Questõesde UNESP sobre História
É particularmente no Oeste da província de São Paulo –
o Oeste de 1840, não o de 1940 – que os cafezais adquirem
seu caráter próprio, emancipando-se das formas de exploração agrária estereotipadas desde os tempos coloniais no modelo clássico da lavoura canavieira e do “engenho” de açúcar.
A silhueta antiga do senhor de engenho perde aqui alguns
dos seus traços característicos, desprendendo-se mais da
terra e da tradição – da rotina rural. A terra de lavoura deixa
então de ser o seu pequeno mundo para se tornar unicamente seu meio de vida, sua fonte de renda […].
(Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil, 1987.)
O “caráter próprio” das fazendas de café do Oeste paulista de
1840 pode ser explicado, em parte, pelo

O mapa representa a divisão da África no final do século XIX.
Essa divisão
O mapa representa a divisão da África no final do século XIX.
Essa divisão
Um homem transporta o fio metálico, outro endireita-o,
um terceiro corta-o, um quarto aguça a extremidade, um
quinto prepara a extremidade superior para receber a cabeça; para fazer a cabeça são precisas duas ou três operações
distintas; colocá-la constitui também uma tarefa específica,
branquear o alfinete, outra; colocar os alfinetes sobre o papel da embalagem é também uma tarefa independente. [...]
Tive ocasião de ver uma pequena fábrica deste tipo, em que
só estavam empregados dez homens, e onde alguns deles,
consequentemente, realizavam duas ou três operações diferentes. Mas, apesar de serem muito pobres, e possuindo
apenas a maquinaria estritamente necessária, [...] conseguiam produzir mais de quarenta e oito mil alfinetes por dia.
Se dividirmos esse trabalho pelo número de trabalhadores,
poderemos considerar que cada um deles produz quatro mil
e oitocentos alfinetes por dia; mas se trabalhassem separadamente uns dos outros, e sem terem sido educados para
este ramo particular de produção, não conseguiriam produzir
vinte alfinetes, nem talvez mesmo um único alfinete por dia.
(Adam Smith. Investigação sobre a natureza
e as causas da riqueza das nações, 1984.)
O texto, originalmente publicado em 1776, demonstra
Um homem transporta o fio metálico, outro endireita-o, um terceiro corta-o, um quarto aguça a extremidade, um quinto prepara a extremidade superior para receber a cabeça; para fazer a cabeça são precisas duas ou três operações distintas; colocá-la constitui também uma tarefa específica, branquear o alfinete, outra; colocar os alfinetes sobre o papel da embalagem é também uma tarefa independente. [...] Tive ocasião de ver uma pequena fábrica deste tipo, em que só estavam empregados dez homens, e onde alguns deles, consequentemente, realizavam duas ou três operações diferentes. Mas, apesar de serem muito pobres, e possuindo apenas a maquinaria estritamente necessária, [...] conseguiam produzir mais de quarenta e oito mil alfinetes por dia. Se dividirmos esse trabalho pelo número de trabalhadores, poderemos considerar que cada um deles produz quatro mil e oitocentos alfinetes por dia; mas se trabalhassem separadamente uns dos outros, e sem terem sido educados para este ramo particular de produção, não conseguiriam produzir vinte alfinetes, nem talvez mesmo um único alfinete por dia.
(Adam Smith. Investigação sobre a natureza
e as causas da riqueza das nações, 1984.)
O texto, originalmente publicado em 1776, demonstra
O dia em que o capitão-mor Pedro Álvares Cabral levantou a cruz [...] era a 3 de maio, quando se celebra a invenção
da Santa Cruz em que Cristo Nosso Redentor morreu por
nós, e por esta causa pôs nome à terra que se encontrava
descoberta de Santa Cruz e por este nome foi conhecida muitos anos. Porém, como o demônio com o sinal da cruz perdeu
todo o domínio que tinha sobre os homens, receando perder
também o muito que tinha em os desta terra, trabalhou que
se esquecesse o primeiro nome e lhe ficasse o de Brasil, por
causa de um pau assim chamado de cor abrasada e vermelha com que tingem panos [...].
(Frei Vicente do Salvador, 1627. Apud Laura de Mello e Souza.
O Diabo e a Terra de Santa Cruz, 1986. Adaptado.)
O texto revela que
O Diabo e a Terra de Santa Cruz, 1986. Adaptado.)
– São uma formosura os governantes que tu modelaste,
como se fosses um estatuário, ó Sócrates! [...]
– Ora pois! Concordais que não são inteiramente utopias o que estivemos a dizer sobre a cidade e a constituição;
que, embora difíceis, eram de algum modo possíveis, mas
não de outra maneira que não seja a que dissemos, quando
os governantes, um ou vários, forem filósofos verdadeiros,
que desprezem as honrarias atuais, por as considerarem impróprias de um homem livre e destituídas de valor, mas, por
outro lado, que atribuem a máxima importância à retidão e
às honrarias que dela derivam, e consideram o mais alto e
o mais necessário dos bens a justiça, à qual servirão e farão
prosperar, organizando assim a sua cidade?
(Platão. A República, 1987.)
O texto, concluído na primeira metade do século IV a.C.,
caracteriza
– São uma formosura os governantes que tu modelaste, como se fosses um estatuário, ó Sócrates! [...]
– Ora pois! Concordais que não são inteiramente utopias o que estivemos a dizer sobre a cidade e a constituição; que, embora difíceis, eram de algum modo possíveis, mas não de outra maneira que não seja a que dissemos, quando os governantes, um ou vários, forem filósofos verdadeiros, que desprezem as honrarias atuais, por as considerarem impróprias de um homem livre e destituídas de valor, mas, por outro lado, que atribuem a máxima importância à retidão e às honrarias que dela derivam, e consideram o mais alto e o mais necessário dos bens a justiça, à qual servirão e farão prosperar, organizando assim a sua cidade?
(Platão. A República, 1987.)
O texto, concluído na primeira metade do século IV a.C.,
caracteriza
Por muitíssimo tempo escreveu-se a história sem se
preocupar com as mulheres. No século XII assim como hoje,
masculino e feminino não andam um sem o outro. As damas
de Guînes e as damas de Ardres tiveram todas por marido
um ás da guerra, senhor de uma fortaleza que seu mais
remoto ancestral havia edificado.
(Georges Duby. Damas do século XII:
a lembrança das ancestrais, 1997. Adaptado.)
O texto trata de relações desenvolvidas num meio social específico, durante a Idade Média ocidental. Nele,
a lembrança das ancestrais, 1997. Adaptado.)
Outra prática comum aos povos mesoamericanos foi a
construção de cidades. [...] As cidades mesoamericanas também serviam para dar identidade grupal aos seus habitantes,
ou seja, as pessoas se reconheciam como pertencentes a tal
cidade e não como “indígena”, termo que começou a ser utilizado pelos espanhóis para referir-se aos milhares de grupos
que se [...] autodenominavam mexicas, cholutecas, tlaxcaltecas, dependendo da cidade que habitavam.
(Eduardo Natalino dos Santos.
Cidades pré-hispânicas do México e da América Central, 2004.)
As cidades existentes na América Central e no México no
período pré-colombiano
Cidades pré-hispânicas do México e da América Central, 2004.)
A Proclamação da República, em 1889,
O Rio de Janeiro dos primeiros anos da República era a maior cidade do país, com mais de 500 mil habitantes. Capital política e administrativa, estava em condições de ser também, pelo menos em tese, o melhor terreno para o desenvolvimento da cidadania. Desde a independência e, particularmente, desde o início do Segundo Reinado, quando se deu a consolidação do governo central e da economia cafeeira na província adjacente, a cidade passou a ser o centro da vida política nacional. O comportamento político de sua população tinha reflexos imediatos no resto do país. A Proclamação da República é a melhor demonstração dessa afirmação.
(José Murilo de Carvalho. Os bestializados, 1987.)
O texto afirma que a consolidação do Rio de Janeiro como
“o centro da vida política nacional” ocorreu com
O texto afirma que a consolidação do Rio de Janeiro como
“o centro da vida política nacional” ocorreu com
O Rio de Janeiro dos primeiros anos da República era a maior cidade do país, com mais de 500 mil habitantes. Capital política e administrativa, estava em condições de ser também, pelo menos em tese, o melhor terreno para o desenvolvimento da cidadania. Desde a independência e, particularmente, desde o início do Segundo Reinado, quando se deu a consolidação do governo central e da economia cafeeira na província adjacente, a cidade passou a ser o centro da vida política nacional. O comportamento político de sua população tinha reflexos imediatos no resto do país. A Proclamação da República é a melhor demonstração dessa afirmação.
(José Murilo de Carvalho. Os bestializados, 1987.)
A primeira Constituição brasileira, de 1824, foi

A gravura representa a marcha de mulheres revolucionárias
até o palácio real de Versalhes em 5 de outubro de 1789.
A participação das mulheres na Revolução Francesa
A gravura representa a marcha de mulheres revolucionárias
até o palácio real de Versalhes em 5 de outubro de 1789.
A participação das mulheres na Revolução Francesa
A era feudal tinha legado às sociedades que a seguiram
a cavalaria, cristalizada em nobreza. [...] Até nas nossas
sociedades, em que morrer pela sua terra deixou de
ser monopólio de uma classe ou profissão, o sentimento
persistente de uma espécie de supremacia moral ligada à
função do guerreiro profissional — atitude tão estranha a
outras civilizações, tal como a chinesa — permanece uma
lembrança da divisão operada, no começo dos tempos feudais,
entre o camponês e o cavaleiro.
(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987. Adaptado.)
Segundo o texto, a valorização da ação militar
A era feudal tinha legado às sociedades que a seguiram a cavalaria, cristalizada em nobreza. [...] Até nas nossas sociedades, em que morrer pela sua terra deixou de ser monopólio de uma classe ou profissão, o sentimento persistente de uma espécie de supremacia moral ligada à função do guerreiro profissional — atitude tão estranha a outras civilizações, tal como a chinesa — permanece uma lembrança da divisão operada, no começo dos tempos feudais, entre o camponês e o cavaleiro.
(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987. Adaptado.)
Segundo o texto, a valorização da ação militar
De acordo com o texto,
As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes, foram registrando a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas, os portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam pessoas que chegavam às praias, levando-as para os navios para serem vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados, portanto não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas na vida além desta.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
Na colônia, a justiça era exercida por toda uma gama de
funcionários a serviço do rei. A violência, a coerção e a arbitrariedade
foram suas principais características. [...]
Nas regiões em que a presença da Coroa era mais distante,
os grandes proprietários de terras exerciam considerável autoridade administrativa e judicial. No sertão, os potentados
impunham seus interesses à população livre.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota.
História do Brasil: uma interpretação, 2008.)
Ao analisar o aparato judiciário no Brasil Colonial, o texto
Na colônia, a justiça era exercida por toda uma gama de funcionários a serviço do rei. A violência, a coerção e a arbitrariedade foram suas principais características. [...]
Nas regiões em que a presença da Coroa era mais distante, os grandes proprietários de terras exerciam considerável autoridade administrativa e judicial. No sertão, os potentados impunham seus interesses à população livre.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação, 2008.)
Ao analisar o aparato judiciário no Brasil Colonial, o texto
O texto caracteriza
As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes, foram registrando a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas, os portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam pessoas que chegavam às praias, levando-as para os navios para serem vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados, portanto não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas na vida além desta.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
Ainda hoje a palavra Renascimento evoca a ideia de uma
época dourada e de homens libertos dos constrangimentos
sociais, religiosos e políticos do período precedente. Nessa
“época dourada”, o individualismo, o paganismo e os valores
da Antiguidade Clássica seriam cultuados, dando margem ao
florescimento das artes e à instalação do homem como centro
do universo.
(Tereza Aline Pereira de Queiroz. O Renascimento, 1995. Adaptado.)
O texto refere-se a uma concepção acerca do Renascimento
cultural dos séculos XV e XVI que
Ainda hoje a palavra Renascimento evoca a ideia de uma época dourada e de homens libertos dos constrangimentos sociais, religiosos e políticos do período precedente. Nessa “época dourada”, o individualismo, o paganismo e os valores da Antiguidade Clássica seriam cultuados, dando margem ao florescimento das artes e à instalação do homem como centro do universo.
(Tereza Aline Pereira de Queiroz. O Renascimento, 1995. Adaptado.)
O texto refere-se a uma concepção acerca do Renascimento cultural dos séculos XV e XVI que
Em meados da década de 1970, as condições externas
que haviam sustentado o sucesso econômico do regime
militar sofreram alterações profundas.
(Tania Regina de Luca. Indústria e trabalho na história do Brasil, 2001.)
As condições externas que embasaram o sucesso econômico do regime militar e as alterações que sofreram em
meados da década de 1970 podem ser exemplificadas,
respectivamente,
Em meados da década de 1970, as condições externas que haviam sustentado o sucesso econômico do regime militar sofreram alterações profundas.
(Tania Regina de Luca. Indústria e trabalho na história do Brasil, 2001.)
As condições externas que embasaram o sucesso econômico do regime militar e as alterações que sofreram em meados da década de 1970 podem ser exemplificadas, respectivamente,
A Nação terá em qualquer tempo o direito de impor
à propriedade privada as modalidades ditadas pelo interesse
público [...]. Com esse objetivo serão determinadas
as medidas necessárias ao fracionamento dos latifúndios
[...]. Os povoados, vilarejos e comunidades que careçam
de terras e águas ou não as tenham em quantidades suficientes
para as necessidades de sua população terão
direito a elas, tomando-as das propriedades vizinhas, porém
respeitando, sempre, a pequena propriedade.
(Artigo 27 da Constituição mexicana de 1917.
Apud Héctor H. Bruit. Revoluções na América Latina, 1988.)
O artigo 27 da Constituição elaborada ao final da Revolução
Mexicana dispõe sobre a propriedade de terra e
A Nação terá em qualquer tempo o direito de impor à propriedade privada as modalidades ditadas pelo interesse público [...]. Com esse objetivo serão determinadas as medidas necessárias ao fracionamento dos latifúndios [...]. Os povoados, vilarejos e comunidades que careçam de terras e águas ou não as tenham em quantidades suficientes para as necessidades de sua população terão direito a elas, tomando-as das propriedades vizinhas, porém respeitando, sempre, a pequena propriedade.
(Artigo 27 da Constituição mexicana de 1917. Apud Héctor H. Bruit. Revoluções na América Latina, 1988.)
O artigo 27 da Constituição elaborada ao final da Revolução Mexicana dispõe sobre a propriedade de terra e
A corporação tem como objetivo aumentar sempre o
poder global da Nação em vista de sua extensão no mundo.
É justo afirmar o valor internacional da nossa organização,
pois é no campo internacional somente que serão
avaliadas as raças e as nações, quando a Europa, daqui a
alguns tempos, apesar do nosso firme e sincero desejo de
colaboração e de paz, tiver novamente chegado a outra
encruzilhada dos destinos.
(Apud Katia M. de Queirós Mattoso. Textos e documentos
para o estudo da história contemporânea: 1789-1963, 1977.)
O texto apresenta características do movimento
A corporação tem como objetivo aumentar sempre o poder global da Nação em vista de sua extensão no mundo. É justo afirmar o valor internacional da nossa organização, pois é no campo internacional somente que serão avaliadas as raças e as nações, quando a Europa, daqui a alguns tempos, apesar do nosso firme e sincero desejo de colaboração e de paz, tiver novamente chegado a outra encruzilhada dos destinos.
(Apud Katia M. de Queirós Mattoso. Textos e documentos para o estudo da história contemporânea: 1789-1963, 1977.)
O texto apresenta características do movimento