Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:
Leia o texto de Jonathan Culler para responder à questão.
(Teoria literária: uma introdução, 1999)
Leia o texto de Jonathan Culler para responder à questão.
(Teoria literária: uma introdução, 1999)
Leia o texto de Jonathan Culler para responder à questão.
(Teoria literária: uma introdução, 1999)
Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:
Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos
rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar
o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não
redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá
se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse
a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente
trancá-lo em seu quarto.
Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com
fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que
se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho
e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora,
escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda
mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja,
para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que
não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar
com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole,
agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com
jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.
(A moreninha, 1997.)
Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:
Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos
rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar
o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não
redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá
se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse
a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente
trancá-lo em seu quarto.
Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com
fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que
se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho
e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora,
escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda
mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja,
para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que
não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar
com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole,
agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com
jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.
(A moreninha, 1997.)
Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão
É em estado assim que se descobre a verdade,
(Mínima lírica, 2013.)
Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão
É em estado assim que se descobre a verdade,
(Mínima lírica, 2013.)
O escritor Mário de Andrade fez uma viagem em comitiva à Amazônia e escreveu um diário sobre o périplo, que durou de 13 de maio a 15 de agosto de 1927. Leia alguns trechos desse diário.
Belém, 19 de maio.
Depois do jantar, sem que fazer, fomos todos ao cinema ver a fita importante que os jornais e as pessoas anunciavam, William Fairbanks em Não percas tempo, filme horrível.
Manaus, 7 de junho.
De-noite, sem que fazer, fomos ao cinema. Levavam com grande barulho de anúncio William Fairbanks em Não percas tempo.
Iquitos, 25 de junho.
Me esqueci de contar: ontem, passeando, passamos pelo cinema local que com grande estardalhaço anunciava último dia do grande filme Não percas tempo com William Fairbanks. É que o filme ia e vinha no navio conosco...
(Mário de Andrade. O turista aprendiz, 2002. Adaptado.)
De Belém a Iquitos, no Peru, Mário de Andrade refere-se
Leia o trecho de A hora da estrela, de Clarice Lispector, para responder à questão.
De dia usava saia e blusa, de noite dormia de combinação. Uma colega de quarto não sabia como avisar-lhe que seu cheiro era murrinhento. E como não sabia, ficou por isso mesmo, pois tinha medo de ofendê-la. Nada nela era iridescente1 , embora a pele do rosto entre as manchas tivesse um leve brilho de opala. Mas não importava. Ninguém olhava para ela na rua, ela era café frio.
E assim se passava o tempo para a moça esta. Assoava o nariz na barra da combinação. Não tinha aquela coisa delicada que se chama encanto. Só eu a vejo encantadora. Só eu, seu autor, a amo. Sofro por ela. E só eu é que posso dizer assim: “que é que você me pede chorando que eu não lhe dê cantando”? Essa moça não sabia que ela era o que era, assim como um cachorro não sabe que é cachorro. Daí não se sentir infeliz. A única coisa que queria era viver. Não sabia para quê, não se indagava. Quem sabe, achava que havia uma gloriazinha em viver. Ela pensava que a pessoa é obrigada a ser feliz. Então era. Antes de nascer ela era uma ideia? Antes de nascer ela era morta? E depois de nascer ela ia morrer? Mas que fina talhada de melancia.
(A hora da estrela, 1998.)
1 iridescente: colorido como o arco-íris.
Leia o texto de João Vicente Ganzarolli de Oliveira para responder à questão.
No sentido amplo, a arte é uma atividade produtora, responsável pela criação de seres que, sem a intervenção humana, não existiriam. Entendendo dessa forma, são frutos da arte tanto um moteto¹ de Palestrina quanto um automóvel; uma ferramenta pré-histórica e um computador. Como a arte, também a natureza é geradora. Nelas temos duas fontes de existência das criaturas; ambas insurgem- -se contra o nada. Como diz Étienne Gilson, “A missão do artista é enriquecer o mundo com novos seres. O artista sente um impulso irresistível de violentar o nada”.
(A humanização da arte, 2006. Adaptado.)
¹moteto: tipo de composição musical medieval.
Leia o trecho de A hora da estrela, de Clarice Lispector, para responder à questão.
De dia usava saia e blusa, de noite dormia de combinação. Uma colega de quarto não sabia como avisar-lhe que seu cheiro era murrinhento. E como não sabia, ficou por isso mesmo, pois tinha medo de ofendê-la. Nada nela era iridescente1 , embora a pele do rosto entre as manchas tivesse um leve brilho de opala. Mas não importava. Ninguém olhava para ela na rua, ela era café frio.
E assim se passava o tempo para a moça esta. Assoava o nariz na barra da combinação. Não tinha aquela coisa delicada que se chama encanto. Só eu a vejo encantadora. Só eu, seu autor, a amo. Sofro por ela. E só eu é que posso dizer assim: “que é que você me pede chorando que eu não lhe dê cantando”? Essa moça não sabia que ela era o que era, assim como um cachorro não sabe que é cachorro. Daí não se sentir infeliz. A única coisa que queria era viver. Não sabia para quê, não se indagava. Quem sabe, achava que havia uma gloriazinha em viver. Ela pensava que a pessoa é obrigada a ser feliz. Então era. Antes de nascer ela era uma ideia? Antes de nascer ela era morta? E depois de nascer ela ia morrer? Mas que fina talhada de melancia.
(A hora da estrela, 1998.)
1 iridescente: colorido como o arco-íris.
Considere a tirinha de André Dahmer para responder à questão.
(www.folha.uol.com.br)