Questõessobre Versificação - Metrificação
Assinale a alternativa correta.
I – A literatura canônica, representada pelo cordel, tem maior abrangência do que a literatura escrita, porque
todas as pessoas, mesmo não alfabetizadas, têm acesso a ela.
II – As rimas e aliterações são recursos que auxiliam a memorização.
III – O mote do texto 1 é a glosa presente no texto 2.
IV – Cordel são os poemas narrativos compostos por homens do povo, que contam fatos ou lendas relacionados
com a comunidade em que vivem.
Está (ão) correta (s):
Leia o fragmento de um dos poemas de cordel, da obra Vida e obra de Gonzagão, de Cacá Lopes, e o poema Asa Brancade Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira e responda à questão .
TEXTO 1
Foi voando nas asas da Asa Branca
Que Gonzaga escreveu a sua história.
Dos acordes de um grande brasileiro,
Um intérprete da alma de seu povo,
Sai um canto que sempre será novo,
Amoroso, sincero, alvissareiro.
Entre os hinos do seu cancioneiro,
O que fala duma ave migratória
Conferiu a Luiz eterna glória
Para além desta vida que se estanca.
http://marcohaurelio.blogspot.com.br/2012/06/o-maiscompleto-cordel-sobre-o-rei-do_11.html.
TEXTO 2
Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do Céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro que fornalha
Nenhum pé de plantação
Por falta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe muitas léguas
Nessa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chore, não, viu
Que eu voltarei, viu, meu coração
A estrofe acima pertence a um soneto que descreve um objeto de arte – um vaso chinês. A atitude do poeta é impessoal, a linguagem
e as rimas são ricas, bem trabalhadas, a métrica é perfeita. Pode-se afirmar que pertence à estética
Leia a estrofe e responda à questão
Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o marmor luzidio
Entre um leque e o começo de um bordado.
Em relação aos aspectos formais do segundo verso do quarteto, Casualmente, uma vez, de um perfumado, assinale a afirmativa
correta.
Leia a estrofe e responda à questão
Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o marmor luzidio
Entre um leque e o começo de um bordado.
Trata-se de um soneto, tipo de composição poética
com quatro estrofes, sendo as primeiras com quatro
versos e as duas últimas com três versos. É composto
por versos decassílabos com rimas ABBA, nas duas
primeiras estrofes, e CDC e DCD, nas duas últimas.
Na poesia, a metrificação, o ritmo, as rimas, entre
outros recursos, buscam realçar a musicalidade
poética.
Pastores, que levais ao monte o gado,
Vede lá como andais por essa serra;
Que para dar contágio a toda terra,
Basta ver-se o meu rosto magoado:
Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
E a pastora infiel, que me faz guerra,
É a mesma, que em seu semblante encerra
A causa de um martírio tão cansado.
Se a quereis conhecer, vinde comigo,
Vereis a formosura, que eu adoro;
Mas não; tanto não sou vosso inimigo:
Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
Chorareis, ó pastores, o que eu choro.
Vejam-se as seguintes expressões e/ou ditos extraídos d’As velhas, de Lourdes Ramalho: igual cantiga de perua – de pior a pior; quem se
abaixa demais... aparece; o futuro a Deus pertence; pernas pra que te quero; duro com duro não dá bom muro; todo penso é torto; o pouco
com Deus é muito, o muito sem Deus é nada; falou do mau – prepare o pau; cobrir o sol com a peneira.
Sobre a ocorrência desses ditos ou expressões, podemos afirmar:
I - Os ditos e expressões acima demonstram uma pobreza vocabular por parte da dramaturga porque, longe de sair do esquema de
apropriação vocabular regional ou local e de se valer de uma dinâmica de maior projeção linguístico-cultural, repete, através dos ditos
e expressões, ideias já cimentadas no cancioneiro popular.
II - A apropriação, pela dramaturga, de ditos e expressões do cotidiano popular dá um maior movimento e leveza às falas das personagens,
de modo a criar, no leitor (ou no expectador), uma identificação não só com a variante linguística do homem comum, mas, e sobretudo,
com a dinâmica do falar popular, através das imagens recorrentes e atualizadas nas expressões citadas.
III - A recorrência, na peça, de expressões/ditos populares ratifica o papel regional ou local da representação literária, embora os conflitos
internos das personagens e a dinâmica sociocultural em que elas estão inseridas apontem para questões humanas universais.
Está(ão) correta(s):
Marque a alternativa correta.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto.
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de amor espanto,
Que não se muda já como soía*.
(*) Soía: costumava
(Soneto, Luís Vaz de Camões. In: Literatura Comentada)
Com base no poema acima e nas características da poesia lírica de Camões, assinale a alternativa
correta.
Leia atentamente o poema abaixo, de Herbert Emanuel, e responda o que se pede.
Da Impossibilidade
um pouco mais e eu me arrisco
a esta palavra felina, arisca
mas a mão trêmula de medo
como um gato escaldado em segredo
hesita em escrever neste branco véu
ou página-noiva a pedir-me provas
de que realmente a mereço
com um gesto de afeto ou apreço
e assim eu me fico:
se continuo ou se risco
se admito o fracasso
ou se me lanço onde não chego
pois sonhar é possível
diz o otimismo mais cego
(Nada ou quase uma arte, 2. ed., Editora Spia Vídeos e Produções, Macapá: 2009, p.1)
Quanto aos elementos estruturais e linguísticos do poema, é correto afirmar que:
um pouco mais e eu me arrisco