Pelo menos em cinco passagens do texto, o
narrador emprega o recurso da intertextualidade.
Como se sabe, esse recurso ocorre quando um texto
remete a outro texto que faz parte da memória social
de uma coletividade.
Pode-se dizer que acontece um verdadeiro diálogo
entre textos. Vamos ater-nos a três ocorrências das
cinco ou seis encontrados no texto:
I. “A lâmpada, enorme, esfregada, não fez
aparecer nenhum gênio” (linhas 37-38).
II. “Raskólnikov. O mais estranho é que houve
crime, e não castigo” (linhas 44-45).
III. “Eu fiquei por conta das Fúrias de um remorso,
que me perseguiu toda a infância, veio comigo
[...]” (linhas 47-52).
Assinale V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o
que se diz sobre os três casos de intertextualidade
transcritos:
( ) Na ocorrência I, o narrador intertextualiza
com um dos contos que compõem a
coletânea “As mil e uma noites”, no caso, a
história de Aladim e a lâmpada maravilhosa.
Ao intertextualizar com esse conto, de certa
forma desautoriza-o: com ele, a magia da
lâmpada não se revelou. O fracasso com a
lâmpada enfatiza o estado de espírito
negativo do narrador.
( ) Na ocorrência II, há alusão ao romance
Crime e Castigo, do escritor russo Fiódor
Dostoiévisk. Essa obra narra a história de um
estudante pobre, Raskólnikov, que mata
uma velha usurária que vive dos juros do
dinheiro que empresta. Raskólnikov é
consumido pelo remorso e entrega-se à
polícia. Ao dialogar com a obra de
Dostoiévisk, o narrador põe-se no lugar de
Raskólnikov. Percebe-se uma dose de fina
ironia justificável no contexto.
( ) Não se podem apontar diferenças entre os
crimes do narrador e o do estudante russo.
( ) Há, no terceiro caso de intertextualidade, um
diálogo com o discurso mítico. As Fúrias,
entidades da mitologia grega, eram
encarregadas de atormentar os criminosos.
Ao considerar-se sob a tutela das Fúrias, o
narrador expressa o tormento em que estava
mergulhado por causa dos furtos.
Está correta, de cima para baixo, a sequência
seguinte: