Questõesde UNICENTRO sobre Figuras de Linguagem

1
1
1
Foram encontradas 12 questões
2cd80f1c-06
UNICENTRO 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Vocativo e Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Diferença entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal, Adjunto Adverbial e Aposto, Sintaxe, Termos integrantes da oração: predicativo do sujeito e predicativo do objeto

Com base no texto, considere as afirmativas a seguir.

I. Em “Mattos explica que os anos de 1980 foram transformados pela computação, os 1990 pela Internet”, pode-se observar uma elipse da expressão sublinhada.
II. Em “as coisas ficarão cada vez mais ‘espertas’ e”, é possível perceber o uso de prosopopeia.
. Em “nós, humanos, somos apenas mais uma dessas coisas”, o termo sublinhado é um predicativo do sujeito.
IV. Em “Talvez, para um terráqueo das antigas, muito pode parecer roteiro de ficção científica”, o termo sublinhado é um adjunto adnominal.

Assinale a alternativa correta.

Leia o texto a seguir e responda à questão.

Internet é coisa do passado

Para especialista, humanos estarão cada vez mais integrados com tecnologia. Não, um futurista não é alguém que veio do futuro para nos prevenir a respeito do domínio das máquinas e o início de uma guerra sem fim. Muito pelo contrário, Tiago Mattos é multiempreendedor, educador, palestrante e formado pela Singularity University como futurista e seu trabalho é entender que tendências a tecnologia está seguindo. Para entrar no curso, o empreendedor gaúcho de 35 anos de idade foi avaliado com a capacidade de impactar um bilhão de pessoas em dez anos. De acordo com ele, a revolução da Internet já passou e, agora, o futuro aponta para uma integração cada vez maior entre homens e tecnologias. A Singularity University é uma iniciativa da NASA em parceria com o Google e tem como meta principal discutir e encontrar novos caminhos da cultura digital e pós-digital. “O pensamento humano é linear. Já o pensamento dos computadores funciona de acordo com uma lógica exponencial. A cada dezoito meses, mais ou menos, nossa capacidade duplica. Por isso, a velocidade da evolução é cada vez maior”, explica Mattos. Depois da Internet, segundo as discussões da Singularity, três novas revoluções em curso ditam as tendências do futuro próximo: genética/biotecnologia, nanotecnologia e robótica/inteligência artificial. Mattos explica que os anos de 1980 foram transformados pela computação, os 1990 pela Internet e os 2000/2010 viveram o advento dos sensores e da Internet das coisas, agora, o momento já é outro. As interações entre os objetos e os humanos devem se intensificar e se complexificar. “Este é um processo irreversível. Se já temos smartphone, SmarTVs... as coisas ficarão cada vez mais “espertas” e nós, humanos, somos apenas mais uma dessas coisas”, afirma Tiago.

As novas revoluções já começaram

Talvez, para um terráqueo das antigas, muito pode parecer roteiro de ficção científica, mas as três revoluções citadas por Mattos já estão a pleno vapor. Pesquisas para desenvolvimento de órgãos humanos com impressoras 3D, realidade aumentada para uso pedagógico em simulações de situações de risco e funções de dispositivos móveis capazes de monitorar condições médicas dos usuários ou acessar dados bancários remotamente são exemplos de como essas novas tecnologias já estão em nosso dia a dia. E, pelo visto, vem muito mais por aí.

(Adaptado de: RODRIGUES, Ennio. Internet é coisa do passado. Disponível em:<https://super.abril.com.br/tecnologia/internet-e-coisa-do-passado/> . Acesso em: 21 jul. 2015.) 
A
Somente as afirmativas I e II são corretas.
B
Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C
Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D
Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
2cae099e-06
UNICENTRO 2015 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a figura de linguagem expressa nos versos da canção.

Leia a canção e a charge a seguir e responda à questão.

Asa Branca

Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chores não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração

Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão

Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro Não chores não, viu?
Que eu voltarei, viu meu coração.


(GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Asa Branca. Disponível em: <http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.phd?titulo=Asa+Branca,+Luiz+Gonzaga+Teixeira&ltr=a&id_perso=7038>. Acesso em: 9 set. 2015.)

A
“Quando olhei a terra ardendo / Qual fogueira de São João” – Comparação.
B
“Que braseiro, que fornalha / Nem um pé de plantação” – Hipérbole.
C
“Então eu disse adeus Rosinha / Guarda contigo meu coração” – Prosopopeia.
D
“Espero a chuva cair de novo / Pra mim voltar pro meu sertão – Aliteração.
E
“Quando o verde dos teus olhos / Se espalhar na plantação” – Pleonasmo.
a5082d55-02
UNICENTRO 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Assinale a alternativa em que não existe, em seu teor, ideia de paradoxo:

A
“Teu mesmo amor me mate e me dê vida”. (Camões)
B
“Há metafísica bastante em não pensar em nada”.(Fernando Pessoa)
C
“Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo!E creio em Deus! Deus é um absurdo!Eu vou me matar! Eu quero viver! “(Mário Quintana)
D

“Desligada
O vento morde meus cabelos sem medo:

Tenho todas as idades.” (Olga Savary)

a4ff8d68-02
UNICENTRO 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

"Mar, belo mar selvagem

das nossas praias solitárias. Tigre

a que as brisas da terra o sono embalam

a que o vento do largo eriça o pelo.”

                                  (Vicente de Carvalho)



A palavra “Tigre”, em relação a ”mar selvagem”, representa uma imagem figurativa conhecida como

A
Catacrese.
B
Eufemismo.
C
Metáfora.
D
Prosopopeia.
d7ece2c6-ff
UNICENTRO 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Relacione as figuras de linguagem indicadas à direita com os seus respectivos exemplos, à esquerda, assinaladas com grifo.


1. Antítese

2. Antonomásia

3. Catacrese

4. Metáfora

5. Metonímia

6. Sinestesia


( ) Nascia o Sol, leão dourado, emoldurando a aurora.

( ) Vivemos um mundo de desencontros: uns caem, outros se levantam; uns creem em Deus, outros são ateus.

( ) O hóspede de Santa Helena se autonomeou Imperador da França.

( ) Ela, enfim, experimentou o doce e amargo de suas paixões.

( ) Só poderia estar muito alcoolizado para estacionar o carro na boca do Túnel Américo Simas.

( ) Os jovens devem ser orientados a ler Machado de Assis, um dos gênios da Literatura Universal. 



A alternativa correta, marcada de cima para baixo, é a


A
3 5 2 6 4 1
B
2 1 3 6 4 5
C
4 1 2 6 3 5
D
1 5 2 4 3 6
144d5390-ff
UNICENTRO 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são importantes recursos expressivos recorridos pelo autor. No trecho: “Quando o entorno é conflagrado, a agressividade e a intimidação adentram as escolas – se não for pelas portas ou pelas janelas, será pelas frestas”. O termo em destaque pode ser considerado.

Leia o texto a seguir para responder a questão


O ambiente escolar é um excelente laboratório para a vida adulta de nossas crianças e adolescentes. Entre inúmeras virtudes, a escola desenvolve resiliência às frustrações e propicia a convivência com a diversidade, pois é um espaço de aprendizado e alegria.

Ademais, a escola tem legitimidade e autoridade intelectual e moral para ser um agente de transformação da comunidade na qual está inserida. Desgraçadamente, no entanto, não é isso que ocorre em uma boa parte de nossos estabelecimentos de ensino. Mesmo reconhecida por uma maioria como a “nova riqueza das nações”, a escola, no Brasil, tem sido exacerbadamente o espaço de frequentes agressões físicas e morais, muito acima da média mundial, como bem demonstram estatísticas comparativas internacionais.

Sem forças para reverter uma dura realidade boa parte de nossas escolas é um escoadouro das mazelas sociais e éticas. Destarte, vivenciam-se a violência física e o bullying, cuja frequência e intensidade indicam o quanto a escola está moralmente comprometida, como decorrência da falta de regras claras e de punição adequada, conflitos mal resolvidos e ausência de uma cultura mais humana no colégio ou em casa.

[...] Além disso, nos últimos anos temos passado por um agravamento de toda essa problemática, uma vez que o Brasil vivencia a imbricação de três graves crises: econômica, política e, a mais avassaladora delas, a crise moral. E, como professa Aristóteles, “o homem guiado pela ética é o melhor dos animais; quando sem ela, é o pior”.

Assim, quando os valores, virtudes, mérito, dedicação aos estudos e ao trabalho duro são relegados por uma boa parcela de nossos políticos e da população, cabe à pergunta: que força tem a escola para romper os grilhões de violências físicas e morais? Quando o entorno é conflagrado, a agressividade e a intimidação adentram as escolas – se não for pelas portas ou pelas janelas, será pelas frestas. E como estancar essa invasão indesejada e deletéria?[...] Um bom educador é comprometido com a sua comunidade escolar, pois ele carrega dentro de si a chama esplendorosa do entusiasmo em promover o ser humano nos espectros ético, cognitivo, social e espiritual. (Gazeta do Povo, Jacir J. Venturi, coordenador da Universidade Positivo, 10 set. 2017, com adaptações

A
Paradoxo
B
Antítese
C
Metáfora
D
Comparação
bdf02559-ff
UNICENTRO 2017 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No trecho “Uma ínfima parcela da população pode se dar ao luxo de não ter que caçar seu mamute diariamente”, o termo em destaque, refere-se a

Leia o texto a seguir para responder a questão

      Um humano sai em busca de um mamute, persegue-o durante o dia, arma a emboscada e, depois de inúmeras tentativas, consegue matá-lo e abocanhar seu quinhão de carne.
      Em seguida, exausto, volta para casa com o firme propósito de deitar e rolar no tapete com o filho, contar historinhas repetitivas e ignorar a bronca merecida do pimpolho, pois, afinal, trata-se de um pai/mãe ausente o dia todo.
      Antes de dormir, ainda se verá no espelho com um olhar de feroz reprovação pela falta de tempo e de pique para a ginástica, para o sexo e para a vida social.
  Bem-vindo à geração cem por cento, que acredita que pode e deve dar conta de tudo e de fazer escolhas que não impliquem perdas.
      Uma aluna comentou esse fenômeno sabiamente: "Escolha sua perda!". Sim, é disso que se trata. Uma ínfima parcela da população pode se dar ao luxo de não ter que caçar seu mamute diariamente. Além disso, temos outras aspirações, que nos fazem mais do que caçadores, que nos fazem humanos.
  Ainda assim, somos assombrados pela ideia de que nossos filhos serão traumatizados pela nossa ausência. Aqui funciona a lógica de que pai e mãe são oxigênio, de que qualquer outro adulto cuidando deles será fatal. [...]
      Nossos filhos viverão em média 4 a 5 décadas mais do que nós -ou seja, os deixaremos órfãos, na melhor das hipóteses. Ausência fundamental que marca o sentido da parentalidade, pois acarreta criar sujeitos rumo à autonomia.
[...]
   Há, ainda, outras ausências, menos radicais do que a morte, com as quais devemos aprender a lidar. Ausentamonos trabalhando, amando outras pessoas, amando outras coisas e amando a nós mesmos. [...] Ninguém merece ser tudo para um pai ou uma mãe. Por outro lado, nenhum adulto merece criar uma criança sem ajuda, sem respiro, tendo que gostar de brincar por obrigação. [...]
      A tarefa parental é imensa e vitalícia. Será exercida por quem assumir essa responsabilidade radical, não cabendo aqui fazer diferença entre homens e mulheres, pais e mães. Quem tomar para si essa missão só poderá cumpri-la a partir de suas escolhas e consequentes perdas, sem fazer da parentalidade um poço de ressentimento e culpas, cuja conta quem paga são os filhos.
      Então, façamos a lição de casa. O que realmente é possível para cada família específica, para além de um mundo fantasioso no qual os pais se dedicariam integralmente aos filhos como se isso fosse bom para as crianças? Perguntemo-nos também o que é desejável para nós, pois a presença ressentida não passa desapercebida aos pequenos.
      Ao deixá-los com outros, sejam familiares ou profissionais, cabe assumir essa escolha, não valendo controlar à distância avós, babás e professores, o que é enlouquecedor. Enfim, escolha sua perda e aprenda a se ausentar.
(Folha de São Paulo, VERA IACONELLI, 10 set. 2017, com adaptações)
A
Uma aliteração, dados os efeitos sonoros.
B
Um eufemismo, já que pressupõe uma atenuação do impacto do conteúdo exposto.
C
Um paradoxo que faz alusão ao dilema enfrentado pelos pais.
D
Uma metáfora que faz alusão aos compromissos da vida diária.
7fce8a40-ff
UNICENTRO 2016 - Português - Flexão verbal de número (singular, plural), Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Flexão verbal de pessoa (1ª, 2ª, 3ª pessoa), Morfologia - Verbos, Regência, Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro), Funções morfossintáticas da palavra SE, Sintaxe, Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo), Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Sobre o poema, é correto afirmar:

ANDRADE, Carlos Drummond de. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar,

1964. p. 70.

A
As expressões “compor um poema” (v. 1) e “escrever um poema” (v. 2) são semanticamente opostas e possuem estruturas morfossintáticas diferentes.
B
O sujeito poético, nos versos 5 e 16, explora um recurso de linguagem conhecido por pleonasmo..
C
As formas verbais “declarou” (v.10) e “melhoram” (v. 13) apresentam a mesma conjugação verbal e a mesma exigência em relação à sua regência.
D
O “se” dos versos 14 e 17 exercem, respectivamente, funções morfossintáticas de elemento reflexivo e conectivo condicional.
91071ccf-ff
UNICENTRO 2016 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

A caracterização do amor e da amada, nos poemas I e II, comprova-se, respectivamente, com a utilização constante das figuras de linguagem denominadas de

TEXTO I.


SEUS OLHOS

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

De vivo luzir,

São meigos infantes, gentis, engraçados

Brincando a sorrir.

                              [...].

Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,

assim é que são.

Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,

Às vezes vulcão!


Às vezes oh! Sim, derramam tão fraco,

Tão frouxo brilhar,

Que a mim me parece que o ar lhe falece.

E os olhos tão meigos, que o pranto umedece

Me fazem chorar.”


Dias, Gonçalves. Seus olhos. Disponível em:

http://www.vidaempoesia.com.br/goncalvesdias.htm.

Acesso em: 22 set.2016. Adaptado.



TEXTO II.

O GONDOLEIRO DO AMOR

Teus olhos são negros, negros
Como as noites sem luar...
São ardentes, são profundos,
Como o negrume do mar;
                  [...]
Teu seio é vaga dourada
Ao tíbio clarão da lua,
Que, ao murmúrio das volúpias,
Arqueja, palpita nua;

Como é doce, em pensamento,
Do teu colo no langor
Vagar, naufragar, perder-se
O Gondoleiro do amor!?
                   [...]
Por isso eu te amo, querida,
Quer no prazer, quer na dor...
Rosa! Canto! Sombra! Estrela!
Do Gondoleiro do amor.

ALVES, Castro. In: Presença da Literatura Brasileira: D
Romantismo ao Simbolismo. 9. ed. São Paulo: DIFEL, 198 p. 60-2..
Adaptado.
A
metáfora e gradação.
B
personificação e hipérbole.
C
comparação e assíndeto.
D
hipérbole e paradoxo.
c6c24d6e-fd
UNICENTRO 2018 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Nas frases “É porque, na prática, a legião de ocres causa a maior complicação” e “ao estar em tudo não estando em nada”, as figuras de linguagem presentes, respectivamente, são:

Leia o texto a seguir e responda à questão:

Viver em cima do muro é prejudicial à saúde
Élida Ramirez
    Ocre. Sempre me incomodou essa cor. Sabe aquele marrom amarelado? O tal burro fugido? Exato isso! Quando vejo alguém com roupa ocre, tenho maior aflição. Certa feita, entrei em um consultório médico to-di-nho ocre. Paredes, chão, quadros. Tive uma gastura horrorosa. A sensação é que o ocre existe no dilema de não ser amarelo nem marrom. Invejando o viço das outras colorações definidas e nada fazendo para mudar sua tonalidade. Isso explica meu desconforto. O ocre, para mim, ultrapassa o sentido de cor. Ele dá o tom da existência do viver em cima do muro. E conviver com gente assim é um transtorno.
    É fato que a tal “modernidade líquida”, definida por Bauman, favorece o comportamento. Pensemos. Segundo o sociólogo, a globalização trouxe o encurtamento das distâncias, borrando fronteiras. E, ao reconfigurar esses limites geográficos, mudou a concepção de si do sujeito bem como sua relação com as instituições. Muito rapidamente houve um esfacelamento de estruturas rígidas como a família e o estado. Essa mudança do sólido para líquido detonou o processo de individualização generalizado no mundo ocidental reforçando o conceito de que “Nada é para durar” (Bauman). Então, desse jeito dá para ser mutante pleno nesse viver em cima do muro. Nem amarelo ou marrom. Ocre. Por isso, discursos ocos de pessoas com personalidades fluidas ganham espaço. E vão tomando a forma do ambiente, assim como a água. Uma fusão quase nebulosa que embaça o comprometimento.
    Nota-se ainda certo padrão do viver em cima do muro. Como uma receitinha básica. Vejam só: Misture meias palavras em um discurso politicamente correto. Inclua, com ar de respeito, a posição contrária. Cozinhe em banho-maria. Deixe descansar, para sempre, se puder. Se necessário, volte ao fogo brando. Não mexa mais. Sirva morno. Viu? Simples de fazer. Difícil é digerir.
    É porque, na prática, a legião de ocres causa a maior complicação. Quem vive do meio de campo, sem decidir sua cor publicamente, não tem o inconveniente de arcar com as escolhas. Quase nunca se tornará um desafeto. Fará pouco e, muitas vezes, será visto com um sujeito comedido. Quem não escolhe tem mais liberdade para mudar de ideia. Não fica preso ao dito anteriormente. Exatamente porque não disse nada. Não se comprometeu com nada. Apenas proferiu ideias genéricas e inconclusivas estando liberado para transitar por todos os lados, segundo sua necessidade. Ao estar em tudo não estando em nada, seja para evitar responsabilidades, não se expor à crítica ou fugir de polêmicas, o em cima do muro se esconde, sobrecarrega e expõe aqueles que bancam opiniões.
    Portanto, conviver com quem não toma posição, de forma crônica, atrasa a vida. Ao se esquivar de escolher, o indivíduo condena o outro a fazê-lo em seu lugar. Reconheço que, às vezes, a gente leva tempo para se decidir por algo. Todos temos medos que nos impedem de agir. Mas ouso dizer: nunca tomar partido nas situações é covardia. Parece, inclusive, que o viver em cima do muro é mais confortável que a situação do mau-caráter. É que o sacana, ao menos, se define. Embora atue na surdina, sua ação reflete um posicionamento. Já o indefinido, não. Ele vive na toada do alheio. E, curiosamente, também avacalha o próprio percurso por delegar ao outro a sua existência.
    Recorro outra vez a Bauman para esclarecer: “Escapar da incerteza é um ingrediente fundamental presumido, de todas e quaisquer imagens compósitas da felicidade genuína, adequada e total, sempre parece residir em algum lugar à frente”. Por isso, atenção! Viver em cima do muro é prejudicial à sua própria saúde. Facilita a queda e impede novos caminhos. Um deles, o da alegria de poder ser. Talvez seja isso a que Bauman se refere quando trata da fuga da incerteza para alcançar a felicidade genuína. E, pensando bem, desconheço imagem de alegria predominantemente ocre.
    
Texto adaptado e disponível em: https://www.revistabula.com/16514-viver-em-cima-do-muro-e-prejudicial-a-saude/. Acesso em 14 de ago. 2018.
A
antítese e hipérbole
B
metáfora e hipérbole
C
metonímia e paradoxo
D
metáfora e paradoxo
E
metonímia e metáfora
18ffcf3f-12
UNICENTRO 2011 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem

Identifique os fragmentos que exemplificam a linguagem conotativa.


I. “seres da ‘caixa de ferramentas’ e seres da ‘caixa de brinquedos.” (L. 1-2).

II. “O som da buzina chama a minha atenção para um carro que se aproxima.” (L. 5-6).

III. “um sentido que nos permite fazer amor com coisas que não existem...” (L. 13-14).

IV. “Mergulhados num livro, a realidade que nos cerca deixa de existir.” (L. 34-35).

V. “Por isso, eu me daria por feliz se a educação fizesse apenas isso” (L. 46-47).


A alternativa em que todos os fragmentos indicados possuem linguagem conotativa é a

Imagem 001.jpg



A
I e II.
B
II e III.
C
I, III e IV.
D
II, IV e V.
E
I, III, IV e V.
2994ec2c-09
UNICENTRO 2012 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia

O fragmento que ilustra a linguagem conotativa é o transcrito na alternativa

Imagem 001.jpg

A
“pelo uso dos aviões sequestrados como arma” (L. 5).
B
“A derrubada do Taleban, que governava o país centro-asiático, contribuiu de modo decisivo para debilitar aquele grupo terrorista.” (L. 17-19).
C
“uma guerra injustificável contra o Iraque.” (L. 22-23).
D
“como alegou então, por má-fé e paranoia, o governo americano.” (L. 25-26).
E
“Produziu até agora apenas dois outros atentados de vulto” (L. 32-33).