Questõesde ENEM sobre Literatura

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ENEM 2022 - Literatura - Naturalismo, Escolas Literárias

O Bom-Crioulo


            Com efeito, Bom-Crioulo não era somente um homem robusto, uma dessas organizações privilegiadas que trazem no corpo a sobranceira resistência do bronze e que esmagam com o peso dos músculos. […] A chibata não lhe fazia mossa; tinha costas de ferro para resistir como um hércules ao pulso do guardião Agostinho. Já nem se lembrava do número das vezes que apanhara de chibata…


            […]


            Entretanto, já iam cinquenta chibatadas! Ninguém lhe ouvira um gemido, nem percebera uma contorção, um gesto qualquer de dor. Viam-se unicamente naquele costão negro as marcas do junco, umas sobre as outras, entrecruzando-se como uma grande teia de aranha, roxas e latejantes, cortando a pele em todos os sentidos.


            […]


            Marinheiros e oficiais, num silêncio concentrado, alongavam o olhar, cheios de interesse, a cada golpe.


            — Cento e cinquenta!


            Só então houve quem visse um ponto vermelho, uma gota rubra deslizar no espinhaço negro do marinheiro e logo este ponto vermelho se transformar numa fita de sangue.


CAMINHA, A. O Bom-Crioulo. São Paulo: Martin Claret, 2006.



A prosa naturalista incorpora concepções geradas pelo cientificismo e pelo determinismo. No fragmento, a cena de tortura a Bom-Crioulo reproduz essas concepções, expressas pela 

A
exaltação da resistência inata para legitimar a exploração de uma etnia.
B
defesa do estoicismo individual como forma de superação das adversidades.
C
concepção do ser humano como uma espécie predadora e afeita à morbidez.
D
observação detalhada do corpo para a identificação de características de raça.
E
apologia à superioridade dos organismos saudáveis para a sobrevivência da espécie.
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ENEM 2021 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo


Disponível em: www.masp.art.br. Acesso em: 13 ago. 2012 (adaptado).



Nessa obra, que retrata uma cena de Caramuru, célebre poema épico brasileiro, a filiação à estética romântica manifesta-se na 

A
exaltação do retrato fiel da beleza feminina.
B
tematização da fragilidade humana diante da morte.
C
ressignificação de obras do cânone literário nacional.
D
representação dramática e idealizada do corpo da índia.
E
oposição entre a condição humana e a natureza primitiva.
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ENEM 2021 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo




MEIRELLES, V. Moema. Óleo sobre tela, 129 cm x 190 cm.
Masp, São Paulo, 1866.

Disponível em: www.masp.art.br. Acesso em: 13 ago. 2012 (adaptado).

Nessa obra, que retrata uma cena de Caramuru, célebre poema épico brasileiro, a filiação à estética romântica manifesta-se na

A
exaltação do retrato fiel da beleza feminina.
B
tematização da fragilidade humana diante da morte.
C
ressignificação de obras do cânone literário nacional.
D
representação dramática e idealizada do corpo da índia.
E
oposição entre a condição humana e a natureza primitiva.
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ENEM 2020 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Leito de folhas verdes


Brilha a lua no céu, brilham estrelas,

Correm perfumes no correr da brisa,

A cujo influxo mágico respira-se

Um quebranto de amor, melhor que a vida!


A flor que desabrocha ao romper d’alva

Um só giro do sol, não mais, vegeta:

Eu sou aquela flor que espero ainda

Doce raio do sol que me dê vida.


DIAS, G. Antologia poética. Rio de Janeiro: Agir, 1979 (fragmento).


Na perspectiva do Romantismo, a representação feminina espelha concepções expressas no poema pela

A
reprodução de estereótipos sociais e de gênero.
B
presença de traços marcadores de nacionalidade.
C
sublimação do desejo por meio da espiritualização.
D
correlação feita entre estados emocionais e natureza.
E
mudança de paradigmas relacionados à sensibilidade.
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ENEM 2020 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Seixas era homem honesto; mas ao atrito da secretaria e ao calor das salas, sua honestidade havia tomado essa têmpera flexível da cera que se molda às fantasias da vaidade e aos reclamos da ambição.


Era incapaz de apropriar-se do alheio, ou de praticar um abuso de confiança; mas professava a moral fácil e cômoda, tão cultivada atualmente em nossa sociedade.


Segundo essa doutrina, tudo é permitido em matéria de amor; e o interesse próprio tem plena liberdade, desde que se transija com a lei e evite o escândalo.


ALENCAR, J. Senhora. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 out. 2015.


A literatura romântica reproduziu valores sociais em sintonia com seu contexto de mudanças. No fragmento de Senhora, as concepções românticas do narrador repercutem a

A
resistência à relativização dos parâmetros éticos.
B
idealização de personagens pela nobreza de atitudes.
C
crítica aos modelos de austeridade dos espaços coletivos.
D
defesa da importância da família na formação moral do indivíduo.
E
representação do amor como fator de aperfeiçoamento do espírito.
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ENEM 2020 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

O laço de fita


Não sabes, criança? 'Stou louco de amores...

Prendi meus afetos, formosa Pepita.


Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!

Não rias, prendi-me

Num laço de fita.

Na selva sombria de tuas madeixas,

Nos negros cabelos de moça bonita,

Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,


Formoso enroscava-se

O laço de fita.


[...]


Pois bem! Quando um dia na sombra do vale

Abrirem-me a cova... formosa Pepita!


Ao menos arranca meus louros da fronte,

E dá-me por c'roa...

Teu laço de fita.


ALVES, C. Espumas flutuantes. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2015 (fragmento).


Exemplo da lírica de temática amorosa de Castro Alves, o poema constrói imagens caras ao Romantismo. Nesse fragmento, o lirismo romântico se expressa na

A
representação infantilizada da figura feminina.
B
criatividade inspirada em elementos da natureza.
C
opção pela morte como solução para as frustrações.
D
ansiedade com as atitudes de indiferença da mulher.
E
fixação por signos de fusão simbólica com o ser amado.
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ENEM 2020 - Literatura - Classificação dos Gêneros Literários, Gêneros Literários

    Montaigne deu o nome para um novo gênero literário; foi dos primeiros a instituir na literatura moderna um espaço privado, o espaço do “eu", do texto intimo. Ele cria um novo processo de escrita filosófica, no qual hesitações, autocríticas, correções entram no próprio texto.

COELHO. M. Montaigne.  São Paulo Publicita. 2001 (adaptado).

O novo gênero de escrita aludido no texto é o(a)

A
confissão, que relata experiências de transformação.
B
ensaio, que expõe concepções subjetivas de um tema.
C
carta, que comunica informações para um conhecido.
D
meditação, que propõe preparações para o conhecimento.
E
diálogo, que discute assuntos com diferentes interlocutores.
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ENEM 2019 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.

2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.

3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.

4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.

5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.

6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.

MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas europeias e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.


O documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais estéticos do Futurismo, que valorizam a

A
composição estática.
B
inovação tecnológica.
C
suspensão do tempo.
D
retomada do helenismo.
E
manutenção das tradições.
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ENEM 2010 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias

Reclame


Se o mundo não vai bem

a seus olhos, use lentes

... ou transforme o mundo


ótica olho vivo

agradece a preferência


CHACAL et al. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2006.


Chacal é um dos representantes da geração poética de 1970. A produção literária dessa geração, considerada marginal e engajada, de que é representativo o poema apresentado, valoriza

A
o experimentalismo em versos curtos e tom jocoso.
B
a sociedade de consumo, com o uso da linguagem publicitária.
C
a construção do poema, em detrimento do conteúdo.
D
a experimentação formal dos neossimbolistas.
E
o uso de versos curtos e uniformes quanto à métrica.
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ENEM 2014 - Literatura - Modernismo: Concretismo, Escolas Literárias

            Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
homens presentes,
a vida presente.

ANDRADE, C. D. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012

Escrito em 1940, o poema Mãos dadas revela um eu lírico marcado pelo contexto de opressão política no Brasil e da Segunda Guerra Mundial. Em face dessa realidade, o eu lírico

A
considera que em sua época o mais importante é a independência dos indivíduos.
B
desvaloriza a importância dos planos pessoais na vida em sociedade.
C
reconhece a tendência à autodestruição em uma sociedade oprimida.
D
escolhe a realidade social e seu alcance individual como matéria poética.
E
critica o individualismo comum aos românticos e aos excêntricos.
1a243eca-4b
ENEM 2014 - Literatura - Barroco, Escolas Literárias

Sermão da Sexagésima


Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações, nem tantos pregadores como hoje. Pois se tanto se semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto? Não há um homem que em um sermão entre em si e se resolva, não há um moço que se arrependa, não há um velho que se desengane. Que é isto? Assim como Deus não é hoje menos onipotente, assim a sua palavra não é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus tem hoje tantos pregadores, por que não vemos hoje nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e tão importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero começar pregando-me a mim. A mim será, e também a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que aprendais a ouvir.

VIEIRA, A. Sermões Escolhidos, v. 2. São Paulo: Edameris, 1965

No Sermão da sexagésima, padre Antônio Vieira questiona a eficácia das pregações. Para tanto, apresenta como estratégia discursiva sucessivas interrogações, as quais têm por objetivo principal

A
provocar a necessidade e o interesse dos fiéis sobre o conteúdo que será abordado no sermão.
B
conduzir o interlocutor à sua própria reflexão sobre os temas abordados nas pregações.
C
apresentar questionamentos para os quais a Igreja não possui respostas.
D
inserir argumentos à tese defendida pelo pregador sobre a eficácia das pregações.
E
questionar a importância das pregações feitas pela Igreja durante os sermões.
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ENEM 2014 - Literatura - Naturalismo, Escolas Literárias

O mulato


Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir.
Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias.
— Mulato!
Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue.

AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento)

O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois

A
relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça.
B
apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX.
C
mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres.
D
ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente.
E
critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros.
1a07bce0-4b
ENEM 2014 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

Cena


O canivete voou

E o negro comprado na cadeia

Estatelou de costas

E bateu coa cabeça na pedra


ANDRADE, O. Pau-brasil. São Paulo: Globo, 2001.


O Modernismo representou uma ruptura com os padrões formais e temáticos até então vigentes na literatura brasileira. Seguindo esses aspectos, o que caracteriza o poema Cena como modernista é o(a)

A
construção linguística por meio de neologismo.
B
estabelecimento de um campo semântico inusitado.
C
configuração de um sentimentalismo conciso e irônico.
D
subversão de lugares-comuns tradicionais.
E
uso da técnica de montagem de imagens justapostas.
19d40095-4b
ENEM 2014 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Soneto

Oh! Páginas da vida que eu amava,
Rompei-vos! nunca mais! tão desgraçado!...
Ardei, lembranças doces do passado!
Quero rir-me de tudo que eu amava!

E que doido que eu fui! como eu pensava
Em mãe, amor de irmã! em sossegado
Adormecer na vida acalentado
Pelos lábios que eu tímido beijava!

Embora — é meu destino. Em treva densa
Dentro do peito a existência finda
Pressinto a morte na fatal doença!

A mim a solidão da noite infinda!
Possa dormir o trovador sem crença.
Perdoa minha mãe — eu te amo ainda!

AZEVEDO, A. Lira dos vinte anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996

A produção de Álvares de Azevedo situa-se na década de 1850, período conhecido na literatura brasileira como Ultrarromantismo. Nesse poema, a força expressiva da exacerbação romântica identifica-se com o(a)

A
amor materno, que surge como possibilidade de salvação para o eu lírico.
B
saudosismo da infância, indicado pela menção às figuras da mãe e da irmã.
C
construção de versos irônicos e sarcásticos, apenas com aparência melancólica.
D
presença do tédio sentido pelo eu lírico, indicado pelo seu desejo de dormir.
E
fixação do eu lírico pela ideia da morte, o que o leva a sentir um tormento constante.
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ENEM 2014 - Literatura - Parnasianismo, Escolas Literárias

Abrimos o Brasil a todo o mundo: mas queremos que o Brasil seja Brasil! Queremos conservar a nossa raça, a nossa história, e, principalmente, a nossa língua, que é toda a nossa vida, o nosso sangue, a nossa alma, a nossa religião.

BILAC, O. Últimas conferências e discursos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1927

Nesse trecho, Olavo Bilac manifesta seu engajamento na constituição da identidade nacional e linguística, ressaltando a

A
transformação da cultura brasileira.
B
religiosidade do povo brasileiro.
C
abertura do Brasil para a democracia.
D
importância comercial do Brasil.
E
autorreferência do povo como brasileiro.
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ENEM 2013 - Literatura - Modernismo, Escolas Literárias

O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a imagem

de um vidro mole que fazia uma volta atrás de casa.

Passou um homem depois e disse: Essa volta que o rio faz

por trás de sua casa se chama enseada.

Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia

uma volta atrás da casa.

Era uma enseada.

Acho que o nome empobreceu a imagem.

BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro: Record, 2001.


Manoel de Barros desenvolve uma poética singular, marcada por “narrativas alegóricas”, que transparecem nas imagens construídas ao longo do texto. No poema, essa característica aparece representada pelo uso do recurso de

A
resgate de uma imagem da infância, com a cobra de vidro.
B
apropriação do universo poético pelo olhar objetivo.
C
transfiguração do rio em um vidro mole e cobra de vidro.
D
rejeição da imagem de vidro e de cobra no imaginário poético.
E
recorte de elementos como a casa e o rio no subconsciente.
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ENEM 2013 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias


Nas últimas décadas, a ruptura, o efêmero, o descartável incorporam-se cada vez mais ao fazer artístico, em consonância com a pós-modernidade. No detalhe da obra Bastidores, percebe-se a

A
utilização de objetos do cotidiano como tecido, bastidores, agulha, linha e fotocópia, que tornam a obra de abrangência regional.
B
ruptura com meios e suportes tradicionais por utilizar objetos do cotidiano, dando-lhes novo sentido condizente.
C
apropriação de materiais e objetos do cotidiano, que conferem à obra um resultado inacabado.
D
apropriação de objetos de uso cotidiano das mulheres, o que confere à obra um caráter feminista.
E
aplicação de materiais populares, o que a caracteriza como obra de arte utilitária.
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ENEM 2013 - Literatura - Modernismo: Tendências contemporâneas, Escolas Literárias


A revolução estética brasiliense empurrou os designers de móveis dos anos 1950 e início dos 60 para o novo. Induzidos a abandonar o gosto rebuscado pelo colonial, a trocar Ouro Preto por Brasília, eles criaram um mobiliário contemporâneo que ainda hoje vemos nas lojas e nas salas de espera de consultórios e escritórios. Colada no uso de madeiras nobres, como o jacarandá e a peroba, e em materiais de revestimento como o couro e a palhinha, desenvolveu-se uma tendência feita de linhas retas e curvas suaves, nos moldes da capital no Cerrado.

Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 29 jul. 2010 (adaptado).


A reportagem e a fotografia apresentam os móveis elaborados pelo artista Sérgio Rodrigues, com um estilo que norteou o pensamento de uma geração, desafiando a arte a

A
evidenciar um novo conceito estético por meio de formas e texturas inovadoras.
B
adaptar os móveis de Brasília aos modelos das escolas europeias do início do século XX.
C
elaborar a decoração dos palácios da nova capital do Brasil com conceitos de linha e perspectiva.
D
projetar para os palácios e edifícios da nova capital do Brasil a beleza do mobiliário típico de Minas Gerais.
E
criar o mobiliário para a capital do país com base no luxo e na riqueza dos edifícios públicos brasileiros.
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ENEM 2015 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade. Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina. Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse. Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade era desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer maior influência em sua vontade, do que a velha parenta.

ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006.


O romance Senhora, de José de Alencar, foi publicado em 1875. No fragmento transcrito, a presença de D. Firmina Mascarenhas como "parenta" de Aurélia Camargo assimila práticas e convenções sociais inseridas no contexto do Romantismo, pois

A
o trabalho ficcional do narrador desvaloriza a mulher ao retratar a condição feminina na sociedade brasileira da época.
B
o trabalho ficcional do narrador mascara os hábitos sociais no enredo de seu romance.
C
as características da sociedade em que Aurélia vivia são remodeladas na imaginação do narrador romântico.
D
o narrador evidencia o cerceamento sexista à autoridade da mulher, financeiramente independente.
E
o narrador incorporou em sua ficção hábitos muito avançados para a sociedade daquele período histórico.
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ENEM 2016 - Literatura - Escolas Literárias, Romantismo

Estas palavras ecoavam docemente pelos atentos ouvidos de Guaraciaba, e lhe ressoavam n’alma como um hino celestial. Ela sentia-se ao mesmo tempo enternecida e ufana por ouvir aquele altivo e indómito guerreiro pronunciar a seus pés palavras do mais submisso e mavioso amor, e respondeu-lhe cheia de emoção: — Itajiba, tuas falas são mais doces para minha alma que os favos da jataí, ou o suco delicioso do abacaxi. Elas fazem-me palpitar o coração como a flor que estremece ao bafejo perfumado das brisas da manhã. Tu me amas, bem o sei, e o amor que te consagro também não é para ti nenhum segredo, embora meus lábios não o tenham revelado. A flor, mesmo nas trevas, se trai pelo seu perfume; a fonte do deserto, escondida entre os rochedos, se revela por seu murmúrio ao caminhante sequioso. Desde os primeiros momentos tu viste meu coração abrir-se para ti, como a flor do manacá aos primeiros raios do sol.

GUIMARÃES, B. O ermitão de Muquém. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 out. 2015.


O texto de Bernardo Guimarães é representativo da estética romântica. Entre as marcas textuais que evidenciam a filiação a esse movimento literário está em destaque a

A
referência a elementos da natureza local.
B
exaltação de Itajiba como nobre guerreiro.
C
cumplicidade entre o narrador e a paisagem.
D
representação idealizada do cenário descrito.
E
expressão da desilusão amorosa de Guaraciaba.