Questõesde ENEM 2016 sobre Português

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Foram encontradas 102 questões
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

Ao acompanharmos a história do telefone, verificamos que esse meio está se mostrando capaz de reunir em seu conteúdo uma quantidade cada vez maior de outros meios - envio de e-mails, recebimento de notícias, música através de rádio e mensagens de texto. Esta última função vem servindo como suporte para uma nova forma de sociabilidade, o fenômeno do flash mob - mobilizações relâmpago, que têm como característica principal realizar uma encenação em algum ponto da cidade.

PAMPANELLI, G. A. A evolução do telefone e uma nova forma de sociabilidade: o flash mob. Disponível em: www.razonypalabra.org.mx. Acesso em: 1 jun. 2015 (adaptado).


De acordo com o texto, a evolução das tecnologias de comunicação repercute na vida social, revelando que

A
o acúmulo de informações promove a sociabilidade.
B
as mudanças sociais demandam avanços tecnológicos.
C
o crescimento tecnológico acarreta mobilizações das grandes massas.
D
a articulação entre meios tecnológicos pressupõe desenvolvimento social.
E
a apropriação das tecnologias pela sociedade possibilita ações inovadoras.
96692b89-31
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

o::... o Brasil... no meu ponto de vista... entendeu? o país só cresce através da educação... entendeu? Eu penso assim... então quer dizer... você dando uma prioridade pra... pra educação... a tendência é melhorar mais... entendeu? e as pessoas... como eu posso explicar assim? as pessoas irem... tomando conhecimento mais das coisas... né? porque eu acho que a pior coisa que tem é a pessoa alienada... né? a pessoa que não tem noção de na::da... entendeu?

Trecho da fala de J. L, sexo masculino, 26 anos. In: VOTRE, S.; OLIVEIRA, M. R. (Coord.). A língua falada e escrita na cidade do Rio de Janeiro. Disponível em: www.discursoegramatica.letras.ufrj.br. Acesso em: 4 dez. 2012.


A língua falada caracteriza-se por hesitações, pausas e outras peculiaridades. As ocorrências de “entendeu” e “né”, na fala de J. L., indicam que

A
a modalidade oral apresenta poucos recursos comunicativos, se comparada à modalidade escrita.
B
a língua falada é marcada por palavras dispensáveis e irrelevantes para o estabelecimento da interação.
C
o enunciador procura interpelar o seu interlocutor para manter o fluxo comunicativo.
D
o tema tratado no texto tem alto grau de complexidade e é desconhecido do entrevistador.
E
o falante manifesta insegurança ao abordar o assunto devido ao gênero ser uma entrevista.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

A carreira nas alturas


A água está no joelho dos profissionais do mercado. As fragilidades na formação em Língua Portuguesa têm alimentado um campo de reciclagem em Português nas escolas de idiomas e nos cursos de graduação para pessoas oriundas do mundo dos negócios. O que antes era restrito a profissionais de educação e comunicação, agora já faz parte da rotina de profissionais de várias áreas. Para eles, a Língua Portuguesa começa a ser assimilada como uma ferramenta para o desempenho estável. Sem ela, o conhecimento técnico fica restrito à própria pessoa, que não sabe comunicá-lo.

"Embora algumas atuações exijam uma produção oral ou escrita mais frequente, como docência e advocacia, muitos profissionais precisam escrever relatório, carta, comunicado, circular. Na linguagem oral, todos têm de expressar-se de forma convincente nas reuniões, para ganhar respeito e credibilidade. Isso vale para todos os cargos da hierarquia profissional"-explica uma professora de Língua Portuguesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

NATALI, A. Revista Língua, n. 63, jan. 2011 (adaptado).


Nos usos cotidianos da língua, algumas expressões podem assumir diferentes sentidos. No texto, a expressão “a água está no joelho” remete à

A
exigência de aprofundamento em conhecimentos técnicos.
B
demanda por formação profissional de professores e advogados.
C
procura por escolas de idiomas para o aprendizado de línguas.
D
melhoria do desempenho profissional nas várias áreas do conhecimento.
E
necessidade imediata de aperfeiçoamento das habilidades comunicativas.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

Ainda os equívocos no combate aos estrangeirismos


Por que não se reconhece a existência de norma nas variedades populares? Para desqualificá-las? Por que só uma norma é reconhecida como norma e, não por acaso, a da elite?

Por tantos equívocos, só nos resta lamentar que algumas pessoas, imbuídas da crença de que estão defendendo a língua, a identidade e a pátria, na verdade estejam reforçando velhos preconceitos e imposições. O português do Brasil há muito distanciou-se do português de Portugal e das prescrições dos gramáticos, cujo serviço às classes dominantes é definir a língua do poder em face de ameaças - internas e externas.

ZILLES, A. M. S. In: FARACO, C. A. (Org.). Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).


O texto aborda a linguagem como um campo de disputas e poder. As interrogações da autora são estratégias que conduzem ao convencimento do leitor de que

A
o português do Brasil é muito diferente do português de Portugal.
B
as prescrições dos gramáticos estão a serviço das classes dominantes.
C
a norma linguística da elite brasileira é a única reconhecida como tal.
D
o português do Brasil há muito distanciou-se das prescrições dos gramáticos.
E
a desvalorização das variedades linguísticas populares tem motivação social.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

Chegou de Montes Claros uma irmã da nora de tia Clarinha e foi visitar tia Agostinha no Jogo da Bola. Ela é bonita, simpática e veste-se muito bem. [...] Ficaram todas as tias admiradas da beleza da moça e de seus modos políticos de conversar. Falava explicado e tudo muito correto. Dizia “você” em vez de “ocê”. Palavra que eu nunca tinha visto ninguém falar tão bem; tudo como se escreve sem engolir um s nem um r. Tia Agostinha mandou vir uma bandeja de uvas e lhe perguntou se ela gostava de uvas. Ela respondeu: “Aprecio sobremaneira um cacho de uvas, Dona Agostinha.” Estas palavras nos fizeram ficar de queixo caído. Depois ela foi passear com outras e laiá aproveitou para lhe fazer elogios e comparar conosco. Ela dizia: “Vocês não tiveram inveja de ver uma moça [...] falar tão bonito como ela? Vocês devem aproveitar a companhia dela para aprenderem”. [...] Na hora do jantar eu e as primas começamos a dizer, para enfezar laiá: “Aprecio sobremaneira as batatas fritas”, “Aprecio sobremaneira uma coxa de galinha”.

MORLEY, H. Minha vida de menina: cadernos de uma menina provinciana nos fins do século XIX. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997.


Nesse texto, no que diz respeito ao vocabulário empregado pela moça de Montes Claros, a narradora expõe uma visão indicativa de

A
descaso, uma vez que desaprova o uso formal da língua empregado pela moça.
B
ironia, uma vez que incorpora o vocabulário formal da moça na situação familiar.
C
admiração, pelo fato de deleitar-se com o vocabulário empregado pela moça.
D
antipatia, pelo fato de cobiçar os elogios de laiá sobre a moça.
E
indignação, uma vez que contesta as atitudes da moça.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos


O cartum Miopia, de Chen Fang, foi apresentado em 2011 na quarta mostra Ecocartoon, que teve como tema a educação ambiental. Seu título e os elementos visuais fazem referência ao exame oftalmológico e a um tipo específico de dificuldade visual. Com o uso metafórico da miopia e a exploração de características da imagem, o cartum

A
evidencia o papel secundário que animais e plantas desempenham no processo de produção de riquezas.
B
expõe o alto custo para a manutenção da vida tanto dos seres humanos como de animais e plantas.
C
denuncia a hierarquia de valores que supervaloriza o dinheiro em detrimento dos seres vivos.
D
revela o distanciamento entre o homem e a natureza, resultante das atividades econômicas.
E
questiona o antagonismo entre homens e mulheres, motivado por questões econômicas.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

A mulher entra no quarto do filho decidida a ter uma conversa séria. De novo, as respostas dele à interpretação do texto na prova sugerem uma grande dificuldade de ler. Dispersão pode ser uma resposta para parte do problema. A extensão do texto pode ser outra, mas nesta ela não vai tocar porque também é professora e não vai lhe dar desculpas para ir mal na escola. Preguiça de ler parece outra forma de lidar com a extensão do texto. Ele está, de novo, no computador, jogando. Levanta os olhos com aquele ar de quem pode jogar e conversar ao mesmo tempo. A mãe lhe pede que interrompa o jogo e ele pede à mãe “só um instante para salvar”. Curiosa, ela olha para a tela e espanta-se com o jogo em japonês. Pergunta-lhe como consegue entender o texto para jogar. Ele lhe fala de alguma coisa parecida com uma “lógica de jogo” e sobre algumas tentativas com os ícones. Diz ainda que conhece a base da história e que, assim, mesmo em japonês, tudo faz sentido. Aquela conversa acabou sendo adiada. A mãe-professora, capturada por outros sentidos de leitura, não se sentia pronta naquele momento. Consciente, suspende a ação.

BARRETO, R. G. Formação de professores, tecnologias e linguagens: mapeando velhos e novos (des)encontros. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).


A reação da mãe-professora frente às habilidades da “geração digital” contemporânea reflete o desafio que se tem enfrentado de

A
aplicar as mesmas formas de ler textos impressos a textos digitais.
B
interpretar as várias informações na leitura de textos em multimídia.
C
lidar com as novas práticas de leitura que emergem com a tecnologia.
D
superar as dificuldades de leitura geradas pelos jogos de computadores.
E
trabalhar a dificuldade de leitura usando as tecnologias como ferramentas.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

Apuram o passo, por entre campinas ricas, onde pastam ou ruminam outros mil e mais bois. Mas os vaqueiros não esmorecem nos eias e cantigas, porque a boiada ainda tem passagens inquietantes: alarga-se e recomprime-se, sem motivo, e mesmo dentro da multidão movediça há giros estranhos, que não os deslocamentos normais do gado em marcha - quando sempre alguns disputam a colocação na vanguarda, outros procuram o centro, e muitos se deixam levar, empurrados, sobrenadando quase, com os mais fracos rolando para os lados e os mais pesados tardando para trás, no coice da procissão.

— Eh, boi lá!... Eh-ê-ê-eh, boi!... Tou! Tou! Tou...

As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas e touros, batendo com as caudas, mugindo no meio, na massa embolada, com atritos de couros, estralos e guampas, estrondos e baques, e o berro queixoso do gado junqueira, de chifres imensos, com muita tristeza, saudade dos campos, querência dos pastos de lá do sertão...

“Um boi preto, um boi pintado,

cada um tem sua cor.

Cada coração um jeito

de mostrar seu amor”.

Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando... Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito...

Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando...

ROSA, J. G. O burrinho pedrês. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968.


Próximo do homem e do sertão mineiros, Guimarães Rosa criou um estilo que ressignifica esses elementos. O fragmento expressa a peculiaridade desse estilo narrativo, pois

A
demonstra a preocupação do narrador com a verossimilhança.
B
revela aspectos de confluência entre as vozes e os sons da natureza.
C
recorre à personificação dos animais como principal recurso estilístico.
D
produz um efeito de legitimidade atrelada à reprodução da linguagem regional.
E
expressa o fluir do rebanho e dos peões por meio de recursos sonoros e lexicais.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

Parestesia não, formigamento


Trinta e três regras que mudam a redação de bulas no Brasil

Com o Projeto Bulas, de 2004, voltado para a tradução do jargão farmacêutico para a língua portuguesa - aquela falada em todo o Brasil - e a regulamentação do uso de medicamentos no país, cinco anos depois, o Brasil começou a sair das trevas.

O grupo comandado por uma doutora em Linguística da UFRJ sugeriu à Anvisa mudar tudo. Elaborou, também, “A redação de bulas para o paciente: um guia com os princípios de redação clara, concisa e acessível para o leitor de bulas”, disponível em versão adaptada no site da Anvisa. Diferentemente do que acontece com outros gêneros, na bula não há espaço para inovações de estilo. “O uso de fórmulas repetitivas é bem-vindo, dá força institucional ao texto”, explica a doutora. “A bula não pode abrir possibilidades de interpretações ao seu leitor”.

Se obedecidas, as 33 regras do guia são de serventia genérica - quem lida com qualquer tipo de escrita pode se beneficiar de seus ensinamentos. A regra 12, por exemplo, manda abolir a linguagem técnica, fonte de possível constrangimento para quem não a compreende, e recomenda: “Não irrite o leitor.” A regra 14 prega um tom cordial, educado e, sobretudo, conciso: “Não faça o leitor perder tempo”.

Disponível em: revistapiaui.estadao.com.br. Acesso em: 24jul. 2012 (adaptado).


As bulas de remédio têm caráter instrucional e complementam as orientações médicas. No contexto de mudanças apresentado, a principal característica que marca sua nova linguagem é o(a)

A
possibilidade de inclusão de neologismo.
B
refinamento da linguagem farmacêutica.
C
adequação ao leitor não especializado.
D
detalhamento de informações.
E
informalidade do registro.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


No texto, a diversidade linguística é apresentada pela ótica de um observador que entra em contato com uma comunidade linguística diferente da sua. Esse observador é um

A
falante do português brasileiro relatando o seu contato na Europa com o português lusitano.
B
imigrante em Lisboa com domínio dos registros formal e informal do português europeu.
C
turista europeu com domínio de duas variedades do português em visita a Lisboa.
D
português com domínio da variedade coloquial da língua falada no Brasil.
E
poeta brasileiro defensor do uso padrão da língua falada em Portugal.
96459a74-31
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Variação Linguística

Um menino aprende a ler


Minha mãe sentava-se a coser e retinha-me de livro na mão, ao lado dela, ao pé da máquina de costura. O livro tinha numa página a figura de um bicho carcunda ao lado da qual, em letras graúdas, destacava-se esta palavra: ESTÔMAGO. Depois de soletrar “es-to-ma-go”, pronunciei “estomágo”. Eu havia pronunciado bem as duas primeiras palavras que li, camelo e dromedário. Mas estômago, pronunciei estomágo. Minha mãe, bonita como só pode ser mãe jovem para filho pequeno, o rosto alvíssimo, os cabelos enrolados no pescoço, parou a costura e me fitou de fazer medo: “Gilberto!”. Estremeci. “Estomágo? Leia de novo, soletre”. Soletrei, repeti: “Estomágo”. Foi o diabo.

Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse então, a palavra estômago. A cozinheira, o estribeira, os criados, Bernarda, diziam “estambo”. “Estou com uma dor na boca do estambo...”, “Meu estambo está tinindo...”. Meus pais teriam pronunciado direito na minha presença, mas eu não me lembrava. E criança, como o povo, sempre que pode repele proparoxítono.

AMADO, G. História da minha infância. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.


No trecho, em que o narrador relembra um episódio de sua infância, revela-se a possibilidade de a língua se realizar de formas diferentes. Com base no texto, a passagem em que se constata uma marca de variedade linguística pouco prestigiada é:

A
“O livro tinha numa página a figura de um bicho carcunda ao lado da qual, em letras graúdas, destacava-se esta palavra: ESTÔMAGO”.
B
“'Gilberto!’. Estremeci. 'Estomágo? Leia de novo, soletre’. Soletrei, repeti: 'Estomágo’”.
C
“Eu havia pronunciado bem as duas primeiras palavras que li, camelo e dromedário”.
D
“Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse então, a palavra estômago”.
E
“A cozinheira, o estribeira, os criados, Bernarda, diziam 'estambo’”.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

O passado na tela do computador


Um dos desafios do novo Museu da Imigração é se contrapor à imagem deixada pela exibição do acervo permanente na época do Memorial do Imigrante, muito criticada por dar ênfase demasiada aos imigrantes estrangeiros e pouca atenção aos brasileiros. Era uma representação desproporcional em relação aos números: dos 3,5 milhões de pessoas que passaram pela hospedaria de imigrantes de São Paulo, aproximadamente 1,9 milhão eram estrangeiras (de 75 nacionalidades e etnias) e 1,6 milhão eram brasileiras, oriundas, principalmente, dos estados nordestinos.

HEBMÜLLER, P. Problemas brasileiros, n. 414, nov.-dez. 2012 (adaptado).


O autor do texto sobre a digitalização do acervo do novo Museu da Imigração apresenta a ênfase no imigrante estrangeiro como um problema de representação equivocada da imigração em São Paulo. Para tanto, fundamenta seu ponto de vista no(a)

A
panorama apresentado como a atual realidade do imigrante em São Paulo.
B
uso da tecnologia para aprimorar a imagem do imigrante em São Paulo.
C
diferença entre o Memorial do Imigrante e os demais museus existentes em São Paulo.
D
diversidade de nacionalidades e etnias como parâmetro da imigração em São Paulo.
E
desequilíbrio nas representações usuais dos imigrantes em São Paulo.
9648cbcf-31
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos


A peça publicitária, em pauta, busca promover uma conscientização social. Pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados pelo autor, o texto

A
opõe a fragilidade da criança aos desmandos dos adultos.
B
elenca as causas da existência do trabalho infantil no Brasil.
C
detalha as iniciativas governamentais de solução do problema abordado.
D
divulga ações institucionais locais para o enfrentamento de um problema nacional.
E
ressalta a responsabilidade das famílias na proteção das crianças e dos adolescentes.
963f09e7-31
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos


A charge aborda uma situação do cotidiano de algumas famílias. Nesse sentido, ela tem o objetivo comunicativo de

A
denunciar os prejuízos da falta de diálogo entre pais e filhos.
B
mostrar as diferenças entre as preferências de entretenimento entre pais e filhos.
C
evidenciar os excessos de utilização das redes sociais em momentos de convivência familiar.
D
demonstrar que as mudanças culturais ocorridas na sociedade impõem novos comportamentos às famílias.
E
enfatizar que a socialização de informações sobre os filhos é uma forma de demonstrar orgulho de familiares.
96425013-31
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos, Coesão e coerência, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto


Alguns elementos linguísticos estabelecem relações entre as diferentes partes do texto. Nesse texto, o vocábulo “Assim” (ℓ. 9) tem a função de

A
contrariar os argumentos anteriores.
B
sintetizar as informações anteriores.
C
acrescentar um novo argumento.
D
introduzir uma explicação.
E
apresentar uma analogia.
964c6aee-31
ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

Um cachorro cor de carvão dorme no azul etéreo de uma rede de pesca enrolada sobre a grama da Praça Vinte e Um de Abril. O sol bate na frente nos degraus cinzentos da escadaria que sobe a encosta do morro até a Igreja da Matriz. A ladeira de paralelepípedos curta e íngreme ao lado da igreja passa por um galpão de barcos e por uma casa de madeira pré-moldada. Acena para a velhinha marrom que toma sol na varanda sentada numa cadeira de praia colorida. O vento nordeste salgado tumultua as árvores e as ondas. Nuvens esparramadas avançam em formação do mar para o continente como um exército em transe. A ladeira faz uma curva à esquerda passando em frente a um predinho do século dezoito com paredes brancas descascadas ejanelas recém-pintadas de azul-cobalto.

GALERA, D. Barba ensopada de sangue. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.


Adescrição, subjetiva ou objetiva, permite ao leitor visualizar o cenário onde uma ação se desenvolve e os personagens que dela participam. O fragmento do romance caracteriza-se como uma descrição subjetiva porque

A
constrói sequências temporais pelo emprego de expressões adverbiais.
B
apresenta frases curtas, de ordem direta, com elementos enumerativos.
C
recorre a substantivos concretos para representar um ambiente estático.
D
cria uma ambiência própria por meio de nomes e verbos metaforizados.
E
prioriza construções oracionais de valor semântico de oposição.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

Argumento


Tá legal

Eu aceito o argumento

Mas não me altere o samba tanto assim

Olha que a rapaziada está sentindo a falta

De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim


Sem preconceito

Ou mania de passado

Sem querer ficar do lado

De quem não quer navegar

Faça como o velho marinheiro

Que durante o nevoeiro

Leva o barco devagar.

PAULINHO DA VIOLA. Disponível em: www.paulinhodaviola.com.br. Acesso em: 6 dez. 2012.


Na letra da canção, percebe-se uma interlocução. A posição do emissor é conciliatória entre as tradições do samba e os movimentos inovadores desse ritmo. A estratégia argumentativa de concessão, nesse cenário, é marcada no trecho

A
“Mas não me altere o samba tanto assim”.
B
“Olha que a rapaziada está sentindo a falta”.
C
“Sem preconceito / Ou mania de passado”.
D
“Sem querer ficar do lado / De quem não quer navegar”.
E
“Leva o barco devagar”.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

Naquele tempo eu morava no Calango-Frito e não acreditava em feiticeiros.

E o contrassenso mais avultava, porque, já então, - e excluída quanta coisa-e-sousa de nós todos lá, e outras cismas corriqueiras tais: sal derramado; padre viajando com a gente no trem; não falar em raio: quando muito, e se o tempo está bom, “faísca”; nem dizer lepra; só o “mal”; passo de entrada com o pé esquerdo; ave do pescoço pelado; risada renga de suindara; cachorro, bode e galo, pretos; [...] - porque, já então, como ia dizendo, eu poderia confessar, num recenseio aproximado: doze tabus de não uso próprio; oito regrinhas ortodoxas preventivas; vinte péssimos presságios; dezesseis casos de batida obrigatória na madeira; dez outros exigindo a figa digital napolitana, mas da legítima, ocultando bem a cabeça do polegar; e cinco ou seis indicações de ritual mais complicado; total: setenta e dois - noves fora, nada.

ROSA, J. G. São Marcos. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967 (adaptado).


João Guimarães Rosa, nesse fragmento de conto, resgata a cultura popular ao registrar

A
trechos de cantigas.
B
rituais de mandingas.
C
citações de preceitos.
D
cerimônias religiosas.
E
exemplos de superstições.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

                                            Escrever


             A estudante perguntou como era essa coisa de escrever.

                           Eu fiz o gênero fofo. Moleza, disse.

      Primeiro evite esses coloquialismos de “fofo” e “moleza”, passe longe das gírias ainda não dicionarizadas e de tudo mais que soe mais falado do que escrito. Isto aqui não é rádio FM. De vez em quando, aplique uma gíria como se fosse um piparote de leve no cangote do texto, mas, em geral, evite. Fuja dessas rimas bobinhas, desses motes sonoros. O leitor pode se achar diante de um rapper frustrado e dar cambalhotas. Mas, atenção, se soar muito estranho, reescreva.

      Quando quiser aplicar um “mas”, tome fôlego, ligue para o 0800 do Instituto Fernando Pessoa, peça autorização ao sábio de plantão, e, por favor, volte atrás. É um cacoete facilitador. Dele deve ter vindo a expressão “cheio de mas-mas”, ou seja, uma pessoa cheia de “não é bem assim”, uma chata que usa o truque para afirmar e depois, como se fosse estilo, obtemperar.

                                           SANTOS, J. F. O Globo, 10jan. 2011 (adaptado).


A língua varia em função de diferentes fatores. Um deles é a situação em que se dá a comunicação. Na crônica, ao ser interrogado sobre a arte de escrever, o autor utiliza, em meio à linguagem escrita padrão, condizente com o contexto,

A
definições teóricas, para permitir que seus conselhos sejam úteis aos futuros jornalistas.
B
gírias não dicionarizadas, para imitar a linguagem de jovens de baixa escolaridade.
C
palavras de uso coloquial, para estabelecer uma interação satisfatória com a interlocutora.
D
termos da linguagem jornalística, para causar boa impressão na jovem entrevistadora.
E
vocabulário técnico, para ampliar o repertório linguístico dos jovens leitores do jornal.
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ENEM 2016 - Português - Interpretação de Textos

Com base no contexto da Segunda Guerra Mundial, o livro A rosa do povo revela desdobramentos da visão poética. No fragmento, a expressividade lírica demonstra um(a)

                                Anoitecer

A Dolores

É a hora em que o sino toca,

mas aqui não há sinos;

há somente buzinas,

sirenes roucas,

apitos aflitos, pungentes, trágicos,

uivando escuro segredo;

desta hora tenho medo.

[...]

É a hora do descanso,

mas o descanso vem tarde,

o corpo não pede sono,

depois de tanto rodar;

pede paz — morte — mergulho

no poço mais ermo e quedo;

desta hora tenho medo.

Hora de delicadeza,

agasalho, sombra, silêncio.

Haverá disso no mundo?

É antes a hora dos corvos,

bicando em mim, meu passado,

meu futuro, meu degredo;

desta hora, sim, tenho medo.

ANDRADE, C. D. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 2005 (fragmento).

A
defesa da esperança como forma de superação das atrocidades da guerra.
B
desejo de resistência às formas de opressão e medo produzidas pela guerra.
C
olhar pessimista das instituições humanas e sociais submetidas ao conflito armado.
D
exortação à solidariedade para a reconstrução dos espaços urbanos bombardeados.
E
espírito de contestação capaz de subverter a condição de vítima dos povos afetados.