Questõessobre Barroco
A poesia satírica de Gregório de Matos inclui ataques pessoais a seus inimigos.
A produção satírica de Gregório de Matos foi aceita com dificuldade pelos críticos de literatura, pois não
a consideravam expressão legítima da criação artística.
O poema pertence à poesia satírica de Gregório de Matos pelo uso da ironia para expor ao ridículo
certos comportamentos da sociedade baiana do século XVII.
Com base na obra Narciso de Caravaggio (1571-1610) e em sua releitura sem título, reproduzidas abaixo, é
correto afirmar:
Durante o período colonial brasileiro, as principais manifestações artísticas, entre elas o Barroco,
foram marcadas pela influência da religiosidade.
Com base na análise da imagem e da leitura do soneto de Gregório de Matos, constata-se que
Durante o período colonial brasileiro, as principais manifestações artísticas, entre elas o Barroco, foram marcadas pela influência da religiosidade.
Com base na análise da imagem e da leitura do soneto de Gregório de Matos, constata-se que
OBSERVE a ilustração e LEIA o soneto de Gregório de Matos, a seguir.
SONETO
Pequei, Senhor, mas não porque hei
pecado,
de vossa alta clemência me despido;
porque quanto mais tenho delinquido,
vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
a abrandar-vos sobeja um só gemido:
que a mesma culpa, que vos há ofendido,
vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada,
glória tal e prazer tão repentino vos deu,
como afirmais na sacra história,
eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
perder na vossa ovelha a vossa glória.
Gregório de Mattos
Considerando a poesia de Gregório de Matos e o momento literário em que sua obra se insere, avalie as seguintes
afirmativas:
1. Apresentando a luta do homem no embate entre a carne e o espírito, a terra e o céu, o presente e a eternidade,
os poemas religiosos do autor correspondem à sensibilidade da época e encontram paralelo na obra de um seu
contemporâneo, Padre Antônio Vieira.
2. Os poemas erótico-irônicos são um exemplo da versatilidade do poeta, mas não são representativos da melhor
poesia do autor, por não apresentarem a mesma sofisticação e riqueza de recursos poéticos que os poemas
líricos ou religiosos apresentam.
3. Como bom exemplo da poesia barroca, a poesia do autor incrementa e exagera alguns recursos poéticos,
deixando sua linguagem mais rebuscada e enredada pelo uso de figuras de linguagem raras e de resultados
tortuosos.
4. A presença do elemento mulato nessa poesia resgata para a literatura uma dimensão social problemática da
sociedade baiana da época: num país de escravos, o mestiço é um ser em conflito, vítima e algoz em uma
sociedade violentamente desigual.
Assinale a alternativa correta.
Considerando a poesia de Gregório de Matos e o momento literário em que sua obra se insere, avalie as seguintes afirmativas:
1. Apresentando a luta do homem no embate entre a carne e o espírito, a terra e o céu, o presente e a eternidade, os poemas religiosos do autor correspondem à sensibilidade da época e encontram paralelo na obra de um seu contemporâneo, Padre Antônio Vieira.
2. Os poemas erótico-irônicos são um exemplo da versatilidade do poeta, mas não são representativos da melhor poesia do autor, por não apresentarem a mesma sofisticação e riqueza de recursos poéticos que os poemas líricos ou religiosos apresentam.
3. Como bom exemplo da poesia barroca, a poesia do autor incrementa e exagera alguns recursos poéticos, deixando sua linguagem mais rebuscada e enredada pelo uso de figuras de linguagem raras e de resultados tortuosos.
4. A presença do elemento mulato nessa poesia resgata para a literatura uma dimensão social problemática da sociedade baiana da época: num país de escravos, o mestiço é um ser em conflito, vítima e algoz em uma sociedade violentamente desigual.
Assinale a alternativa correta.
Assinale a alternativa correta sobre o Sermão do bom sucesso das armas e o Sermão de Santo
Antônio, do padre Antônio Vieira.
Tendo em vista a Carta XVII ao Rei D. Afonso VI, escrita pelo Pe. Antônio Vieira, assinale a
alternativa que NÃO condiz com as afirmações do autor.
Considere o trecho da Obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que se segue:
Virgília? Mas era a mesma senhora, que alguns anos depois...? (...) Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza,
entre as mocinhas do tempo, porque isto não é um romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às
sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca,
saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins
secretos da criação. Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos;
muita preguiça e alguma devoção – devoção, ou talvez medo; creio que medo. (ASSIS, Machado, 1994, p. 55)
Com base na leitura do trecho, considerando a referida obra e o conhecimento sobre as escolas literárias, podemos
afirmar que há uma crítica explícita à seguinte estética:
Considere o trecho da Obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que se segue:
Virgília? Mas era a mesma senhora, que alguns anos depois...? (...) Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é um romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma devoção – devoção, ou talvez medo; creio que medo. (ASSIS, Machado, 1994, p. 55)
Com base na leitura do trecho, considerando a referida obra e o conhecimento sobre as escolas literárias, podemos afirmar que há uma crítica explícita à seguinte estética:
Tal movimento não era apenas um movimento europeu
de caráter universal, conquistando uma nação após outra
e criando uma linguagem literária universal que, em última
análise, era tão inteligível na Rússia e na Polônia quanto na
Inglaterra e na França; ele também provou ser uma daquelas
correntes que, como o Classicismo da Renascença, subsistiu
como fator duradouro no desenvolvimento da arte. Na verdade, não existe produto da arte moderna, nenhum impulso emocional, nenhuma impressão ou estado de espírito do
homem moderno, que não deva sua sutileza e variedade à
sensibilidade que se desenvolveu a partir desse movimento.
Toda exuberância, anarquia e violência da arte moderna, seu
lirismo balbuciante, seu exibicionismo irrestrito e profuso, derivaram dele. E essa atitude subjetiva e egocêntrica tornou-se
de tal modo natural para nós, tão absolutamente inevitável,
que nos parece impossível reproduzir sequer uma sequência abstrata de pensamento sem fazer referência aos nossos
sentimentos.
(Arnold Hauser. História social da arte e da literatura, 1995. Adaptado.)
O texto refere-se ao movimento denominado
Tal movimento não era apenas um movimento europeu
de caráter universal, conquistando uma nação após outra
e criando uma linguagem literária universal que, em última
análise, era tão inteligível na Rússia e na Polônia quanto na
Inglaterra e na França; ele também provou ser uma daquelas
correntes que, como o Classicismo da Renascença, subsistiu
como fator duradouro no desenvolvimento da arte. Na verdade, não existe produto da arte moderna, nenhum impulso emocional, nenhuma impressão ou estado de espírito do
homem moderno, que não deva sua sutileza e variedade à
sensibilidade que se desenvolveu a partir desse movimento.
Toda exuberância, anarquia e violência da arte moderna, seu
lirismo balbuciante, seu exibicionismo irrestrito e profuso, derivaram dele. E essa atitude subjetiva e egocêntrica tornou-se
de tal modo natural para nós, tão absolutamente inevitável,
que nos parece impossível reproduzir sequer uma sequência abstrata de pensamento sem fazer referência aos nossos
sentimentos.
(Arnold Hauser. História social da arte e da literatura, 1995. Adaptado.)
O texto refere-se ao movimento denominado
Analisando-se os textos, conclui-se corretamente que a descrição
da mulher destaca
Texto 1
Os teus olhos espalham luz divina,
a quem a luz do sol em vão se atreve;
papoila ou rosa delicada e fina
te cobre as faces, que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
teu lindo corpo bálsamo vapora.
Ah! não, não fez o céu, gentil pastora,
para a glória de amor igual tesouro!
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!
(Tomás Antônio Gonzaga, Obras Completas)
Texto 2
Jerônimo levantou-se, quase que maquinalmente, e, seguido por Piedade, aproximou-se da grande roda que se formara em torno dos dois mulatos. Aí, de queixo grudado às costas das mãos contra uma cerca de jardim, permaneceu, sem tugir nem mugir, entregue de corpo e alma àquela cantiga sedutora e voluptuosa que o enleava e tolhia, como à robusta gameleira brava o cipó flexível, carinhoso e traiçoeiro.
E viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, surgir de ombros e braços nus, para dançar. A lua destoldara-se nesse momento, envolvendo-a na sua cama de prata, a cujo refulgir os meneios da mestiça melhor se acentuavam, cheios de uma graça irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso, com muito de serpente e muito de mulher.
(Aluísio Azevedo, O Cortiço, 1991)
Sermão da Sexagésima
Nunca na Igreja de Deus houve tantas pregações,
nem tantos pregadores como hoje. Pois se tanto se
semeia a palavra de Deus, como é tão pouco o fruto?
Não há um homem que em um sermão entre em si e se
resolva, não há um moço que se arrependa, não há um
velho que se desengane. Que é isto? Assim como Deus
não é hoje menos onipotente, assim a sua palavra não
é hoje menos poderosa do que dantes era. Pois se a
palavra de Deus é tão poderosa; se a palavra de Deus
tem hoje tantos pregadores, por que não vemos hoje
nenhum fruto da palavra de Deus? Esta, tão grande e
tão importante dúvida, será a matéria do sermão. Quero
começar pregando-me a mim. A mim será, e também
a vós; a mim, para aprender a pregar; a vós, que
aprendais a ouvir.
VIEIRA, A. Sermões Escolhidos, v. 2. São Paulo: Edameris, 1965
No Sermão da sexagésima, padre Antônio Vieira
questiona a eficácia das pregações. Para tanto, apresenta
como estratégia discursiva sucessivas interrogações, as
quais têm por objetivo principal
No poema apresentado, a ideia de morte, apoiada em visão que evoca temáticas do modelo árcade tanto quanto do modelo barroco, surge por oposição à de vida, que, por sua vez, é satirizada, a partir de sua definição, apresentada no primeiro verso.
Mario Quintana
Com base no poema acima, de Mario Quintana, julgue os itens
Leia os fragmentos abaixo para responder à questão 13.
Os fragmentos acima representam os estilos de época, respectivamente:
Os fragmentos acima representam os estilos de época, respectivamente:
Sobre o Sermão de Santo Antônio aos peixes (século XVII), do Padre Antônio Vieira, assinale a alternativa correta.
A Nosso Senhor Jesus Christo com actos de
arrependimento e suspiros de amor
Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
Maldade, que encaminha à vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido;
Vencido quero ver-me, e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.
Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços, que me rendem vossa luz.
Luz, que claro me mostra a salvação,
A salvação pretendo em tais abraços,
Misericórdia, Amor, Jesus, Jesus.
Disponível em: <http://pt.wikisource.org/wiki/Ofendi-vos,_Meu_Deus,_bem_%C3%A9_verdade> .
Acesso em: 16 jun. 2014.
Da leitura do poema acima, de autoria de Gregório de Matos,
é possível afirmar:
A Nosso Senhor Jesus Christo com actos de
arrependimento e suspiros de amor
Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
Maldade, que encaminha à vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido;
Vencido quero ver-me, e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.
Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços, que me rendem vossa luz.
Luz, que claro me mostra a salvação,
A salvação pretendo em tais abraços,
Misericórdia, Amor, Jesus, Jesus.
Disponível em: <http://pt.wikisource.org/wiki/Ofendi-vos,_Meu_Deus,_bem_%C3%A9_verdade>
A crítica galhofeira a autoridades e a pessoas de prestígio
foi uma arma contundente de que se valeu
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Personagem frequente dos carros alegóricos, d. Pedro surgia, nos anos 1880, ora como Pedro Banana ou como Pedro Caju, numa alusão à sua falta de participação nos últimos anos do Império. Mas é só com a queda da monarquia que se passa a eleger um rei do Carnaval. Com efeito, o rei Momo é uma invenção recente, datada de 1933. No século XIX ele não era rei, mas um deus grego: zombeteiro, pândego e amante da galhofa. Nos anos 30 vira Rei Momo e logo depois cidadão. Novos tempos, novos termos.
(SCHWARCZ, Lilian Mortiz. As barbas do Imperador: Dom Pedro II , um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 281)
Sobre o poema “Criação”, é INCORRETO afirmar:
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
(...)
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a Cidade da Bahia.
(Gregório de Matos. “Descreve o que era realmente naquelle tempo
a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusa”,
in Obra poética (org. James Amado), 1990.)
O poema, escrito por Gregório de Matos no século XVII,
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.
(...)
Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a Cidade da Bahia.
(Gregório de Matos. “Descreve o que era realmente naquelle tempo
a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusa”,
in Obra poética (org. James Amado), 1990.)
O poema, escrito por Gregório de Matos no século XVII,