Questõesde UFRR 2017

1
1
Foram encontradas 70 questões
a2491b76-b2
UFRR 2017 - Matemática - Áreas e Perímetros, Geometria Plana

Uma sequência de triângulos equiláteros cresce em progressão geométrica. Sabendo-se que os lados dos três primeiros triângulos da sequência são 1, 2, 4, ..., nesta ordem (veja figura a seguir)


A área do próximo triângulo equilátero da sequência é:

A
192 cm²
B
24 cm²
C
4√3 cm²
D
8 cm²
E
16√3 cm²
a2455b47-b2
UFRR 2017 - Matemática - Circunferências, Circunferências e Círculos, Geometria Analítica, Geometria Plana

Um grupo de pessoas realizará uma caminhada em torno de uma ilha, de forma circular, saindo do ponto A e chegando ao ponto B (Veja figura a seguir), numa velocidade de 6 metros por minuto. Sabendo-se que é o centro do círculo e o comprimento do segmento é 300 metros, o tempo necessário para o grupo completar o percurso é de:

(Obs.: Considerar o valor de π igual a 3,14).


A
78,5 minutos.
B
157 minutos.
C
314 minutos.
D
39,25 minutos.
E
471 minutos.
a241c365-b2
UFRR 2017 - Português - Análise sintática, Sintaxe

Leia os versos do poema ''Os estatutos do homem'' de Tiago Melo para responder à questão:


"O homem confiará no homem como um menino confia em outro"

(...)

"e saber que é a água

que dá à planta o milagre da flor"

(...)

"Fica proibido o uso da palavra liberdade,

a qual será suprimida dos dicionários"


Observe a análise sintática dos termos a seguir:

I. "O homem confiará no homem" - o homem (sujeito) / no homem (objeto indireto)

II. "O homem confiará no homem" - o homem (sujeito) / no homem (adjunto adverbial)

III. A expressão "o milagre da flor" - (objeto direto e indireto, respectivamente)

IV. A expressão "em outro" - (objeto indireto do verbo confiar)


Estão corretas:

A
II e III
B
III e IV
C
I e III
D
I e IV
E
II e IV
a23cf9c9-b2
UFRR 2017 - Português - Análise sintática, Sintaxe

Leia o trecho da entrevista "A Filosofia é pop", feita com o filósofo Mario Sergio Cortella, publicada em maio de 2013, para responder à questão:

Apesar de interessante, a filosofia costuma parecer chata. Além do seu dom de oratória, como transformou a matéria em algo instigante?
Agradeço o elogio, mas quero fazer um reparo filosófico. Quando você diz que eu tenho o dom, está dizendo que não tenho mérito nenhum, porque dom é algo que se recebe de fora. Ocorre que Deus não me escolheu e disse "você vai ser o cara". Tudo bem, sei que não foi isso que você quis dizer. Mas eu diria que tenho a prática, a intenção e o gosto. Minha intenção é fazer com que a filosofia seja simples sem ser simplória. Em outras palavras, que seja compreensível sem ser banalizável. Por exemplo, na semana da Rio+20, eu participei de um programa especial da Xuxa sobre sustentabilidade. Antes de entrar no ar, uma pessoa da produção me pediu para não usar o termo "biocídio" [eliminação de variadas formas de vida, inclusive a humana], porque não ia ser entendido. Então eu disse: "Lamento, não ajo dessa forma. Vou usar e explicar". Se eu recuso o uso, furto das pessoas o acesso a um conceito importante. Se uso sem explicar, estou dando uma demonstração tola de sabedoria. Mas, se uso e traduzo, estou partilhando. Eu quero que a filosofia seja compreensível.

Fonte: http://www.revistaplaneta.com.br/a-filosofia-pop/ acessado em 17/08/2017


Em conformidade com as regras gramaticais, todas as orações destacadas são subordinadas adverbiais, ou seja, elas indicam circunstâncias de tempo, condição, comparação, proporcionalidade entre outras. Como base nessa informação, analise as proposições a seguir:

I. "porque dom é algo" / "porque não ia ser entendido" - são orações que indicam a causa do que se declara na oração principal;
II. "Quando você diz" - a oração exprime ideia de tempo e essa circunstância foi estabelecida pela conjunção quando;
III. "se eu recuso o uso" / "se uso" / "se uso" - as três orações exprimem a condição do fato expresso pela oração principal.
IV. Transformando as orações adverbiais desenvolvidas, tais como: "Quando você diz que eu tenho o dom, está dizendo que não tenho mérito nenhum, porque dom é algo que se recebe de fora." em orações reduzidas, teremos: "Ao dizer que eu tenho o dom, está dizendo que não tenho mérito nenhum, por ser o dom algo que se recebe de fora."

Podemos afirmar que:

A
somente a IV está correta, porque ao transformar em orações reduzidas, aparecem os verbos "dizer e ser" na forma nominal de infinitivo;
B
a III está errada porque a palavra "uso" aparece na condição de objeto direto do verbo recursar e, depois, a mesma palavra forma orações, ou seja, "uso" está empregado na condição de hipótese;
C
apenas I e II estão analisadas corretamente; ambas são orações adverbiais, sendo em I, orações causais e em II, temporal;
D
somente a I não foi analisada corretamente, trata-se de duas orações adverbiais, respectivamente, concessiva e consecutiva.
E
Estão corretas as proposições I, II, III e IV;
a235214c-b2
UFRR 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre a figura feminina na visão do Romantismo, e sobre o enredo do romance Inocência, só NÃO se pode afirmar que:

    ''Caía então luz de chapa sobre ela, iluminando-lhe o rosto, parte do colo e da cabeça, coberta por um lenço vermelho atado por trás da nuca.

     Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era Inocência de beleza deslumbrante. 

     Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar sereno que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto de projetarem sombras nas mimosas faces.

     Era o nariz fino, um bocadinho arqueado; a boca pequena, e o queixo admiravelmente torneado.

     Ao erguer a cabeça para tirar o braço de sob o lençol, descera um nada a camisinha de crivo que vestia, deixando nu um colo de fascinadora alvura, em que ressaltava um ou outro sinal de nascença.''


TAUNAY, Visconde de. Inocência. São Paulo: DCL, 2013.

A
A vida enclausurada da personagem Inocência teve fim quando seu pai finalmente aceita seu romance com o Dr. Cirino por conta da vida confortável que ele lhe proporcionaria, característica romântica de apego aos ideais burgueses.
B
A descrição da personagem Inocência revela a preferência da escola do Romantismo pela exaltação da figura feminina nos moldes medievais de vassalagem amorosa.
C
A personagem Inocência é apresentada com aura de santidade e pureza, o que implica ser descrita fisicamente com termos que sugerem pudor e moralidade.
D
Inocência não tem poder de escolha e está prometida a um noivo descrito pelo narrador como homem rude e grosseiro, o oposto da amabilidade e civilidade da heroína romântica.
E
O fato de Inocência recusar o noivo foi considerado desonra e sua desobediência ao pai tornou-se ato passível de punição.
a2307bbf-b2
UFRR 2017 - Português - Adjetivos, Morfologia

No trecho: "Esta agora é melhor.", e no trecho "... um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência...", as palavras destacadas são adjetivos expressos na gradação ou grau:

Leia o texto abaixo e responda a questão.


TEXTO II

UM APÓLOGO


   Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
     — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
     — Deixe-me, senhora.
    — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
     — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
     — Mas você é orgulhosa.
     — Decerto que sou.
     — Mas por quê?
    — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
     — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
    — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
    — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
    — Também os batedores vão adiante do imperador.
    — Você é imperador?
    — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... 
   Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
    — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
   A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plicplic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
   Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
     — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
   Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
   Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
     — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

ASSIS, Machado de. Para Gostar de Ler - Volume 9 – Contos. São Paulo: Ática, 1984.
A
superlativo absoluto sintético e superlativo absoluto analítico, respectivamente.
B
comparativo de inferioridade.
C
comparativo de superioridade e comparativo de inferioridade, respectivamente.
D
superlativo relativo de superioridade.
E
comparativo de superioridade.
a22c5bee-b2
UFRR 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A narrativa traz seres inanimados e personagens humanos desempenhando, paralelamente, comportamentos sociais semelhantes. Sobre essa analogia só NÃO se pode afirmar que:

Leia o texto abaixo e responda a questão.


TEXTO II

UM APÓLOGO


   Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
     — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
     — Deixe-me, senhora.
    — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
     — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
     — Mas você é orgulhosa.
     — Decerto que sou.
     — Mas por quê?
    — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
     — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
    — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
    — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
    — Também os batedores vão adiante do imperador.
    — Você é imperador?
    — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto... 
   Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
    — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
   A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plicplic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
   Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
     — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
   Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
   Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
     — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

ASSIS, Machado de. Para Gostar de Ler - Volume 9 – Contos. São Paulo: Ática, 1984.
A
Nos trechos: "A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho...‖ e "Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa...", a fixação dos objetos nos corpos sugere uma identificação de papéis.
B
A linha além de não desejar muita conversa, aparece enrolada, o que demonstra a preferência por certo distanciamento, característica de sua pretensa superioridade.
C
O texto afirma que há uma relação entre o tamanho da cabeça do alfinete e sua experiência.
D
Os personagens humanos não dialogam entre si, como acontece com os seres inanimados, o que demonstra a incapacidade da humanidade em lidar com seus problemas.
E
O trecho: "... uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela." sugere uma dinâmica de trabalho inversa a das personagens inanimadas, linha e agulha.
a228f0da-b2
UFRR 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga, transcrito a seguir, e marque a alternativa que aponta três características do Arcadismo brasileiro que nele podem ser observadas.

            Lira I

            Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
           Que viva de guardar alheio gado;
           De tosco trato, d’expressões grosseiro,
           Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
           Tenho próprio casal, e nele assisto;
           Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
           Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
           E mais as finas lãs, de que me visto.

           Graças, Marília bela,
           Graças à minha Estrela! 

A
Temas urbanos; linguagem simples; medievalismo.
B
Egocentrismo; pastoralismo; denúncia social.
C
Exaltação da vida no campo; linguagem simples; pastoralismo.
D
Vulgarização da figura da mulher; medievalismo; egocentrismo.
E
Denúncia social; exaltação da vida no campo; temas urbanos.
a224bc19-b2
UFRR 2017 - Português - Por que- porque/ porquê/ por quê, Problemas da língua culta

Assinale a alternativa em que 'porque", 'por que", "porquê" e "por quê" estão todos empregados CORRETAMENTE.

TEXTO I

   "Após encontrar um abrigo seguro sob uma copa de maçaranduba caída, ainda ofegante, e com dores fortes em sua pata esquerda e coxa direita, começou a averiguar o que aquele estrondo havia lhe causado. A pata estava completamente dilacerada, com sangramento. As duas garras da região esquerda tinham sido arrancadas. Observou a mutilação. Em sua memória automática, associava o ferimento ao barulho alto e aterrorizante.

   Pelo instinto, a onça vislumbrou que, geralmente antes e durante as chuvas torrenciais, estrondos ecoavam pela floresta. Não eram parecidos com os dois que acabara de ouvir, mas às vezes, quando acontecia, isso a assustava como se a floresta estivesse sendo engolida por um animal maior e mais forte. Olhou novamente para a pata, e diante de sua imponência, iniciou uma tentativa de escoamento do sangramento com sua língua, o que logo pressentiu ser inútil.

   Ao passar do tempo, a coxa direita latejava cada vez mais. Tentou levantar da toca provisória com o intuito de chegar até sua caverna próxima à cachoeira. Constatou ser impossível conseguir se apoiar sem firmar o corpo com as regiões atingidas. O sangramento da pata diminuiu de intensidade. Iniciou sua peregrinação arrastando-se pela floresta. Sentiu a pele de seu peito sendo esfolada pelas folhas, galhos e ouriços de castanha da Amazônia.

   Um rastro de sangue era visível ao longo da tentativa exaustiva de chegar à sua toca. Ao se deparar com um igarapé, vacilou várias vezes até entrar n‘água. Mas não tinha alternativa. Na situação em que se encontrava, não teria como se equilibrar nos troncos das árvores caídas que serviam de ponte e eram facilmente transpassados.

   Entrando no igarapé, a onça sentiu um alívio em sua pata flagelada. De súbito, deitou-se na água e aliviou a coxa atingida pelo impacto desconhecido. Aproveitou e tomou longos goles do líquido. O ferimento na coxa não sangrava mais como antes, porém, a pata dianteira manchava o igarapé atraindo pequenos peixes que mordiscavam seu pelo e a carne dilacerada do ferimento. No movimento de afastar os peixes, enterrou a pata na lama do fundo do igarapé e o sangue parou de manchar a água. Logo a onça afundou mais a pata, e aos poucos a dor foi diminuindo."


DANTAS, Ricardo. Meia Pata. São Paulo: Kazuá, 2013. p. 20-21

A
Por que a onça enterrou a pata na lama do fundo do igarapé?
─ Ela fez isso por que os peixes a estavam mordendo.
Mas quer saber o por que de ela enterrar a pata por que?
B
Por que a onça enterrou a pata na lama do fundo do igarapé?
─ Ela fez isso porque os peixes a estavam mordendo.
Mas quer saber o porquê de ela enterrar a pata por quê?
C

Porque a onça enterrou a pata na lama do fundo do igarapé?

─ Ela fez isso por que os peixes a estavam mordendo.

Mas quer saber o por quê de ela enterrar a pata porquê?

D

Por quê a onça enterrou a pata na lama do fundo do igarapé?

─ Ela fez isso porquê os peixes a estavam mordendo.

Mas quer saber o porque de ela enterrar a pata por quê?

E

Porquê a onça enterrou a pata na lama do fundo do igarapé?

─ Ela fez isso por que os peixes a estavam mordendo.

Mas quer saber o por quê de ela enterrar a pata porquê?

a2205cba-b2
UFRR 2017 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O texto I diz respeito a um momento pungente da narrativa de Meia Pata, de Ricardo Dantas, e que é fundamental para o desenrolar da obra. Trata-se de quando:

TEXTO I

   "Após encontrar um abrigo seguro sob uma copa de maçaranduba caída, ainda ofegante, e com dores fortes em sua pata esquerda e coxa direita, começou a averiguar o que aquele estrondo havia lhe causado. A pata estava completamente dilacerada, com sangramento. As duas garras da região esquerda tinham sido arrancadas. Observou a mutilação. Em sua memória automática, associava o ferimento ao barulho alto e aterrorizante.

   Pelo instinto, a onça vislumbrou que, geralmente antes e durante as chuvas torrenciais, estrondos ecoavam pela floresta. Não eram parecidos com os dois que acabara de ouvir, mas às vezes, quando acontecia, isso a assustava como se a floresta estivesse sendo engolida por um animal maior e mais forte. Olhou novamente para a pata, e diante de sua imponência, iniciou uma tentativa de escoamento do sangramento com sua língua, o que logo pressentiu ser inútil.

   Ao passar do tempo, a coxa direita latejava cada vez mais. Tentou levantar da toca provisória com o intuito de chegar até sua caverna próxima à cachoeira. Constatou ser impossível conseguir se apoiar sem firmar o corpo com as regiões atingidas. O sangramento da pata diminuiu de intensidade. Iniciou sua peregrinação arrastando-se pela floresta. Sentiu a pele de seu peito sendo esfolada pelas folhas, galhos e ouriços de castanha da Amazônia.

   Um rastro de sangue era visível ao longo da tentativa exaustiva de chegar à sua toca. Ao se deparar com um igarapé, vacilou várias vezes até entrar n‘água. Mas não tinha alternativa. Na situação em que se encontrava, não teria como se equilibrar nos troncos das árvores caídas que serviam de ponte e eram facilmente transpassados.

   Entrando no igarapé, a onça sentiu um alívio em sua pata flagelada. De súbito, deitou-se na água e aliviou a coxa atingida pelo impacto desconhecido. Aproveitou e tomou longos goles do líquido. O ferimento na coxa não sangrava mais como antes, porém, a pata dianteira manchava o igarapé atraindo pequenos peixes que mordiscavam seu pelo e a carne dilacerada do ferimento. No movimento de afastar os peixes, enterrou a pata na lama do fundo do igarapé e o sangue parou de manchar a água. Logo a onça afundou mais a pata, e aos poucos a dor foi diminuindo."


DANTAS, Ricardo. Meia Pata. São Paulo: Kazuá, 2013. p. 20-21

A
a onça ataca Daniel, que reage violentamente e atira nela.
B
Daniel é ferido pela onça e busca ajuda na mata.
C
a onça sofre a mutilação que acaba se tornando seu nome.
D
a onça é alvejada por arma de fogo e acaba capturada.
E
a onça tenta chegar à sua toca, fugindo dos tiros desferidos por Daniel.