconsiderada pelas senhoras de Juana, o que motivou a escrava Juana Antonia a recorrer à arena judicial.

(Traduzido e adaptado de GONZALEZ, A. F. G. Los matices de la resistencia: Trayectorias vitales de mujeres esclavizadas ante la justicia eclesiástica de Santiago. Chile, siglos XVII y XVIII. Autoctonía (Santiago), 8(1), p. 88-127, janeiro de 2024.)


Tendo em vista seus conhecimentos sobre América espanhola e considerando as informações, presentes no excerto, sobre o caso de Juana Antônia Gomiciaga, assinale a alternativa correta.

A
As ações judiciais resultaram em um questionamento da sociedade escravocrata; por conta delas, foi decretado o fim do sistema de escravidão africana no século XVIII. 
B
A resistência à escravidão indígena era marcada pelo enfrentamento físico e, no caso da resistência africana à escravidão, predominava a postura passiva.
C
Embora houvesse demandas jurídicas dos escravizados, o Império era inflexível quanto a essas negociações na Justiça, como demonstrado no excerto. 
D
Os estudos sobre a escravidão têm demonstrado que muitos escravizados, entre várias estratégias, articulavam a luta pela liberdade na Justiça. 
205d3455-b7
UNICAMP 2024 - História - Antiguidade Ocidental (Gregos, Romanos e Macedônios), História Geral

Nos estudos sobre a Antiguidade Clássica produzidos até o final do século XX, era costumeira a afirmação de que as mulheres em Atenas não participavam da política. A definição de “política” na Grécia, todavia, era feita a partir dos olhos do mundo moderno, e, nesse caso, era um sinônimo de “cidadania”. O cidadão ateniense era homem, filho de pai e mãe atenienses. As mulheres, estrangeiros e escravos não gozavam do mesmo status. Após os anos de 2000, a partir de críticas de estudiosos, a definição de “política” e de “cidadania” na Grécia Clássica passou a ser repensada e a capacidade de ação das mulheres atenienses no espaço público foi redimensionada. Nesses estudos, as mulheres cidadãs de Atenas ganham visibilidade. Filhas de pai e mãe atenienses, nascidas em Atenas, tinham limitações de voto, mas desempenhavam funções no mundo cívico. Elas não podiam, por causa de seu sexo, ser juradas ou magistradas, por exemplo, mas estavam vivendo no mesmo universo público, sendo também cidadãs.
(Adaptado de CUCHET, V. S. Quais direitos políticos para as cidadãs da Atenas clássica?. Hélade, 4(1), p. 143-158, 2018.)


Tendo em vista seus conhecimentos sobre Grécia Antiga e considerando o excerto anterior, assinale a alternativa correta.

A
Desde o século XIX, os estudiosos defendem que o conceito de “cidadania” e o de “política” na democracia ateniense eram frágeis, sendo pertinentes aos homens da elite. 
B
Estudiosos afirmam que, na democracia ateniense, a cidadania e a política eram conceitos desvinculados; portanto, as mulheres atenienses estavam afastadas da vida pública.
C
Desde os anos de 2000, os estudiosos passaram a reconhecer as mulheres da Antiguidade Clássica nascidas de pai e mãe atenienses como cidadãs plenas com direito ao voto. 
D
Novas pesquisas debatem os conceitos de “cidadania” e de “política”, bem como a relação desses conceitos com as mulheres atenienses que poderiam ser definidas como cidadãs.
205a8ff0-b7
UNICAMP 2024 - História - História do Brasil, História Geral

Quando eu falo em adiar o fim do mundo, não é a este mundo em colapso que estou me referindo. Este tem um esquema tão violento que eu queria mais é que ele desaparecesse à meia noite de hoje e que amanhã a gente acordasse em um novo. No entanto, efetivamente, estamos atuando no sentido de uma transfiguração, desejando aquilo que o Nêgo Bispo chama de confluências, e não essa exorbitante euforia da monocultura, que reúne os birutas que celebram a necropolítica sobre a vida plural dos povos deste planeta. Ao contrário do que estão fazendo, confluências evoca um contexto de mundos diversos que podem se afetar. (...) Se o colonialismo nos causou um dano quase irreparável foi o de afirmar que somos todos iguais. (Adaptado de KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, p. 40-42, 2022.)


Assinale a alternativa que explicita a crítica de Krenak à monocultura, tal como é enunciada no excerto.

A
A monocultura praticada nos grandes latifúndios é responsável por diversos problemas ambientais e pela necropolítica.
B
A monocultura, assim como a imposição colonial de um modelo cultural único, se expressa na recusa da pluralidade de povos e culturas.
C
Adiar o fim do mundo requer o combate à monocultura na produção agrícola e a transfiguração deste mundo em que estamos vivendo.
D
A monocultura, produtora de violências, é resultado do colonialismo e da necropolítica.
20581321-b7
UNICAMP 2024 - Filosofia - A Política, Conceitos Filosóficos, Ética e Liberdade, Filosofia e a Grécia Antiga

Mary Wollstonecraft abre sua obra, Reivindicações dos direitos da mulher (1792), com uma carta ao Sr. Talleyrand-Périgord, antigo bispo de Autun e político ativo durante a Revolução Francesa. O bispo propõe nova Constituição, o que foi apresentado e discutido na Assembleia revolucionária. Nessa carta, Wollstonecraft afirma:

“Mas, se as mulheres devem ser excluídas, sem voz, da participação dos direitos naturais da humanidade, prove antes, para afastar a acusação de injustiça e inconsistência, que elas são desprovidas de razão; de outro modo, essa falha em sua NOVA CONSTITUIÇÃO sempre mostrará que o homem deve de alguma forma agir como um tirano, e a tirania, quando mostra sua face despudorada em qualquer parte da sociedade, sempre solapa a moralidade”.

(WOLLSTONECRAFT, M. Reivindicações dos direitos da mulher. São Paulo: Boitempo Editorial, p. 20, 2016.)


Assinale a opção que melhor sintetiza a crítica de Wollstonecraft apresentada no excerto.

A
Ao abordar tanto a possibilidade de uma nova constituição quanto a tirania masculina, Wollstonecraft faz uma crítica ao absolutismo, finalmente derrubado, através da instauração da República e da Declaração dos Direitos do Homem, no contexto da Revolução Francesa.  
B
A crítica de Wollstonecraft recai sobre os homens que, ao serem tiranos com as mulheres, destroem a moral da sociedade. Ela defende a necessidade de uma nova constituição: que não seja injusta com o sexo feminino e conceda direitos às mulheres, ainda que não sejam racionais como os homens.
C
A nova Constituição, defendida pelo Sr. Talleyrand-Périgord, é injusta porque retira das mulheres direitos conquistados em decorrência da Revolução Francesa, quando as mulheres passaram a ser reconhecidas como seres racionais e participantes da humanidade.
D
A menos que seja provado que a racionalidade das mulheres é deficiente, se comparada à dos homens, excluí-las da Constituição é ato injusto, ainda que coerente com uma cultura que aceita a tirania masculina. 
20559a34-b7
UNICAMP 2024 - Filosofia - Filosofia e a Grécia Antiga

Sócrates: − [...] Pois segundo entendo, no limite do cognoscível é que se avista, a custo, a ideia do Bem; e, uma vez avistada, compreende-se que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo; que no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhora; e que no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para se ser sensato na vida particular e pública.

Glauco: – Concordo também, até onde sou capaz de seguir a tua imagem.

(Adaptado de PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 517b6-c5.)

O diálogo anterior aparece em uma passagem da obra A República, de Platão, trecho que ficou conhecido como “o mito da caverna”. Sobre esse diálogo, assinale a alternativa correta.

A
O diálogo trata da ideia do Bem, causa do justo, do belo, da verdade e da inteligência; o Bem é prontamente visível aos habitantes da caverna.
B
Por ser causa da justiça e senhora da verdade e da inteligência, a ideia do Bem orienta o comportamento dos habitantes da caverna, na sua vida particular e pública.
C
Embora não seja facilmente cognoscível, a Ideia do Bem – enquanto causa do justo e do belo – não é prescindível para a tomada de boas decisões na cidade.
D
O diálogo entre Sócrates e Glauco trata da Ideia do Bem, que – por situar-se no limite do cognoscível – permanece a todos incognoscível.
2041f54a-b7
UNICAMP 2024 - Física - Dinâmica

A área de um painel solar que gera uma potência elétrica P = 462 W é A = 2,5 m2 . A intensidade da radiação solar que incide no painel, ou seja, a potência da radiação solar por unidade de área do painel, é Isolar = 924 W/m2 . Qual é a eficiência do painel solar, ou seja, qual é a razão entre a energia elétrica gerada e a energia solar que incide no painel num dado intervalo de tempo?

A energia solar desempenha papel substancial nas soluções energéticas de desenvolvimento sustentável: além de fazer uso de tecnologia pouco agressiva ao ambiente, é uma enorme fonte de energia renovável. 
A
5 %.
B
20 %.
C
50 %.
D
80 %. 
203fb8b1-b7
UNICAMP 2024 - Física - Circuitos Elétricos e Leis de Kirchhoff, Eletricidade, Eletrodinâmica - Corrente Elétrica, Resistores e Potência Elétrica

Operando em condições ótimas, um painel solar gera energia elétrica numa potência P = 462 W, com uma diferença de potencial Upainel = 42 V nos seus terminais. Para que a energia gerada seja armazenada numa bateria de diferença de potencial Ubat = 12 V, usa-se um dispositivo que ajusta a diferença de potencial, dispositivo este chamado de controlador de carga (ver figura). Se, numa situação ideal, toda a energia gerada pelo painel é armazenada na bateria, quais os valores das correntes elétricas ipainel e ibat nos terminais do painel e da bateria, respectivamente?


A energia solar desempenha papel substancial nas soluções energéticas de desenvolvimento sustentável: além de fazer uso de tecnologia pouco agressiva ao ambiente, é uma enorme fonte de energia renovável. 
A
ipainel =11 A e ibat = 38,5 A.
B
ipainel =11 A e ibat = 3,1 A.
C
ipainel =134,75 A e ibat = 38,5 A.
D
ipainel =134,75 A e ibat = 3,1 A.
203db471-b7
UNICAMP 2024 - Física - Dilatações, Física Térmica - Termologia

Pesquisas recentes demonstraram que alguns compostos, como o ZnW2O8, apresentam coeficiente de dilatação térmica linear ( α ) negativo, diferentemente da maioria dos materiais, que se expandem com o aquecimento. O gráfico a seguir ilustra a variação, em função da temperatura, do comprimento L de uma barra dessa classe de materiais.




Considerando que o coeficiente de dilatação α seja aproximadamente constante no intervalo de temperatura entre 0o C e 50oC , pode-se dizer que o valor de α nesse intervalo é igual a 

A
– 1,0×10–7 o C–1.
B
– 5,0×10–6 o C–1.
C
– 2,5×10–4 o C–1
D
– 4,0×10–2 o C–1
203b8183-b7
UNICAMP 2024 - Física - Física Moderna, Física Térmica - Termologia, Ótica, Teoria Quântica

O projeto internacional DUNE (Deep Underground Neutrino Experiment) é um gigantesco experimento idealizado para o estudo de neutrinos. Para a detecção da luz emitida quando os neutrinos atravessam enormes tanques de argônio líquido, foi projetado na Unicamp um dispositivo chamado Arapuca, cuja função é aumentar a área de coleta da luz, confinando- -a no interior de uma caixa que contém os sensores. Antes de entrar na Arapuca, a luz emitida, de comprimento de onda λ1 = 128 nm, incide num material que tem por finalidade modificar o comprimento de onda da radiação, de modo que, ao emergir desse material, o novo comprimento de onda da luz passe a ser λ2 = 350 nm. Considere que, nessa etapa do experimento, ambos os feixes luminosos de comprimentos de onda λ1 e λ2 propagam-se no mesmo meio. Sendo f1 a frequência e v1 a velocidade da luz no comprimento de onda λ1, e f2 a frequência e v2 a velocidade da luz no comprimento de onda λ2, pode-se afirmar que

A
a frequência f2 é maior que a frequência f1 ; a velocidade v2 é igual à velocidade v1 .
B
a frequência f2 é menor que a frequência f1 ; a velocidade v2 é igual à velocidade v1 .
C
a frequência f2 é igual à frequência f1 ; a velocidade v2 é maior que a velocidade v1 .
D
a frequência f2 é igual à frequência f1 ; a velocidade v2 é menor que a velocidade v1 .  
203954f5-b7
UNICAMP 2024 - Física - Leis de Kepler

Ao longo da linha que une o centro da Terra ao da Lua (ver figura A), há um ponto P para o qual as forças gravitacionais da Terra, Fterra, e da Lua, Flua , exercidas sobre uma sonda, têm módulos iguais e sentidos opostos. Isso significa que, no ponto P, essas duas forças se cancelam.




O gráfico da figura B representa a componente da aceleração resultante a das forças Fterra e Flua ao longo da referida linha, sendo r a distância ao centro da Terra e d 380 000 km a distância Terra-Lua. Valores positivos de a indicam que o vetor aceleração aponta para a Lua, enquanto que valores negativos de a implicam que esse vetor aponta para a Terra.




O ponto P fica aproximadamente a que distância do centro da Lua?

Os últimos anos testemunharam a retomada do interesse de alguns países pela exploração da Lua. Diversas missões com destino a esse satélite foram lançadas: Chandrayaan-3 (Índia, 2023), Luna 25 (Rússia, 2023), Peregrine Mission One (EUA, 2024), Slim (Japão, 2024) e Chang´e 6 (China, 2024).
A
38 000 km.
B
114 000 km.
C
266 000 km.
D
342 000 km.
2036d0a1-b7
UNICAMP 2024 - Física - Cinemática, Física Térmica - Termologia, Fundamentos da Cinemática, Gás Ideal, Óptica Geométrica, Ótica

Uma sonda descreve, em torno da Lua, uma órbita circular de raio r = 1,848 × 106 m e dá uma volta completa num período T = 2,0 h. Nesse movimento circular uniforme, qual a velocidade escalar da sonda em relação ao centro da Lua? Se necessário, use π ≈ 3,0.

Os últimos anos testemunharam a retomada do interesse de alguns países pela exploração da Lua. Diversas missões com destino a esse satélite foram lançadas: Chandrayaan-3 (Índia, 2023), Luna 25 (Rússia, 2023), Peregrine Mission One (EUA, 2024), Slim (Japão, 2024) e Chang´e 6 (China, 2024).
A
256,6 m/s.  
B
1540 m/s. 
C
3696 km/s. 
D
5544 km/s