Questõesde UFAC 2011
Em laboratório, é possível medir o valor do
campo magnético da Terra (BT), uma vez
determinada a sua direção. Contudo, isso não é
uma tarefa fácil, já que seu valor é muito pequeno
em comparação ao campo magnético produzido
por fontes usuais, tais como ímãs de autofalantes,
bobinas de motores ou geradores elétricos. A
medição pode ser feita utilizando uma bússola
colocada no centro do eixo das chamadas bobinas
de Helmholtz. Nessas bobinas, é aplicada uma
corrente elétrica conhecida e calibrada, que gera
um campo magnético mensurável, e ainda
perpendicular e da mesma ordem de grandeza do
campo da Terra. Sendo assim, é possível calcular
o valor (módulo) de BT medindo o ângulo (θ)
entre o campo das bobinas e a resultante dos
campos, a qual terá direção e sentido dados pela
bússola.
Para ilustração, a figura a seguir mostra os
campos produzidos pela Terra (BT), pelas bobinas
(BH) e a orientação da bússola, definida pelo
ângulo θ, na presença desses campos.
Estão corretas as afirmações:
Quando uma fonte em movimento emite uma
onda de menor velocidade de propagação do que
sua própria velocidade, essa onda é chamada de
“Onda de Mach” ou “Onda de Choque”.
Exemplos dessas ondas são aquelas emitidas por
um avião supersônico ou uma bala disparada ao
ar.
A figura a seguir, mostra um esquema das “Ondas
de Mach” emitidas por uma fonte que se desloca,
com velocidade v, ao longo da linha horizontal
OB. Na figura, as circunferências são as
interseções das “frentes de onda” esféricas,
emitidas pela fonte, com o plano definido pelos
pontos A, B e A’. Os pontos A’, 1’, 2’ e 3’ estão
posicionados nas “frentes de onda”, geradas pela
fonte quando a mesma passa, exatamente, pelas
posições A, 1, 2 e 3, respectivamente. Além disso,
as ondas se propagam com velocidade c. O
segmento A’B é tangente, no ponto A’, à frente de
onda emitida no ponto A, a qual demorou um tempo t para chegar nesse ponto. Porém, a fonte
demorou o mesmo tempo para percorrer o
segmento AB.
Portanto, é possível concluir que:
Considere o circuito mostrado na figura a
seguir e analise as afirmações posteriores. O
circuito contém os seguintes elementos: um
plugue ligado na tomada, os fios metálicos F1, F2
e F3, os espetos metálicos verticais E1 e E2, um
elemento X e uma lâmpada.
(I) Se X for um elemento de plástico ou madeira
seca, a lâmpada acenderá.
(II) Se X for um pedaço de salsicha, ela cozinhará
em um tempo suficiente, mas a lâmpada não
acenderá.
(III) Se X for um pedaço de salsicha, ela cozinhará
em um tempo suficiente, e a lâmpada acenderá.
(IV) Se X for um pedaço de peixe, ele cozinhará
em um tempo suficiente, e a lâmpada acenderá.
(V) Se X for uma barra de ferro, ela aquecerá, mas
a lâmpada não acenderá.
A alternativa correta é:
Na trajetória elíptica de um planeta, o ponto
mais distante do Sol é chamado de Afélio e o mais
próximo de Periélio. Além disso, o movimento
dos planetas, ao redor do Sol, acontece
respeitando as três leis de Kepler, as quais são:
1ª lei: “As trajetórias descritas pelos planetas, ao
redor do Sol, são elipses com o Sol em um dos
focos”.
2ª lei: “O raio vetor que liga um planeta ao Sol
descreve áreas iguais, em tempos iguais”.
3ª lei: “Os quadrados dos períodos de revolução,
de dois planetas quaisquer, estão, entre si, assim
como os cubos de suas distâncias médias ao Sol”.
Considerando que os períodos de revolução de
dois planetas sejam T1 e T2, e que suas distâncias médias ao Sol sejam R1 e R2, respectivamente, a
terceira lei pode ser descrita pela relação:
Nesse sentido, pelas leis de Kepler, a afirmação
verdadeira é:
Na subida do elevador panorâmico de um
shopping, Maria segura sua sacola de compras.
Em certo instante (t0), de forma distraída, deixa
suas compras cair e faz uma análise do
acontecido, uma vez que é aluna do 1º período do
curso de Física. No mesmo momento, Ana, aluna
do último ano do mesmo curso, observa o que aconteceu do lado de fora e também decide
analisar a situação. Sabendo que a aceleração do
elevador é a e sua velocidade no instante t0 é v0.
,
elas chegaram às seguintes deduções:
(I) Ana – “A sacola subiu primeiramente até certa
altura e, depois, desceu até atingir o chão do
elevador, tendo este último uma altura maior do
que no instante em que deixaram-na cair”.
(II) Ana – “Pensando melhor, a sacola caiu
exatamente da mesma forma como foi observada
por uma pessoa dentro do elevador”.
(III) Maria – “A aceleração da sacola foi a
aceleração da gravidade”.
(IV) Ana – “No instante t0, a sacola estava subindo
com velocidade v0”.
(V) Ana – “Pensando bem, a sacola ficou
flutuando por alguns instantes, antes de cair no
chão do elevador”.
Em relação às conclusões das alunas, pode-se
dizer que:
Um fabricante de dispositivos óticos precisa construir um aparelho que funcione dentro de um líquido que possui índice de refração nL. Para o funcionamento do equipamento, é necessário ter duas lentes esféricas: uma convergente e outra divergente. Para isso, se dispõe de dois tipos de materiais transparentes, os quais possuem índices de refração n1 e n2. Sabe-se que a relação entre todos os índices é n1<nL<n2 e que o fabricante ainda pode optar por duas geometrias, g1 e g2, mostradas na figura a seguir.
Para saber quais lentes seriam usadas, cinco
engenheiros responsáveis, utilizando a Lei de
Snell, chegaram, separadamente, às seguintes
conclusões:
(I) O material de índice de refração n1 é útil para
construir uma lente convergente de geometria g1.
(II) O material de índice de refração n2 é útil para
construir uma lente divergente de geometria g2.
(III) O material de índice de refração n2 é útil para
construir uma lente convergente e sua forma
geométrica teria que ser do tipo g1.
(IV) O material de índice de refração n1 é útil para
construir uma lente convergente que tenha a forma
g2.
(V) O material de índice de refração n1 é útil para
construir uma lente divergente de geometria g1.
Para fabricar corretamente o dispositivo, deve-se
levar em consideração que:
Considere as figuras (a), (b) e (c) e analise as
afirmações seguintes:
(I) Na figura (a), quanto mais tempo o atleta
demorar a levantar a barra de pesos, maior será o
trabalho realizado pelas forças aplicadas a esse
objeto.
(II) Na figura (c), quanto mais a pessoa andar,
mais ela se cansará. Portanto, a força vertical F ,
que ela aplica sobre a mala para carregá-la,
realizará mais trabalho.
(III) Na figura (b), se a barra foi levantada pelo
esportista com velocidade constante, o trabalho
realizado pelas forças aplicadas à barra será igual
a mgh, onde m é a massa da barra, g a aceleração
da gravidade e h a altura levantada.
(IV) Considerando a posição do atleta mostrada na
figura(b), e que a partir daí ele comece a se
deslocar para frente e para atrás, tentando
sustentar a barra de pesos por alguns segundos,
sempre na mesma altura mostrada, pode-se
afirmar que, durante essa movimentação, as forças
com as quais ele sustenta a barra de pesos não
realizarão trabalho, independente do cansaço do
atleta.
Sendo assim, pode-se afirmar que:
Considere as figuras (a), (b) e (c) e analise as afirmações seguintes:
(I) Na figura (a), quanto mais tempo o atleta demorar a levantar a barra de pesos, maior será o trabalho realizado pelas forças aplicadas a esse objeto.
(II) Na figura (c), quanto mais a pessoa andar, mais ela se cansará. Portanto, a força vertical F , que ela aplica sobre a mala para carregá-la, realizará mais trabalho.
(III) Na figura (b), se a barra foi levantada pelo esportista com velocidade constante, o trabalho realizado pelas forças aplicadas à barra será igual a mgh, onde m é a massa da barra, g a aceleração da gravidade e h a altura levantada.
(IV) Considerando a posição do atleta mostrada na figura(b), e que a partir daí ele comece a se deslocar para frente e para atrás, tentando sustentar a barra de pesos por alguns segundos, sempre na mesma altura mostrada, pode-se afirmar que, durante essa movimentação, as forças com as quais ele sustenta a barra de pesos não realizarão trabalho, independente do cansaço do atleta.
Sendo assim, pode-se afirmar que:
O dinamômetro é um dispositivo utilizado
para medir forças, em particular o peso de um
objeto. Na figura abaixo, é mostrado um objeto
preso ao dinamômetro D e parcialmente submerso
em um líquido, onde a densidade do objeto (ρ)
tem um valor maior do que a do líquido (σ).
Analisando esse sistema, considere as afirmações:
(I) A leitura no dinamômetro será a mesma,
independentemente de o objeto estar dentro ou
fora do líquido.
(II) A leitura no dinamômetro, quando o objeto
estiver totalmente ou parcialmente submerso no
líquido, será maior do que o valor registrado fora
do líquido.
(III) A leitura no dinamômetro, quando o objeto
estiver totalmente ou parcialmente submerso no
líquido, será menor do que o valor registrado fora
do líquido.
(IV) A leitura no dinamômetro diminuirá se o
objeto for cada vez mais afundado, e a mesma não
mudará mais a partir do momento em que o objeto
estiver totalmente submerso.
(V) A leitura no dinamômetro aumentará se o
objeto for cada vez mais afundado, e a mesma não
mudará mais a partir do momento em que o objeto
estiver totalmente submerso.
Assim, é verdadeiro concluir que:
A figura abaixo, mostra um elétron (e)
entrando com velocidade horizontal (v) em uma
região limitada por duas placas paralelas
condutoras com cargas opostas.
Considerando que o peso do elétron é
desprezível, e que o campo elétrico entre as placas
é essencialmente uniforme e perpendicular às
mesmas, é correto afirmar que:
“A grande revolução de 1789-1848 foi o triunfo
não da ‘indústria’ como tal, mas da indústria
capitalista; não da liberdade e da igualdade em
geral, mas da classe média ou da sociedade
‘burguesa’ liberal; não da ‘economia moderna’ ou
do ‘Estado moderno’, mas das economias e Estados
em uma determinada região geográfica do mundo
(parte da Europa e alguns trechos da América do
Norte), cujo centro eram os Estados rivais e vizinhos
da Grã-Bretanha e França. A transformação de
1789-1848 é essencialmente o levante gêmeo que se
deu naqueles dois países e que dali se propagou por
todo o mundo.
Mas não seria exagerado considerarmos esta
dupla revolução - a francesa, bem mais política, e a
industrial (inglesa) - não tanto como uma coisa que
pertença à história dos dois países que foram seus
principais suportes e símbolos, mas sim como a
cratera gêmea de um vulcão regional bem maior. O
fato de que as erupções simultâneas ocorreram na
França e na Inglaterra, e de que suas características
difiram tão pouco, não é nem acidental nem sem
importância.”
HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções. Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/2301094/A-Era-das-RevolucoesEric-J-Hobsbawm.
A respeito do contexto político e social das
Revoluções Francesa e Industrial, a leitura do texto
de Hobsbawm indica que:
“Durante a década de 1970, Asterix, um
personagem de histórias em quadrinhos, alcançou
grande popularidade. Gaulês, Asterix liderava, com
a ajuda de uma poção mágica e de seu companheiro Obelix, a resistência de sua tribo contra os invasores
romanos.”
ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a
História: História Geral e História do Brasil. São Paulo: Ática,
s.d., p.95.
O quadrinho acima apresenta a imagem de Asterix e
Obelix, personagens de Uderzo e Goscinny. Ao
observá-los e ler o texto, podemos compreender
que:
“Quem olha hoje para o Haiti, miserável,
degradado, dificilmente poderá pensar que o país foi
o cenário da 'única revolta de escravos bemsucedida da História'. No momento da Revolução
Francesa, em 1789, a colônia francesa das Índias
Ocidentais de Santo Domingo representava dois
terços do comércio exterior da França e era o maior
mercado individual para o tráfico negreiro europeu.
Era a maior colônia do mundo, o orgulho da França
e a inveja de todas as outras nações imperialistas.
Sua estrutura era sustentada pelo trabalho de meio
milhão de escravos. Dois anos após a Revolução
Francesa, com seus reflexos em Santo Domingo, os escravos se revoltaram. Numa luta que se estendeu
por 12 anos, eles derrotaram os brancos locais e os
soldados da monarquia francesa, debelando também
uma invasão espanhola, uma tentativa de invasão
britânica com cerca de 60 mil homens e uma
expedição francesa de tamanho similar comandada
pelo cunhado de Napoleão. A derrota dessa
expedição resultou no estabelecimento do Estado
negro do Haiti.”
SADER, Emir. A grande revolução negra. Jornal do Brasil,
Rio de Janeiro, 04 jan. 2004.
Refletindo acerca da Revolução Francesa, da
Independência do Haiti e do processo de
emancipação das colônias na América, pode-se
concluir que:
No Hino Acreano existem várias referências ao
processo de incorporação do Acre ao Brasil, a
exemplo das passagens abaixo apresentadas:
“Que este sol a brilhar soberano
Sobre as matas que o vêem com amor
Encha o peito de cada acreano
De nobreza, constância e valor.
Invencíveis e grandes na guerra,
Imitemos o exemplo sem par
Do amplo rio que briga com a terra
Vence-a e entra brigando com o mar. [...]
Mas se audaz estrangeiro algum dia
Nossos brios de novo ofender,
Lutaremos com a mesma energia
Sem recuar, sem cair, sem tremer,
E ergueremos, então, destas zonas,
Um tal canto vibrante e viril
Que será como a voz do Amazonas
Ecoando por todo o Brasil
Fulge um astro na nossa bandeira
Que foi tinto no sangue de heróis,
Adoremos na estrela altaneira
O mais belo e o melhor dos faróis.”
MANGABEIRA, Francisco; DONIZETTI, Mozart. Hino
Acreano.
A análise da conjuntura histórica e cultural relatada
nos trechos do Hino Acreano, nos permite entender
que:
“É impossível dissociar Oscar Niemeyer de
Brasília. [...] Niemeyer foi escolhido para projetar todas as edificações monumentais da nova capital
por decisão de Juscelino Kubitschek. Prefeito de
Belo Horizonte, no início dos anos 1940 ele já havia
pedido ao arquiteto desenhos para as principais
instalações da Pampulha, um novo bairro da cidade.
Juscelino viu sua realização estampada nos jornais,
nas revistas e nas principais publicações de
arquitetura do mundo. Entendeu, rapidamente, que a
arquitetura de Niemeyer, por ser popular e de
qualidade, podia trazer ganhos políticos. Juscelino
queria o mesmo para a capital federal. [...] Era
necessário criar um novo monumentalismo que
simbolizasse ao mesmo tempo uma sociedade
jovem, ousada, dinâmica e democrática.”
VEJA: Brasília 50 anos. São Paulo: Abril, n. 2138, nov. 2009,
p.62.
Acerca dos elementos culturais e das transformações
dos espaços que constituíram a atual capital federal,
entendemos que:
Com a leitura dos dois textos seguintes, que
analisam a escravidão, fica demonstrado que:
Texto I
“Na simbologia européia da Idade Média, a
cor branca estava associada ao dia, à inocência, a
virgindade; já a cor preta representava a noite, osdemônios, a tristeza e a maldição divina. Essa
dicotomia entre branco e preto, claro e escuro, foi
transferida pelos europeus para os seres humanos
quando os portugueses chegaram à África em
meados do século XV. [...] Assim, a pigmentação
escura da pele foi inicialmente apontada como uma
doença ou um desvio da norma. Como os africanos
apresentavam ainda traços físicos, crenças
religiosas, costumes e hábitos culturais diferentes
dos que predominavam na Europa, autores europeus
passaram a caracterizá-los como seres situados entre
os humanos e os animais. Todas essas visões
eurocêntricas fizeram com que os negros fossem
considerados culturalmente inferiores e propensos à
escravidão [...]”
AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo.
História. São Paulo: Ática, 2008, p.199.
Texto II
“Desde os cinco anos merecera eu a alcunha
de ‘menino diabo’; e verdadeiramente não era outra
coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto,
indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo,
um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me
negara uma colher do doce de coco que estava
fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um
punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da
travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é
que estragara o doce ‘por pirraça’; e eu tinha apenas
seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o
meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no
chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de
freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na
mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado,
e ele obedecia, - algumas vezes gemendo, - mas
obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um –
‘ai, nhonhô!’ - ao que eu retorquia: - ‘Cala a boca,
besta!’ ”
ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás-Cubas. São
Paulo: Globo, 2008, p.62.
“Na simbologia européia da Idade Média, a cor branca estava associada ao dia, à inocência, a virgindade; já a cor preta representava a noite, osdemônios, a tristeza e a maldição divina. Essa dicotomia entre branco e preto, claro e escuro, foi transferida pelos europeus para os seres humanos quando os portugueses chegaram à África em meados do século XV. [...] Assim, a pigmentação escura da pele foi inicialmente apontada como uma doença ou um desvio da norma. Como os africanos apresentavam ainda traços físicos, crenças religiosas, costumes e hábitos culturais diferentes dos que predominavam na Europa, autores europeus passaram a caracterizá-los como seres situados entre os humanos e os animais. Todas essas visões eurocêntricas fizeram com que os negros fossem considerados culturalmente inferiores e propensos à escravidão [...]”