Questão 1a210ff6-4b
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
homens presentes,
a vida presente.
ANDRADE, C. D. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012
Escrito em 1940, o poema Mãos dadas revela um eu lírico
marcado pelo contexto de opressão política no Brasil e
da Segunda Guerra Mundial. Em face dessa realidade,
o eu lírico
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
homens presentes,
a vida presente.
ANDRADE, C. D. Sentimento do mundo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012
Escrito em 1940, o poema Mãos dadas revela um eu lírico
marcado pelo contexto de opressão política no Brasil e
da Segunda Guerra Mundial. Em face dessa realidade,
o eu lírico
A
considera que em sua época o mais importante é a
independência dos indivíduos.
B
desvaloriza a importância dos planos pessoais na
vida em sociedade.
C
reconhece a tendência à autodestruição em uma
sociedade oprimida.
D
escolhe a realidade social e seu alcance individual
como matéria poética.
E
critica o individualismo comum aos românticos e
aos excêntricos.
Gabarito comentado
Isabel VegaMestra em Letras na UFRJ, Coordenadora e Professora Aposentada de Português do Colégio Pedro II-RJ