Questõesde ENEM sobre Variação Linguística

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Foram encontradas 36 questões
2558dd1a-7a
ENEM 2022 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Gírias das redes sociais caem na boca do povo

Nem adianta fazer a egípcia! Entendeu? Veja o glossário

com as principais expressões da internet


            Lacrou, biscoiteiro, crush. Quem nunca se deparou com ao menos uma dessas palavras não passa muito tempo nas redes sociais. Do dia para a noite, palavras e frases começaram a definir sentimentos e acontecimentos, e o sucesso desse tour foi parar no vocabulário de muita gente. O dialeto já não se restringe só à web. O contato constante com palavras do ambiente on-line acaba rompendo a barreira entre o mundo virtual e o mundo real. Quando menos se espera, começamos a repetir, em conversas do dia a dia, o que aprendemos na internet. A partir daí, juntamos palavras já conhecidas do nosso idioma às novas expressões.


Glossário de expressões

Biscoiteiro: alguém que faz de tudo para ter atenção o tempo inteiro, para ter curtidas.

Chamar no probleminha: conversar no privado.

Crush: alguém que desperta interesse.

Divou: estar muito produzida, sair bem em uma foto, assim como uma diva.

Fazer a egípcia: ignorar algo.

Lacrou/sambou: ganhar uma discussão com bons argumentos a ponto de não haver possibilidade de resposta.

Stalkear : investigar sobre a vida de alguém nas redes sociais.


Disponível em: https://odia.ig.com.br. Acesso em: 19 jun. 2019 (adaptado).



Embora migrando do ambiente on-line para o vocabulário das pessoas fora da rede, essas expressões não são consideradas como características do uso padrão da língua porque

A
definem sentimentos e acontecimentos corriqueiros na web.
B
constituem marcas específicas de uma determinada variedade.
C
passam a integrar a fala das pessoas em conversas cotidianas.
D
são empregadas por quem passa muito tempo nas redes sociais.
E
complementam palavras e expressões já conhecidas do português.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

As letras de samba normalmente se caracterizam por apresentarem marcas informais do uso da língua. Nessa letra de Nelson Sargento, são exemplos dessas marcas

Falso moralista


Você condena o que a moçada anda fazendo

e não aceita o teatro de revista

arte moderna pra você não vale nada

e até vedete você diz não ser artista


Você se julga um tanto bom e até perfeito

Por qualquer coisa deita logo falação

Mas eu conheço bem o seu defeito

e não vou fazer segredo não


Você é visto toda sexta no Joá

e não é só no Carnaval que vai pros bailes se acabar

Fim de semana você deixa a companheira

e no bar com os amigos bebe bem a noite inteira


Segunda-feira chega na repartição

pede dispensa para ir ao oculista

e vai curar sua ressaca simplesmente

Você não passa de um falso moralista


NELSON SARGENTO. Sonho de um sambista. São Paulo: Eldorado, 1979.
A
“falação” e “pros bailes”.
B
“você” e “teatro de revista”.
C
“perfeito” e “Carnaval”.
D
“bebe bem” e “oculista”.
E
“curar” e “falso moralista”.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes pessoais retos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

No texto, constata-se que os usos de pronomes variaram ao longo do tempo e que atualmente têm empregos diversos pelas regiões do Brasil. Esse processo revela que

    Os linguistas têm notado a expansão do tratamento informal. “Tenho 78 anos e devia ser tratado por senhor, mas meusalunosmaisjovensmetratam por você”,dizoprofessor Ataliba Castilho, aparentemente sem se incomodar com a informalidade, inconcebível em seus tempos de estudante. O você, porém, não reinará sozinho. O tu predomina em Porto Alegre e convive com o você no Rio de Janeiro e em Recife, enquanto você é o tratamento predominante em São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Salvador. O tu já era mais próximo e menos formal que você nas quase 500 cartas do acervo on-line de uma instituição universitária, quase todas de poetas, políticos e outras personalidades do final do século XIX e início do XX.


Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 21 abr. 2015 (adaptado).
A
a escolha de “você” ou de “tu” está condicionada à idade da pessoa que usa o pronome.
B
a possibilidade de se usar tanto “tu” quanto “você” caracteriza a diversidade da língua.
C
o pronome “tu” tem sido empregado em situações informais por todo o país.
D
a ocorrência simultânea de “tu” e de “você” evidencia a inexistência da distinção entre níveis de formalidade.
E
o empregode“você”em documentosescritosdemonstra que a língua tende a se manter inalterada.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Falso moralista


        Você condena o que a moçada anda fazendo

        e não aceita o teatro de revista

        arte moderna pra você não vale nada

        e até vedete você diz não ser artista


        Você se julga um tanto bom e até perfeito

        Por qualquer coisa deita logo falação

        Mas eu conheço bem o seu defeito

        e não vou fazer segredo não


        Você é visto toda sexta no Joá

        e não é só no Carnaval que vai pros bailes se acabar

        Fim de semana você deixa a companheira

        e no bar com os amigos bebe bem a noite inteira


        Segunda-feira chega na repartição

        pede dispensa para ir ao oculista

        e vai curar sua ressaca simplesmente

        Você não passa de um falso moralista

NELSON SARGENTO. Sonho de um sambista. São Paulo: Eldorado, 1979.


As letras de samba normalmente se caracterizam por apresentarem marcas informais do uso da língua. Nessa letra de Nelson Sargento, são exemplos dessas marcas

A
“falação” e “pros bailes”.
B
“você” e “teatro de revista”.
C
“perfeito” e “Carnaval”.
D
“bebe bem” e “oculista”.
E
“curar” e “falso moralista”.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes pessoais retos, Variação Linguística, Morfologia - Pronomes

    Os linguistas têm notado a expansão do tratamento informal. “Tenho 78 anos e devia ser tratado por senhor, mas meus alunos mais jovens me tratam por você", diz o professor Ataliba Castilho, aparentemente sem se incomodar com a informalidade, inconcebível em seus tempos de estudante. O você, porém, não reinará sozinho. O tu predomina em Porto Alegre e convive com o você no Rio de Janeiro e em Recife, enquanto você é o tratamento predominante em São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Salvador. O tu já era mais próximo e menos formal que você nas quase 500 cartas do acervo on-line de uma instituição universitária, quase todas de poetas, políticos e outras personalidades do final do século XIX e início do XX.

Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 21 abr. 2015 (adaptado).

No texto, constata-se que os usos de pronomes variaram ao longo do tempo e que atualmente têm empregos diversos pelas regiões do Brasil. Esse processo revela que

A
a escolha de “você” ou de “tu” está condicionada à idade da pessoa que usa o pronome.
B
a possibilidade de se usar tanto “tu” quanto “você” caracteriza a diversidade da língua.
C
o pronome “tu” tem sido empregado em situações informais por todo o país.
D
a ocorrência simultânea de “tu” e de “você” evidencia a inexistência da distinção entre níveis de formalidade.
E
o emprego de “você” em documentos escritos demonstra que a língua tende a se manter inalterada.
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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes pessoais retos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

No texto, constata-se que os usos de pronomes variaram ao longo do tempo e que atualmente têm empregos diversos pelas regiões do Brasil. Esse processo revela que

    Os linguistas têm notado a expansão do tratamento informal. “Tenho 78 anos e devia ser tratado por senhor, mas meus alunos mais jovens me tratam por você”, diz o professor Ataliba Castilho, aparentemente sem se incomodar com a informalidade, inconcebível em seus tempos de estudante. O você, porém, não reinará sozinho. O tu predomina em Porto Alegre e convive com o você no Rio de Janeiro e em Recife, enquanto você é o tratamento predominante em São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Salvador. O tu já era mais próximo e menos formal que você nas quase 500 cartas do acervo on-line de uma instituição universitária, quase todas de poetas, políticos e outras personalidades do final do século XIX e início do XX.

Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 21 abr. 2015 (adaptado). 
A
a escolha de “você” ou de “tu” está condicionada à idade da pessoa que usa o pronome.
B
a possibilidade de se usar tanto “tu” quanto “você” caracteriza a diversidade da língua.
C
o pronome “tu” tem sido empregado em situações informais por todo o país.
D
a ocorrência simultânea de “tu” e de “você” evidencia a inexistência da distinção entre níveis de formalidade.
E

o emprego de “você” em documentos escritos demonstra que a língua tende a se manter inalterada.

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ENEM 2021 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

As letras de samba normalmente se caracterizam por apresentarem marcas informais do uso da língua. Nessa letra de Nelson Sargento, são exemplos dessas marcas

Falso moralista

Você condena o que a moçada anda fazendo
e não aceita o teatro de revista
arte moderna pra você não vale nada
e até vedete você diz não ser artista

Você se julga um tanto bom e até perfeito
Por qualquer coisa deita logo falação
Mas eu conheço bem o seu defeito
e não vou fazer segredo não

Você é visto toda sexta no Joá
e não é só no Carnaval que vai pros bailes se acabar
Fim de semana você deixa a companheira
e no bar com os amigos bebe bem a noite inteira

Segunda-feira chega na repartição
pede dispensa para ir ao oculista
e vai curar sua ressaca simplesmente
Você não passa de um falso moralista

NELSON SARGENTO. Sonho de um sambista. São Paulo: Eldorado, 1979.
A
“falação” e “pros bailes”.
B
“você” e “teatro de revista”.
C
“perfeito” e “Carnaval”.
D
“bebe bem” e “oculista”.
E
“curar” e “falso moralista”.
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ENEM 2020 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística


O Globo, 12 fev. 2012 (adaptado).


Considerando-se os contextos de uso de “Todas chora”, essa expressão é um exemplo de variante linguística

A
típica de pessoas despreocupadas em seguir as regras de escrita.
B
usada como recurso para atrair a atenção de interlocutores e consumidores.
C
transposta de situações de interação típicas de ambientes rurais do interior do Brasil.
D
incompatível com ambientes frequentados por usuários da norma-padrão da língua.
E
condenável em produtos voltados para uma clientela exigente e interessada em novidades.
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ENEM 2020 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Caso pluvioso

A chuva me irritava. Até que um dia

descobri que maria é que chovia.


A chuva era maria. E cada pingo

de maria ensopava o meu domingo.


E meus ossos molhando, me deixava

como terra que a chuva lavra e lava.


E eu era todo barro, sem verdura...

maria, chuvosíssima criatura!


Ela chovia em mim, em cada gesto,

pensamento, desejo, sono, e o resto.


Era chuva fininha e chuva grossa,

Matinal e noturna, ativa... Nossa!


ANDRADE, C. D. Viola de bolso. Rio de Janeiro: José Olympio, 1952 (fragmento).


Considerando-se a exploração das palavras “maria” e “chuvosíssima” no poema, conclui-se que tal recurso expressivo é um(a)

A
registro social típico de variedades regionais.
B
variante particular presente na oralidade.
C
inovação lexical singularizante da linguagem literária.
D
marca de informalidade característica do texto literário.
E
traço linguístico exclusivo da linguagem poética.
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ENEM 2020 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

    Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se veem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso pais, os autores e os escritores, com especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma — usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro. 
BARRETO. L Triste fim de Policarpo Quaresma.
Disponível em www.dominiopúblico.gov.br   Acesso em 26 jun. 2012

Nessa petição da pitoresca personagem do romance de Lima Barreto, o uso da norma-padrão justifica-se pela

A
situação social de enunciação representada.
B
divergência teórica entre gramáticos e literatos.
C
pouca representatividade das línguas indígenas.
D
atitude irônica diante da língua dos colonizadores.
E
tentativa de solicitação do documento demandado.
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ENEM 2020 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Problemas da língua culta


A frase, titulo do filme, reproduz uma variedade linguística recorrente na fala de muitos brasileiros.

Essa estrutura caracteriza-se pelo(a)

A
uso de uma marcação temporal.
B
imprecisão do referente de pessoa.
C
organização interrogativa da frase.
D
utilização de um verbo de ação.
E
apagamento de uma preposição.
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ENEM 2019, ENEM 2019 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Prezada senhorita,
   Tenho a honra de comunicar a V. S. que resolvi, de acordo com o que foi conversado com seu ilustre progenitor, o tabelião juramentado Francisco Guedes, estabelecido à Rua da Praia, número 632, dar por encerrados nossos entendimentos de noivado. Como passei a ser o contabilista-chefe dos Armazéns Penalva, conceituada firma desta praça, não me restará, em face dos novos e pesados encargos, tempo útil para os deveres conjugais.
   Outrossim, participo que vou continuar trabalhando no varejo da mancebia, como vinha fazendo desde que me formei em contabilidade em 17 de maio de 1932, em solenidade presidida pelo Exmo. Sr. Presidente do Estado e outras autoridades civis e militares, bem assim como representantes da Associação dos Varejistas e da Sociedade Cultural e Recreativa José de Alencar.
   Sem mais, creia-me de V. S. patrício e admirador,
    Sabugosa de Castro

CARVALHO, J. C. Amor de contabilista. In: Porque Lulu Bergatim não atravessou o Rubicon. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971.

A exploração da variação linguística é um elemento que pode provocar situações cômicas. Nesse texto, o tom de humor decorre da incompatibilidade entre

A
o objetivo de informar e a escolha do gênero textual.
B
a linguagem empregada e os papéis sociais dos interlocutores.
C
o emprego de expressões antigas e a temática desenvolvida no texto.
D
as formas de tratamento utilizadas e as exigências estruturais da carta.
E
o rigor quanto aos aspectos formais do texto e a profissão do remetente.
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ENEM 2010 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el - carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.

Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).

Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se

A
na fonologia.
B
no uso do léxico.
C
no grau de formalidade.
D
na organização sintática.
E
na estruturação morfológica.
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ENEM 2014 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística



Disponível em: http://blog.planalto.gov.br. Acesso em: 29 fev. 2012.

Anúncios publicitários geralmente fazem uso de elementos verbais e não verbais. Nessa peça publicitária, a imagem, que simula um manual, e o texto verbal, que faz uso de uma variedade de língua específica, combinados, pretendem

A
fazer a gradação de comportamentos e de atitudes em termos da gravidade de efeitos da bebida alcoólica.
B

aconselhar o leitor da peça publicitária a não “pegar” a namorada do amigo para o “bicho não pegar”.

C
promover a mudança de comportamento dos jovens em relação ao consumo do álcool e à direção.
D
demonstrar que a viagem de ônibus ou de táxi é mais segura, independentemente do consumo de álcool.
E
incentivar a prática da carona em carros de motoristas do sexo feminino.
0f5185dd-4e
ENEM 2013 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

O cordelista por ele mesmo


Aos doze anos eu era

forte, esperto e nutrido.

Vinha do Sítio de Piroca

muito alegre e divertido

vender cestos e balaios

que eu mesmo havia tecido.

Passava o dia na feira

e à tarde regressava

levando umas panelas

que minha mãe comprava

e bebendo água salgada

nas cacimbas onde passava.

BORGES, J. F. Dicionário dos sonhos e outras histórias de cordel. Porto Alegre: LP&M, 2003 (fragmento).


Literatura de cordel é uma criação popular em verso, cuja linguagem privilegia, tematicamente, histórias de cunho regional, lendas, fatos ocorridos para firmar certas crenças e ações destacadas nas sociedades locais. A respeito do uso das formas variantes da linguagem no Brasil, o verso do fragmento que permite reconhecer uma região brasileira é

A
“muito alegre e divertido”.
B
“Passava o dia na feira”.
C
“levando umas panelas”
D
“que minha mãe comprava”
E
“nas cacimbas onde passava”.
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ENEM 2011 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Diz-se, em termos gerais, que é preciso "falar a mesma língua": o português, por exemplo, que é a língua que utilizamos. Mas trata-se de uma língua portuguesa ou de várias línguas portuguesas? O português da Bahia é o mesmo português do Rio Grande do Sul? Não está cada um deles sujeito a influências diferentes — linguísticas, climáticas, ambientais? O português do médico é igual ao do seu cliente? O ambiente social e o cultural não determinam a língua? Estas questões levam à constatação de que existem níveis de linguagem. O vocabulário, a sintaxe e mesmo a pronúncia variam segundo esses níveis.

VANOYE, F. Usos da linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1981 (fragmento).


Na fala e na escrita, são observadas variações de uso, motivadas pela classe social do indivíduo, por sua região, por seu grau de escolaridade, pelo gênero, pela intencionalidade do ato comunicativo, ou seja, pelas situações linguísticas e sociais em que a linguagem é empregada. A variedade linguística adequada à situação específica de uso social está expressa

A
na fala de um professor ao iniciar a aula no ensino superior: "Fala galerinha do mal! Hoje vamos estudar um negócio muito importante".
B
na leitura de um discurso de uma autoridade pública na inauguração de um estabelecimento educacional: “Senhores cidadões do Brasil, com alegria, inauguramos mais uma escola para a melhor educação de nosso país".
C
no memorando da diretora da escola ao responsável por um aluno: "Responsável pelo aluno Henrique, dê uma chegadinha na diretoria da escola para saber o que o seu filhinho anda fazendo de besteira”.
D
na fala de uma criança, na tentativa de convencer a mãe a entregar-lhe a mesada: "Mãe, assim não dá para ser feliz! Dá pra liberar minha mesada? Prometo que só vou tirar notão nas próximas provas".
E
na fala de uma mãe em resposta ao filho que solicitou a mesada: "Caro descendente, por obséquio, antecipe a prestação de suas contas, a fim de fazer jus ao solicitado".
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ENEM 2011 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Foi sempre um gaúcho quebralhão, e despilchado sempre, por ser muito de mãos abertas. Se numa mesa de primeira ganhava uma ponchada de balastracas, reunia a gurizada da casa, fazia pi! pi! pi! como pra galinhas e semeava as moedas, rindo-se do formigueiro que a miuçada formava, catando as pratas no terreiro. Gostava de sentar um laçaço num cachorro, mas desses laçaços de apanhar da palheta à virilha, e puxado a valer, tanto que o bicho que o tomava, de tanto sentir dor, e lombeando-se, depois de disparar um pouco é que gritava, num caim! caim! caim! de desespero.

LOPES NETO, J. S. Contrabandista. In: SALES, H. (org). Antologia de contos brasileiros. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001 (adaptado).


A língua falada no Brasil apresenta vasta diversidade, que se manifesta de acordo com o lugar, a faixa etária, a classe social, entre outros elementos. No fragmento do texto literário, a variação linguística destaca-se

A
por inovar na organização das estruturas sintáticas.
B
pelo uso de vocabulário marcadamente regionalista.
C
por distinguir, no diálogo, a origem social dos falantes.
D
por adotar uma grafia típica do padrão culto, na escrita.
E
pelo entrelaçamento de falas de crianças e adultos.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Um menino aprende a ler


Minha mãe sentava-se a coser e retinha-me de livro na mão, ao lado dela, ao pé da máquina de costura. O livro tinha numa página a figura de um bicho carcunda ao lado da qual, em letras graúdas, destacava-se esta palavra: ESTÔMAGO. Depois de soletrar “es-to-ma-go”, pronunciei “estomágo”. Eu havia pronunciado bem as duas primeiras palavras que li, camelo e dromedário. Mas estômago, pronunciei estomágo. Minha mãe, bonita como só pode ser mãe jovem para filho pequeno, o rosto alvíssimo, os cabelos enrolados no pescoço, parou a costura e me fitou de fazer medo: “Gilberto!”. Estremeci. “Estomágo? Leia de novo, soletre”. Soletrei, repeti: “Estomágo”. Foi o diabo.

Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse então, a palavra estômago. A cozinheira, o estribeira, os criados, Bernarda, diziam “estambo”. “Estou com uma dor na boca do estambo...”, “Meu estambo está tinindo...”. Meus pais teriam pronunciado direito na minha presença, mas eu não me lembrava. E criança, como o povo, sempre que pode repele proparoxítono.

AMADO, G. História da minha infância. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.


No trecho, em que o narrador relembra um episódio de sua infância, revela-se a possibilidade de a língua se realizar de formas diferentes. Com base no texto, a passagem em que se constata uma marca de variedade linguística pouco prestigiada é:

A
“O livro tinha numa página a figura de um bicho carcunda ao lado da qual, em letras graúdas, destacava-se esta palavra: ESTÔMAGO”.
B
“'Gilberto!’. Estremeci. 'Estomágo? Leia de novo, soletre’. Soletrei, repeti: 'Estomágo’”.
C
“Eu havia pronunciado bem as duas primeiras palavras que li, camelo e dromedário”.
D
“Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse então, a palavra estômago”.
E
“A cozinheira, o estribeira, os criados, Bernarda, diziam 'estambo’”.
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ENEM 2017 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos assuntos no mundo que não compreendia e esmoreceu. Mas uma mosca fez um ângulo reto no ar, depois outro, além disso, os seis anos são uma idade de muitas coisas pela primeira vez, mais do que uma por dia e, por isso, logo depois, arribou. Os assuntos que não compreendia eram uma espécie de tontura, mas o Ilídio era forte.

Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca esqueças de tratar da cabra. O Ilídio não gostava que a mãe o mandasse tratar da cabra. Se estava ocupado a contar uma história a um guarda-chuva, não queria ser interrompido. Às vezes, a mãe escolhia os piores momentos para chamá-lo, ele podia estar a contemplar um segredo, por isso, assustava-se e, depois, irritava-se. Às vezes, fazia birras no meio da rua. A mãe envergonhava-se e, mais tarde, em casa, dizia que as pessoas da vila nunca tinham visto um menino tão velhaco. O Ilídio ficava enxofrado, mas lembrava-se dos homens que lhe chamavam reguila, diziam ah, reguila de má raça. Com essa memória, recuperava o orgulho. Era reguila, não era velhaco. Essa certeza dava-lhe forças para protestar mais, para gritar até, se lhe apetecesse.

PEIXOTO, J. L. Livro. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.


No texto, observa-se o uso característico do português de Portugal, marcadamente diferente do uso do português do Brasil. O trecho que confirma essa afirmação é:

A
“Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos assuntos no mundo que não compreendia e esmoreceu.”
B
“Os assuntos que não compreendia eram uma espécie de tontura, mas o Ilídio era forte.”
C
“Essa certeza dava-lhe forças para protestar mais, para gritar até, se lhe apetecesse.”
D
“Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca esqueças de tratar da cabra.”
E
“O Ilídio não gostava que a mãe o mandasse tratar da cabra.”