TEXTO I
Há muitos dedos apontados para Anitta, a cantora
brasileira mais famosa da atualidade. Alguns dizem
que a jovem de 24 anos é só um produto de
marketing[...] Muitas vozes contra Anitta, mas há
muito mais gente que diz ou pensa bem o contrário.
Ou não dizem nada, e se deixam contagiar por seu
ritmo – uma mescla de pop, funk, rap –, imitando
seus movimentos sensuais que ressaltam seu
traseiro[...] Com ou sem a aprovação de parte do
público, sua nova música é um claro retrato da cultura
pop atual do Brasil. Anitta apresenta também MC
Zaac, um dos principais nomes do funk, um ritmo
das regiões periféricas do Rio de Janeiro que teve
ascensão meteórica no país. Mulheres que se
bronzeiam na laje das casas em comunidades pobres,
com biquínis de fita isolante para realçar o bronzeado,
é o que mais se vê nas favelas do Rio e em outras
periferias pelo Brasil. (OLIVEIRA, A. “A revolução de
Anitta é feiminista?”.
EL PAÍS, São Paulo, 27 de dezembro de 2017. Disponível em: https://
brasil.elpais.com/brasil/2017/12/26/cultura/4314644_981497.html.
Acessado em: 31/08/2018
TEXTO II
A indústria cultural pode se vangloriar de haver atuado
com energia e de ter erigido em princípio a transposição
- tantas vezes grosseira - da arte para a esfera do
consumo, de haver liberado a diversão de sua
ingenuidade mais desagradável e de haver melhorado
a confecção de mercadorias. Quanto mais total ela se
tornou, quanto mais impiedosamente obriga cada
marginal à falência ou a entrar na corporação, tanto
mais se fez astuciosa e respeitável. Eis sua glória: haver
terminado por sintetizar Beethoven com o Cassino Paris.
Seu triunfo é duplo: aquilo que expele para fora de si
como verdade pode reproduzir a bel-prazer em si como
mentira.
ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Indústria Cultural e Sociedade.
São Paulo: Paz e Terra, 2011.
A ascensão da indústria cultural é parte indissociável
do desenvolvimento capitalista. Para Adorno e
Horkheimer, esta indústria efetiva um novo tipo de
dominação que captura a espontaneidade da arte ao
transformá-la em matéria-prima de mercadorias
culturais. Tendo-se em vista o fenômeno cultural
indicado no texto I e as considerações do texto II,
observamos que a Indústria Cultural mantém com os
marginalizados uma relação de:
TEXTO I
Há muitos dedos apontados para Anitta, a cantora brasileira mais famosa da atualidade. Alguns dizem que a jovem de 24 anos é só um produto de marketing[...] Muitas vozes contra Anitta, mas há muito mais gente que diz ou pensa bem o contrário. Ou não dizem nada, e se deixam contagiar por seu ritmo – uma mescla de pop, funk, rap –, imitando seus movimentos sensuais que ressaltam seu traseiro[...] Com ou sem a aprovação de parte do público, sua nova música é um claro retrato da cultura pop atual do Brasil. Anitta apresenta também MC Zaac, um dos principais nomes do funk, um ritmo das regiões periféricas do Rio de Janeiro que teve ascensão meteórica no país. Mulheres que se bronzeiam na laje das casas em comunidades pobres, com biquínis de fita isolante para realçar o bronzeado, é o que mais se vê nas favelas do Rio e em outras periferias pelo Brasil. (OLIVEIRA, A. “A revolução de Anitta é feiminista?”.
EL PAÍS, São Paulo, 27 de dezembro de 2017. Disponível em: https:// brasil.elpais.com/brasil/2017/12/26/cultura/4314644_981497.html. Acessado em: 31/08/2018
TEXTO II
A indústria cultural pode se vangloriar de haver atuado com energia e de ter erigido em princípio a transposição - tantas vezes grosseira - da arte para a esfera do consumo, de haver liberado a diversão de sua ingenuidade mais desagradável e de haver melhorado a confecção de mercadorias. Quanto mais total ela se tornou, quanto mais impiedosamente obriga cada marginal à falência ou a entrar na corporação, tanto mais se fez astuciosa e respeitável. Eis sua glória: haver terminado por sintetizar Beethoven com o Cassino Paris. Seu triunfo é duplo: aquilo que expele para fora de si como verdade pode reproduzir a bel-prazer em si como mentira.
ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Indústria Cultural e Sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
A ascensão da indústria cultural é parte indissociável do desenvolvimento capitalista. Para Adorno e Horkheimer, esta indústria efetiva um novo tipo de dominação que captura a espontaneidade da arte ao transformá-la em matéria-prima de mercadorias culturais. Tendo-se em vista o fenômeno cultural indicado no texto I e as considerações do texto II, observamos que a Indústria Cultural mantém com os marginalizados uma relação de: