Questõesde USP sobre Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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Foram encontradas 105 questões
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USP 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No conhecido poema “Receita de mulher”, de que se reproduziu aqui um excerto, o tratamento dado ao tema da beleza feminina manifesta a

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A
oscilação do poeta entre a angústia do pecador (tendo em vista sua educação jesuítica) e o impudor do libertino.
B
conjugação, na sensibilidade do poeta, de interesse sexual e encantamento estético, expresso de modo provocador e bem-humorado.
C
idealização da mulher a que chega o poeta quando, na velhice, arrefeceu-lhe o desejo sexual.
D
crítica ao caráter frívolo que, por associar-se ao consumo, o amor assume na contemporaneidade.
E
síntese, pela via do erotismo, das tendências europeizantes e nacionalistas do autor.
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USP 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Tendo em vista o conjunto de proposições e teses desenvolvidas em A cidade e as serras, pode-se concluir que é coerente com o universo ideológico dessa obra o que se afirma em:

A
A personalidade não se desenvolve pelo simples acúmulo passivo de experiências, desprovido de empenho radical, nem, tampouco, pela simples erudição ou pelo privilégio.
B
A atividade intelectual do indivíduo deve-se fazer acompanhar do labor produtivo do trabalho braçal, sem o que o homem se infelicita e desviriliza.
C
O sentimento de integração a um mundo finalmente reconciliado, o sujeito só o alcança pela experiência avassaladora da paixão amorosa, vivida como devoção irracional e absoluta a outro ser.
D
Elites nacionais autênticas são as que adotam, como norma de sua própria conduta, os usos e costumes do país profundo, constituído pelas populações pobres e distantes dos centros urbanos.
E
Uma vida adulta equilibrada e bem desenvolvida em todos os seus aspectos implica a participação do indivíduo na política partidária, nas atividades religiosas e na produção literária.
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Destes comentários sobre os trechos sublinhados, o único que está correto é:

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A
tragava dois dedos de parati” (L. 3): expressão típica da variedade linguística predominante no discurso do narrador.
B
“‘pra cortar a friagem’” (L. 3 e 4): essa expressão está entre aspas, no texto, para indicar que se trata do uso do discurso indireto livre.
C
“patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos” (L. 10 e 11): assume o sentido de “registravam oficialmente”.
D
posto que em detrimento das suas forças físicas” (L. 26 e 27): equivale, quanto ao sentido, a “desde que em favor”.
E
“tornava-se (...) imprevidente” (L. 13 e 14) e “resignando-se (...) às imposições do sol” (L. 16 e 17): trata-se do mesmo prefixo, apresentando, portanto, idêntico sentido.
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No trecho “dos maravilhosos despenhadeiros ilimitados e das cordilheiras sem fim, donde, de espaço a espaço, surge um monarca gigante” (L. 35 a 37), o narrador tem como referência

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A
a Chapada dos Guimarães, anteriormente coberta por vegetação de cerrado.
B
os desfiladeiros de Itaimbezinho, outrora revestidos por exuberante floresta tropical.
C
a Chapada Diamantina, então coberta por florestas de araucárias.
D
a Serra do Mar, que abrigava originalmente a densa Mata Atlântica.
E
a Serra da Borborema, caracterizada, no passado, pela vegetação da caatinga.
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Um traço cultural que decorre da presença da escravidão no Brasil e que está implícito nas considerações do narrador do excerto é a

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A
desvalorização da mestiçagem brasileira.
B
promoção da música a emblema da nação.
C
desconsideração do valor do trabalho.
D
crença na existência de um caráter nacional brasileiro.
E
tendência ao antilusitanismo.
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Os costumes a que adere Jerônimo em sua transformação, relatada no excerto, têm como referência, na época em que se passa a história, o modo de vida

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A
dos degredados portugueses enviados ao Brasil sem a companhia da família.
B
dos escravos domésticos, na região urbana da Corte, durante o Segundo Reinado.
C
das elites produtoras de café, nas fazendas opulentas do Vale do Paraíba fluminense.
D
dos homens livres pobres, particularmente em região urbana.
E
dos negros quilombolas, homiziados em refúgios isolados e anárquicos.
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Ao comparar Jerônimo com uma crisálida, o narrador alude, em linguagem literária, a fenômenos do desenvolvimento da borboleta, por meio das seguintes expressões do texto:


I. “transformação, lenta e profunda” (L. 5);


II. “reviscerando” (L. 6);


III. “alando” (L. 7);


IV. “trabalho misterioso e surdo” (L. 7).


Tais fenômenos estão corretamente indicados em

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A
I, apenas.
B
I e II, apenas.
C
III e IV, apenas.
D
II, III e IV, apenas.
E
I, II, III e IV.
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Considere as seguintes afirmações, relacionadas ao excerto de O cortiço:



I. O sol, que, no texto, se associa fortemente ao Brasil e à “pátria”, é um símbolo que percorre o livro como manifestação da natureza tropical e, em certas passagens, representa o princípio masculino da fertilidade.



II. A visão do Brasil expressa no texto manifesta a ambiguidade do intelectual brasileiro da época em que a obra foi escrita, o qual acatava e rejeitava a sua terra, dela se orgulhava e envergonhava, nela confiava e dela desesperava.



III. O narrador aceita a visão exótico-romântica de uma natureza (brasileira) poderosa e transformadora, reinterpretando-a em chave naturalista.


Aplica-se ao texto o que se afirma em

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A
I, somente.
B
II, somente.
C
II e III, somente.
D
I e III, somente.
E
I, II e III.
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USP 2011 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Como não expressa visão populista nem elitista, o livro não idealiza os pobres e rústicos, isto é, não oculta o dano causado pela privação, nem os representa como seres desprovidos de vida interior; ao contrário, o livro trata de realçar, na mente dos desvalidos, o enlace estreito e dramático de limitação intelectual e esforço reflexivo.

Essas afirmações aplicam-se ao modo como, na obra

A
Auto da barca do inferno, são representados os judeus, marginalizados na sociedade portuguesa medieval.
B
Memórias de um sargento de milícias, são figuradas Luisinha e as crias da casa de D. Maria.
C
Dom Casmurro, são figurados os escravos da casa de D. Glória.
D
A cidade e as serras, são representados os camponeses de Tormes.
E
Vidas secas, são figurados Fabiano, sinha Vitória e os meninos.
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USP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Considere a seguinte afirmação: Ambas as obras criticam a sociedade, mas apenas a segunda milita pela subversão da hierarquia social nela representada.

Observada a sequência, essa afirmação aplica-se a

A
A cidade e as serras e Capitães da areia.
B
Vidas secas e Memórias de um sargento de milícias.
C
O cortiço e Iracema.
D
Auto da barca do inferno e A cidade e as serras.
E
Iracema e Memórias de um sargento de milícias.
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USP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A linguagem de cunho popular que está presente tanto na fala das personagens quanto no discurso do narrador do romance de Manuel Antônio de Almeida, está mais bem exemplificada em:

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A
“quando tem pouco que fazer”; “cumpria sabê-lo aproveitar”.
B
“Foi a sua salvação”; “a que o marujo pertencia”.
C
“saber fazer render a nova posição”; “Chegaram com feliz viagem ao seu destino”.
D
“puxar conversa”; “entendedor do riscado”.
E
“adoeceram dois marinheiros”; “sólida reputação”.
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USP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Assim como faz o barbeiro, nesse trecho de Memórias de um sargento de milícias, também a personagem José Dias, de Dom Casmurro, irá se passar por médico (homeopata), para obter meios de subsistência.

Essa correlação indica que

I. estamos diante de uma linha de continuidade temática entre o romance de Manuel Antônio de Almeida e o romance machadiano da maturidade.

II. agregados transgrediam com bastante desenvoltura princípios morais básicos, razão pela qual eram proibidos de conviver com a rígida família patriarcal do Império.

III. os protagonistas desses romances decalcam um mesmo modelo literário: o do pícaro, herói do romance picaresco espanhol.

Está correto o que se afirma em

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A
I, apenas.
B
II, apenas.
C
I e II, apenas.
D
II e III, apenas.
E
I, II e III.
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USP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Neste trecho, em que narra uma cena relacionada ao tráfico de escravos, o narrador não emite julgamento direto sobre essa prática. Ao adotar tal procedimento, o narrador

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A
revela-se cúmplice do mercado negreiro, pois fica subentendido que o considera justo e irrepreensível.
B
antecipa os métodos do RealismoNaturalismo, o qual, em nome da objetividade, também abolirá os julgamentos de ordem social, política e moral.
C
prefigura a poesia abolicionista de Castro Alves, que irá empregá-lo para melhor expor à execração pública o horror da escravidão.
D
contribui para que se constitua a atmosfera de ausência de culpa que caracteriza a obra.
E
mostra-se consciente de que a responsabilidade pelo comércio de escravos cabia, principalmente, aos próprios africanos, e não ao tráfico negreiro.
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Das seguintes afirmações acerca de diferentes elementos linguísticos do texto, a única correta é:

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A
A expressão sublinhada em “para curar a gente a bordo” (L. 12) deve ser entendida como pronome de tratamento de uso informal.
B
A fórmula de tratamento (L. 14) com que o barbeiro se dirige ao marujo mantém o tom cerimonioso do início do diálogo.
C
O destaque gráfico da palavra “muito” (L. 14) produz um efeito de sentido que é reforçado pelas reticências.
D
O pronome possessivo usado nos trechos “saiu o nosso homem” (L. 18) e “lanceta do nosso homem” (L. 30) configura o chamado plural de modéstia.
E
A palavra “fortuna”, tal como foi empregada na linha 19, pode ser substituída por “bens”, sem prejuízo para o sentido.
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USP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

                         - Não entra a polícia! Não deixa entrar! Aguenta! Aguenta!
                         - Não entra! Não entra! Repercutiu a multidão em coro.
                           E todo o cortiço ferveu que nem uma panela ao fogo.
                         -Aguenta! Aguenta!

                                                    Aluísio Azevedo, O Cortiço, 1890, parte X.


O fragmento acima mostra a resistência dos moradores de um cortiço à entrada de policiais no local. O romance de Aluísio Azevedo

A
representa as transformações urbanas do Rio de Janeiro no período posterior à abolição da escravidão e o difícil convívio entre ex-escravos, imigrantes e poder público.
B
defende a monarquia recém-derrubada e demonstra a dificuldade da República brasileira de manter a tranquilidade e a harmonia social após as lutas pela consolidação do novo regime.
C
denuncia a falta de policiamento na então capital brasileira e atribui os problemas sociais existentes ao desprezo da elite paulista cafeicultora em relação ao Rio de Janeiro.
D
valoriza as lutas sociais que se travavam nos morros e na periferia da então capital federal e as considera um exemplo para os demais setores explorados da população brasileira.
E
apresenta a imigração como a principal origem dos males sociais por que o país passava, pois os novos empregados assalariados tiraram o trabalho dos escravos e os marginalizaram.
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Os aspectos expressivo e exortativo do texto conjugam-se, de modo mais evidente, no verso:

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A
“Mudas telepáticas”. (V. 2)
B
“Mas oh não se esqueçam”. (V. 9)
C
“Da rosa da rosa”. (V. 10)
D
“Estúpida e inválida”. (V. 14)
E
“A antirrosa atômica”. (V. 16)
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USP 2010 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Dentre os recursos expressivos presentes no poema, podem-se apontar a sinestesia e a aliteração, respectivamente, nos versos

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A
2 e 17.
B
1 e 5.
C
8 e 15.
D
9 e 18.
E
14 e 3.
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Neste poema,

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A
a referência a um acontecimento histórico, ao privilegiar a objetividade, suprime o teor lírico do texto.
B
parte da força poética do texto provém da associação da imagem tradicionalmente positiva da rosa a atributos negativos, ligados à ideia de destruição.
C
o caráter politicamente engajado do texto é responsável pela sua despreocupação com a elaboração formal.
D
o paralelismo da construção sintática revela que o texto foi escrito originalmente como letra de canção popular.
E
o predomínio das metonímias sobre as metáforas responde, em boa medida, pelo caráter concreto do texto e pelo vigor de sua mensagem.
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Leia o trecho de Machado de Assis sobre Iracema, de José de Alencar, e responda ao que se pede.

“....... é o ciúme e o valor marcial; ....... a austera sabedoria dos anos; Iracema o amor. No meio destes caracteres distintos e animados, a amizade é simbolizada em ....... . Entre os indígenas a amizade não era este sentimento, que à força de civilizar-se, tornou-se raro; nascia da simpatia das almas, avivava- se com o perigo, repousava na abnegação recíproca; ....... e ....... são os dois amigos da lenda, votados à mútua estima e ao mútuo sacrifício”.

Machado de Assis, Crítica.

No trecho, os espaços pontilhados serão corretamente preenchidos, respectivamente, pelos nomes das seguintes personagens de Iracema:

A
Caubi, Jacaúna, Araquém, Araquém, Martim.
B
Martim, Irapuã, Poti, Caubi, Martim.
C
Poti, Araquém, Japi, Martim, Japi
D
Araquém, Caubi, Irapuã, Irapuã, Poti.
E
Irapuã, Araquém, Poti, Poti, Martim.
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Poema ZEN , Pedro Xisto, 1966.

                                                        Imagem 002.jpg


Diagrama referente ao poema ZEN.


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Observe as figuras acima e assinale a alternativa correta.

A
O equilíbrio e a harmonia do poema ZEN são elementos típicos da produção poética brasileira da década de 1960. O perímetro do triângulo ABF , por exemplo, é igual ao perímetro do retângulo BCJI. .
B
O equilíbrio e a harmonia do poema ZEN podem ser observados tanto no conteúdo semântico da palavra por ele formada quanto na simetria de suas formas geométricas. Por exemplo, as áreas do triângulo ABF e do retângulo BCJI são iguais.
C
O poema ZEN pode ser considerado concreto por apresentar proporções geométricas em sua composição. O perímetro do triângulo ABF , por exemplo, é igual ao perímetro do retângulo BCGF .
D
O concretismo poético pode utilizar proporções geométricas em suas composições. No poema ZEN , por exemplo, a razão entre os perímetros do trapézio ADGF e do retângulo ADHE é menor que 7/10.
E
Augusto dos Anjos e Manuel Bandeira são representantes do concretismo poético, que utiliza proporções geométricas em suas composições. No poema ZEN , por exemplo, a razão entre as áreas do triângulo DHG e do retângulo ADHE é 1/6.