Questõesde UEA sobre Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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Foram encontradas 58 questões
b051e49f-02
UEA 2018, UEA 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O aparecimento de elementos de linguagem poética, fantasiosa, no interior de um formato tipicamente jurídico reafirma

Leia os versos do poema “Os estatutos do homem”, de Thiago de Mello, para responder à questão.


Artigo 12

Decreta-se que nada será obrigado nem proibido.

Tudo será permitido,

sobretudo brincar com os rinocerontes

e caminhar pelas tardes

com uma imensa begônia na lapela.

(Estatutos do homem, 1986.)

A
a ideologia política dominante no poder central brasileiro que, na época em que o poema foi publicado, defendia a imposição da autoridade sobre excessos da liberdade.
B
a estrutura racional do texto, que apela à rigidez da lógica para prescrever modos estritos de comportamento.
C
o teor libertário do texto, como crítica ao autoritarismo da situação histórica em que o poema foi publicado.
D
o apelo do poema a um tom regional, a fim de chamar a atenção do poder federal para uma questão amazônica.
E
a necessidade de regulamentar as atividades culturais, a fim de que a arte não extrapole os limites da civilidade.
b04c05b4-02
UEA 2018, UEA 2018 - Português - Interpretação de Textos, Pronomes pessoais oblíquos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto, Morfologia - Pronomes

“E o almoço, ao meio-dia, onde, junto do pirão, um naco de carne cheiroso emergia, mal o soergueu e o animou.” (5º parágrafo)

Os pronomes sublinhados retomam o sentido de:

Considere o trecho do romance O quinze, de Rachel de Queiroz, para responder à questão.


Armado com um cartãozinho do bispo e um bilhete particular de Conceição à senhora que administrava o serviço, Chico Bento conseguiu obter o ambicionado lugar no açude do Tauape.

 No bilhete, a moça fazia o possível para comover a destinatária; e a senhora, apesar de já se ter habituado a esses pedidos que falavam sempre numa mesma pobreza extrema e em criancinhas famintas, achou jeito de desentulhar uma pá, e ela mesma guiou o vaqueiro aturdido, com seu ferro na mão, e o entregou ao feitor.

Duramente Chico Bento trabalhou todo o dia no serviço da barragem.

Só de longe em longe parava para tomar um fôlego, sentindo o pobre peito cansado e os músculos vadios.

E o almoço, ao meio-dia, onde, junto do pirão, um naco de carne cheiroso emergia, mal o soergueu e o animou.

Já era tão antiga, tão bem instalada a sua fome, para fugir assim, diante do primeiro prato de feijão, da primeira lasca de carne!…   


 

(O quinze, 2009.)

A
“almoço”.
B
“naco de carne cheiroso”.
C
“serviço da barragem”.
D
“Chico Bento”.
E
“pirão”. 
b0492e3f-02
UEA 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No trecho selecionado, a palavra “armado” (1º parágrafo)

Considere o trecho do romance O quinze, de Rachel de Queiroz, para responder à questão.


Armado com um cartãozinho do bispo e um bilhete particular de Conceição à senhora que administrava o serviço, Chico Bento conseguiu obter o ambicionado lugar no açude do Tauape.

 No bilhete, a moça fazia o possível para comover a destinatária; e a senhora, apesar de já se ter habituado a esses pedidos que falavam sempre numa mesma pobreza extrema e em criancinhas famintas, achou jeito de desentulhar uma pá, e ela mesma guiou o vaqueiro aturdido, com seu ferro na mão, e o entregou ao feitor.

Duramente Chico Bento trabalhou todo o dia no serviço da barragem.

Só de longe em longe parava para tomar um fôlego, sentindo o pobre peito cansado e os músculos vadios.

E o almoço, ao meio-dia, onde, junto do pirão, um naco de carne cheiroso emergia, mal o soergueu e o animou.

Já era tão antiga, tão bem instalada a sua fome, para fugir assim, diante do primeiro prato de feijão, da primeira lasca de carne!…   


 

(O quinze, 2009.)

A
anuncia o tom de ameaça das mensagens dirigido à destinatária do bilhete.
B
lembra que Chico Bento estava armado, ainda que tivesse optado, nessa situação, pela conversa em vez da agressão.
C
esclarece que os recursos de Chico Bento para conseguir o emprego eram contundentes, apesar de apenas textuais.
D
revela que Chico Bento estava disposto a usar a violência, caso não fosse atendido em suas reivindicações.
E
informa que, apesar de estar em situação desfavorável, Chico Bento tinha meios com os quais podia argumentar para conseguir o que desejava.
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UEA 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No romance O quinze, Chico Bento é

Considere o trecho do romance O quinze, de Rachel de Queiroz, para responder à questão.


Armado com um cartãozinho do bispo e um bilhete particular de Conceição à senhora que administrava o serviço, Chico Bento conseguiu obter o ambicionado lugar no açude do Tauape.

 No bilhete, a moça fazia o possível para comover a destinatária; e a senhora, apesar de já se ter habituado a esses pedidos que falavam sempre numa mesma pobreza extrema e em criancinhas famintas, achou jeito de desentulhar uma pá, e ela mesma guiou o vaqueiro aturdido, com seu ferro na mão, e o entregou ao feitor.

Duramente Chico Bento trabalhou todo o dia no serviço da barragem.

Só de longe em longe parava para tomar um fôlego, sentindo o pobre peito cansado e os músculos vadios.

E o almoço, ao meio-dia, onde, junto do pirão, um naco de carne cheiroso emergia, mal o soergueu e o animou.

Já era tão antiga, tão bem instalada a sua fome, para fugir assim, diante do primeiro prato de feijão, da primeira lasca de carne!…   


 

(O quinze, 2009.)

A
um vaqueiro que, por causa da seca de 1915, perde o trabalho e é obrigado a migrar do interior para a capital.
B
um jovem cangaceiro, membro de um bando que se movia pelo nordeste, saqueando cidades e fazendas durante a seca de 1915.
C
o responsável pela segurança de uma fazenda que estava a ponto de ser invadida por retirantes durante a seca de 1915.
D
o filho mais velho de uma família de retirantes, que abandona os seus para tentar a sorte na capital durante a seca de 1915.
E
um proprietário de terras que, devido à seca de 1915, despede seus funcionários, que não tinham mais com o que trabalhar.
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UEA 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Os dois últimos versos do poema

Considere o poema de Chacal para responder à questão.


Beijo beijos


qual o sentido da palavra beijo?

ato de tocar com os lábios em alguém

ou alguma coisa, fazendo leve sucção; ósculo?

ou aquele que o cauã reymond deu na mariana

ximenes na novela?

ou aquele que você deu no daniel que só você sentiu?

que é diferente do que eu dei na dolores que nunca

vou esquecer.

já a gabi, sempre que sai de casa, dá em sua mãe

um beijo automático

parecido com os dois beijos de cumprimento que eu

dou numa garota

se estiver no rio, um em são paulo ou três em minas

gerais.

diferente ainda do beijo de despedida apaixonado que

você deu no julinho

quando ele foi para a austrália

diferente do derradeiro beijo no leito de morte que o

luís deu na laís, sua avó

ou do beijo da traição de judas ou do beijo que a

princesa deu no sapo.

diante de tantos sentidos diferentes da palavra beijo,

a melhor forma de saber o que significa é ir direto ao

assunto:

língua pra que te quero!

(Murundum, 2012.)

A
defendem a necessidade de um conhecimento equilibrado, que seja tanto teórico quanto prático, sobre a palavra “beijo”.
B
aprofundam a conceituação proposta nos exemplos enumerados na primeira estrofe.
C
negam a possibilidade da experiência real de um “beijo”, restando apenas a especulação teórica.
D
propõem uma atitude prática, como contraponto à atitude especulativa da primeira estrofe.
E
repetem de maneira resumida o conteúdo expresso de modo mais extenso na primeira estrofe.
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UEA 2018 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em grande parte da primeira estrofe, o eu lírico

Considere o poema de Chacal para responder à questão.


Beijo beijos


qual o sentido da palavra beijo?

ato de tocar com os lábios em alguém

ou alguma coisa, fazendo leve sucção; ósculo?

ou aquele que o cauã reymond deu na mariana

ximenes na novela?

ou aquele que você deu no daniel que só você sentiu?

que é diferente do que eu dei na dolores que nunca

vou esquecer.

já a gabi, sempre que sai de casa, dá em sua mãe

um beijo automático

parecido com os dois beijos de cumprimento que eu

dou numa garota

se estiver no rio, um em são paulo ou três em minas

gerais.

diferente ainda do beijo de despedida apaixonado que

você deu no julinho

quando ele foi para a austrália

diferente do derradeiro beijo no leito de morte que o

luís deu na laís, sua avó

ou do beijo da traição de judas ou do beijo que a

princesa deu no sapo.

diante de tantos sentidos diferentes da palavra beijo,

a melhor forma de saber o que significa é ir direto ao

assunto:

língua pra que te quero!

(Murundum, 2012.)

A
afirma que o sentido correto da palavra “beijo” é deturpado pelo seu uso cotidiano.
B
enumera situações em que o sentido da palavra “beijo” é qualificado pelo contexto que o envolve.
C
critica a maneira estereotipada como os afetos são tratados nas narrativas cotidianas da televisão.
D
defende que, por falta de vocabulário, as pessoas confundem as diferentes emoções como se fossem apenas uma.
E
percebe que o sentido da palavra “beijo” mudou ao longo do tempo, por causa da modernização dos costumes.
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UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O romance Galvez, Imperador do Acre

Leia o trecho de Galvez, Imperador do Acre, de Márcio Souza, para responder à questão.


Juno e Flora e outras divindades mitológicas

    

     O cabaré não primava pela decoração, mas o ambiente era simples e acolhedor. Era bem conceituado pelos anos de serviços prestados. Uma sala pequena cheia de sofás, algumas mesas redondas de mármore encardido. Meia penumbra. Fomos sentar numa mesa perto da orquestra. A casa começava a esvaziar e estavam apenas os clientes mais renitentes. Duas meninas dançavam um can-can desajeitado e deviam ser paraenses. As duas meninas suavam sem parar. Fomos atendidos por Dona Flora, gorda e oxigenada proprietária que bem poderia ser a deusa Juno. Recebemos as vênias de sempre e Trucco pediu uísque. A música já estava com o andamento de fim de festa e o garçom veio servir nossas bebidas. Trucco perguntou se Lili ainda iria apresentar-se e o garçom respondeu que o número dela era sempre à meia-noite. Havia um ar de familiaridade, e duas polacas vieram sentar em nossa mesa. Afastei a cadeira para elas sentarem e notei que eram bem velhas e machucadas. Decidi dar uma observada no ambiente enquanto Trucco trocava gentilezas com as duas cocottes1 .


(Galvez, Imperador do Acre, 1977.)


1cocotte: mulher jovem e atraente.

A
constrói um mito fundador para o povo amazônico, apoiado na miscigenação de brancos e índios.
B
retrata os aventureiros amazônicos como homens especiais, desinteressados da vida mundana.
C
desmistifica as aventuras e os aventureiros da Amazônia.
D
faz uma reconstituição objetiva do passado histórico da Amazônia.
E
idealiza o passado da conquista do espaço amazônico.
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UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Um dos motivos apontados pelo texto para a prevalência do romance sobre a poesia a partir do século XX é:

Leia o texto de Jonathan Culler para responder à questão:


    Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se o núcleo do currículo.
    Isso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.

(Teoria literária: uma introdução, 1999.)
A
os leitores, que querem soluções práticas para seus problemas, preferem textos não ficcionais.
B
a biografia e a crônica tornaram-se gêneros frequentes no dia a dia, o que fez com que o romance, um gênero semelhante, fosse mais acessível.
C
a valorização da ciência pela sociedade fez com que a poesia perdesse o sentido de realidade que teve em outros tempos.
D
a poesia foi abolida do currículo obrigatório das escolas, o que fez com que se tornasse menos acessível aos leitores.
E
o relato narrativo, que explica como determinados fatos aconteceram, produz mais sentidos ao leitor do que as leis científicas.
fcee2ce1-d9
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No romance A moreninha, o personagem Augusto é um jovem

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:

    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.
    Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)
A
romântico, que não se relaciona com nenhuma mulher por fidelidade a uma promessa que havia feito na infância.
B
instável, com relações afetivas curtas e inconstantes, que por fim se transforma ao encontrar o amor verdadeiro.
C
prático, crítico ao romantismo, que ironiza o modo como as pessoas são vulneráveis às paixões.
D
melancólico, que prefere imaginar um amor perfeito, semelhante aos dos livros, o que o paralisa diante das relações afetivas reais e presentes.
E
interesseiro, que submetia suas relações afetivas ao cálculo sobre as vantagens sociais que elas lhe trariam.
fceafd8c-d9
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A ideia central do segundo parágrafo consiste em que

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:

    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.
    Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)
A
é importante ter em mente que o desejo crescerá e machucará a pessoa que deseja, não importa o que ela faça.
B
é conveniente controlar o desejo com ações enérgicas antes que ele se instale definitivamente no amador e o machuque.
C
é preciso ser estrategista a fim de que o desejo se mantenha sempre intenso e imprevisível.
D
é prudente cuidar do desejo como se ele fosse uma criança, alimentando-o e protegendo-o incondicionalmente.
E
é sensato permitir que o desejo flua e se expresse, a fim de que os sentimentos se amenizem sem produzir danos.
fce39fde-d9
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo as duas últimas estrofes,

Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão:


Nada nas mãos nem na cabeça, nada
no estômago além da sensação vazia
de haver ultrapassado toda sensação.


É em estado assim que se descobre a verdade,
que se cometem os grandes crimes, os gestos
mais sublimes, ou então não se faz nada.


É como as cobras. As mais silenciosas,
de corpo mais esguio, de cor esmaecida,
destilam o veneno mais perfeito.


Assim também os poemas. Os mais contidos
e lisos, os que menos coisa dizem,
 destilam o veneno mais perfeito.


(Mínima lírica, 2013.)

A
os melhores poemas são mais produto de inspiração do que de trabalho.
B
o valor de um poema é medido pelos efeitos negativos que produz.
C
os poemas mais inofensivos são os que parecem mais perigosos.
D
a poesia é a arte de transformar algo discreto em algo significativo.
E
os poemas mais discretos produzem os efeitos mais contundentes.
fce06afd-d9
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No trecho “que se descobre a verdade, / que se cometem os grandes crimes, os gestos / mais sublimes”, o eu lírico enumera

Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão:


Nada nas mãos nem na cabeça, nada
no estômago além da sensação vazia
de haver ultrapassado toda sensação.


É em estado assim que se descobre a verdade,
que se cometem os grandes crimes, os gestos
mais sublimes, ou então não se faz nada.


É como as cobras. As mais silenciosas,
de corpo mais esguio, de cor esmaecida,
destilam o veneno mais perfeito.


Assim também os poemas. Os mais contidos
e lisos, os que menos coisa dizem,
 destilam o veneno mais perfeito.


(Mínima lírica, 2013.)

A
eventos extremos que ocorrem durante o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
B
acontecimentos catastróficos que sucedem o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
C
fatos impensáveis que causam o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
D
ações inconscientes que resultam do estado de vazio descrito na primeira estrofe.
E
processos raros que precedem o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
45d23cc1-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Um dos motivos apontados pelo texto para a prevalência do romance sobre a poesia a partir do século XX é:

    Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se o núcleo do currículo.
    Isso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.

(Teoria literária: uma introdução, 1999.)
A
a poesia foi abolida do currículo obrigatório das escolas, o que fez com que se tornasse menos acessível aos leitores.
B
os leitores, que querem soluções práticas para seus problemas, preferem textos não ficcionais.
C
a valorização da ciência pela sociedade fez com que a poesia perdesse o sentido de realidade que teve em outros tempos.
D
a biografia e a crônica tornaram-se gêneros frequentes no dia a dia, o que fez com que o romance, um gênero semelhante, fosse mais acessível.
E
o relato narrativo, que explica como determinados fatos aconteceram, produz mais sentidos ao leitor do que as leis científicas.
45c192a2-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A ideia central do segundo parágrafo consiste em que

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão.

    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.     Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)
A
é sensato permitir que o desejo flua e se expresse, a fim de que os sentimentos se amenizem sem produzir danos.
B
é prudente cuidar do desejo como se ele fosse uma criança, alimentando-o e protegendo-o incondicionalmente.
C
é importante ter em mente que o desejo crescerá e machucará a pessoa que deseja, não importa o que ela faça.
D
é preciso ser estrategista a fim de que o desejo se mantenha sempre intenso e imprevisível.
E
é conveniente controlar o desejo com ações enérgicas antes que ele se instale definitivamente no amador e o machuque.
45ce3e74-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Uso dos conectivos, Análise sintática, Coesão e coerência, Sintaxe, Redação - Reescritura de texto, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Em “prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste” (2º parágrafo), o trecho sublinhado pode ser substituído, mantendo-se a correção gramatical e o sentido original, por:

Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão.

    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.     Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)
A
já que ele disso se desgosta.
B
a fim de que ele disso se desgoste.
C
desde que ele disso se desgoste.
D
porque ele disso se desgosta.
E
logo que ele disso se desgoste.
45b75bb6-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Segundo as duas últimas estrofes,

Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão.

Nada nas mãos nem na cabeça, nada 
no estômago além da sensação vazia 
de haver ultrapassado toda sensação.


É em estado assim que se descobre a verdade, 
que se cometem os grandes crimes, os gestos 
mais sublimes, ou então não se faz nada.


É como as cobras. As mais silenciosas, 
de corpo mais esguio, de cor esmaecida, 
destilam o veneno mais perfeito.


Assim também os poemas. Os mais contidos 
e lisos, os que menos coisa dizem, 
destilam o veneno mais perfeito.


(Mínima lírica, 2013.)

A
o valor de um poema é medido pelos efeitos negativos que produz.
B
os melhores poemas são mais produto de inspiração do que de trabalho.
C
a poesia é a arte de transformar algo discreto em algo significativo.
D
os poemas mais inofensivos são os que parecem mais perigosos.
E
os poemas mais discretos produzem os efeitos mais contundentes.
45b3a3d3-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No trecho “que se descobre a verdade, / que se cometem os grandes crimes, os gestos / mais sublimes”, o eu lírico enumera

Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão.

Nada nas mãos nem na cabeça, nada 
no estômago além da sensação vazia 
de haver ultrapassado toda sensação.


É em estado assim que se descobre a verdade, 
que se cometem os grandes crimes, os gestos 
mais sublimes, ou então não se faz nada.


É como as cobras. As mais silenciosas, 
de corpo mais esguio, de cor esmaecida, 
destilam o veneno mais perfeito.


Assim também os poemas. Os mais contidos 
e lisos, os que menos coisa dizem, 
destilam o veneno mais perfeito.


(Mínima lírica, 2013.)

A
fatos impensáveis que causam o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
B
ações inconscientes que resultam do estado de vazio descrito na primeira estrofe.
C
processos raros que precedem o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
D
acontecimentos catastróficos que sucedem o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
E
eventos extremos que ocorrem durante o estado de vazio descrito na primeira estrofe.
3e4df2f3-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

O romance Galvez, Imperador do Acre

Leia o trecho de Galvez, Imperador do Acre, de Márcio Souza, para responder à questão:

Juno e Flora e outras divindades mitológicas


    O cabaré não primava pela decoração, mas o ambiente era simples e acolhedor. Era bem conceituado pelos anos de serviços prestados. Uma sala pequena cheia de sofás, algumas mesas redondas de mármore encardido. Meia penumbra. Fomos sentar numa mesa perto da orquestra. A casa começava a esvaziar e estavam apenas os clientes mais renitentes. Duas meninas dançavam um can-can desajeitado e deviam ser paraenses. As duas meninas suavam sem parar. Fomos atendidos por Dona Flora, gorda e oxigenada proprietária que bem poderia ser a deusa Juno. Recebemos as vênias de sempre e Trucco pediu uísque. A música já estava com o andamento de fim de festa e o garçom veio servir nossas bebidas. Trucco perguntou se Lili ainda iria apresentar-se e o garçom respondeu que o número dela era sempre à meia-noite. Havia um ar de familiaridade, e duas polacas vieram sentar em nossa mesa. Afastei a cadeira para elas sentarem e notei que eram bem velhas e machucadas. Decidi dar uma observada no ambiente enquanto Trucco trocava gentilezas com as duas cocottes1 .


(Galvez, Imperador do Acre, 1977.)

1cocotte: mulher jovem e atraente.

A
idealiza o passado da conquista do espaço amazônico.
B
desmistifica as aventuras e os aventureiros da Amazônia.
C
faz uma reconstituição objetiva do passado histórico da Amazônia.
D
constrói um mito fundador para o povo amazônico, apoiado na miscigenação de brancos e índios.
E
retrata os aventureiros amazônicos como homens especiais, desinteressados da vida mundana.
3e43a162-d8
UEA 2019 - Português - Interpretação de Textos, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:

Leia o texto de Jonathan Culler para responder à questão.

    Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia. O romance era um recém-chegado, próximo demais da biografia ou da crônica para ser genuinamente literário, uma forma popular que não poderia aspirar às altas vocações da poesia lírica e épica. Mas no século XX o romance eclipsou a poesia, tanto como o que os escritores escrevem quanto como o que os leitores leem e, desde os anos 60, a narrativa passou a dominar também a educação literária. As pessoas ainda estudam poesia — muitas vezes isso é exigido — mas os romances e os contos tornaram-se o núcleo do currículo.
    sso não é apenas um resultado das preferências de um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias mas raramente lê poemas. As teorias literária e cultural têm afirmado cada vez mais a centralidade cultural da narrativa. As histórias, diz o argumento, são a principal maneira pela qual entendemos as coisas, quer ao pensar em nossas vidas como uma progressão que conduz a algum lugar, quer ao dizer a nós mesmos o que está acontecendo no mundo. A explicação científica busca o sentido das coisas colocando-as sob leis — sempre que a e b prevalecerem, ocorrerá c — mas a vida geralmente não é assim. Ela segue não uma lógica científica de causa e efeito mas a lógica da história, em que entender significa conceber como uma coisa leva a outra, como algo poderia ter sucedido: como Maggie acabou vendendo software em Cingapura, como o pai de Jorge veio a lhe dar um carro.

(Teoria literária: uma introdução, 1999)

A
“Era uma vez um tempo em que literatura significava sobretudo poesia” (1º parágrafo)
B
“um público leitor de massa, que alegremente escolhe histórias” (2º parágrafo)
C
“Mas no século XX o romance eclipsou a poesia” (1º parágrafo)
D
“muitas vezes isso é exigido” (1º parágrafo)
E
“os contos tornaram-se o núcleo do currículo” (1º parágrafo)