Feito em casa
Na era digital, as empresas de tecnologia costumam desbravar novos territórios. No entanto, há duas semanas, uma decisão do Yahoo! causou polêmica: a empresa de tecnologia decidiu banir o home ofice de todas as suas fiais. A justificativa enviada aos funcionários foi a de que “a velocidade e a qualidade são muitas vezes sacrificadas quando se trabalha em casa”
No Brasil, continua-se a defender a prática, mas com ressalvas: há vários cuidados necessários para torná-la realmente eficiente.
Diego Gomes, paulistano, funcionário de uma instituição bancária, trabalha dois dias por semana em casa. Ele optou pelo trabalho remoto no dia do rodízio de seu carro e na sexta-feira, quando o trânsito é pior.
Apesar de reconhecer os benefícios, ele afirma que precisou tomar precauções para sua produtividade não ser afetada, como criar um ambiente de escritório em casa e conversar com sua família. “[Com a família] precisa ser duro: das 9 h às 18 h, estou trabalhando: não vou ao mercado e não vou consertar chuveiro. Tem que deixar claro.”
No banco onde Diego atua, os funcionários que se interessam pelo teletrabalho têm de participar de um workshop e precisam fazer uma autoavaliação. Eles precisam verificar, por exemplo, se trabalham com independência e se sabem cumprir metas diárias ou se sua performance precisa de acompanhamento constante.
As empresas também procuram descartar certos funcionários na hora de escolher quem fará home office. A diretora de RH Edna Bedani afirma que estagiários não devem atuar em casa. “São pessoas em formação, que precisam de orientação”, afirma.
Especialistas também destacam a necessidade de disciplina do profissional que fica em casa. “É preciso manter a rotina como se você fosse para o escritório: acordar, tomar banho, tomar café, vestir-se etc., afirma Jorge Matos, presidente de uma agência especializada em gestão de pessoas e carreiras.