Questõesde UNIOESTE sobre História do Brasil

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UNIOESTE 2019 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

“Canudos de hoje é a terceira da história. A primeira, criada no século 18, foi destruída pelo Exército em 1897, no fim da guerra. A segunda surgiu por volta de 1910, construída sobre as ruínas da anterior. Os primeiros habitantes eram sobreviventes do conflito. Em 1950, com o início das obras da barragem que inundaria o local, os moradores começaram a sair, formando um novo vilarejo a uma distância de cerca de 20 quilômetros. A segunda Canudos desapareceu sob as águas do açude do Cocorobó, em 1969. O vilarejo tornou-se, em 1985, a terceira Canudos.”


ALMEIDA, M. V. “Destruída duas vezes, Canudos sobrevive em meio a escombros e miséria”. Folha de São Paulo, São Paulo, 09 jun. 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2019/06/destruida-duas-vezes-canudos-sobrevive-em-meio-a-escombros-e-miseria.shtml Acesso em: 09 jun. 2019.


A cidade atual, com seus mais de 16 mil habitantes, apresenta graves problemas sociais. Por isso, permanecer em Canudos expõe a resistência e tensão frente às péssimas condições de vida que, para a grande maioria, não são meras adversidades momentâneas. Em relação à historicidade que envolve Canudos é CORRETO afirmar.

A
Antônio Conselheiro conseguiu desviar a atenção da população, afastando-os das contestações sobre os altos impostos e se restringindo às crenças religiosas pacíficas.
B
O predomínio de uma imagem messiânica do conflito ocorrido em Canudos no século XIX permitiu um grande desenvolvimento econômico na região, advindo tanto do turismo quanto das explorações arqueológicas do lugar.
C
A tentativa de conservar modos de vida e garantir direitos se contrasta com a seca, fome, falta de perspectivas e renda na região. Por isso, hoje o povoado está abandonado.
D
A construção da barragem fez parte de um conjunto de ações sugeridas como parte do combate à seca e desenvolvimento econômico do Nordeste. Portanto, sua presença na história de Canudos não prejudicou a memória do lugar, pois conservou grande parte da cidade antiga.
E
O processo histórico que envolve a constituição da República, ao final do século XIX, indica contestações ao projeto de nação em curso, uma vez que muitos conflitos marcaram esse momento, apontando tensões e desigualdades fortemente repreendidas.
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UNIOESTE 2019 - História - República Autoritária : 1964- 1984, História do Brasil

Preste atenção nas duas imagens que seguem abaixo:



IMAGEM 1: Selo comemorativo da conquista do tricampeonato mundial pela seleção brasileira em junho de 1970. Disponível em: https://www.ludopedio.com.br/arquibancada/militarizacao-do-futebol-brasileiro-como- -selecao-foi-afetada-na-copa-de-1970/ Aceso em: 24 ago 2019.


IMAGEM 2: Charge de 1970, do cartunista Jaguar, expondo as contradições vividas pela população pobre no país na época da ditadWWura. Disponível em: https://trivela.com.br/a-charge-de-futebol-de-o-pasquim-que-quase-mandou-carlos-drummond-a-prisao/ Acesso em: 23 ago 2019.



Em 2020 completar-se-ão exatos 50 anos da conquista do tricampeonato mundial de futebol. Em 1970, vivíamos um período de endurecimento da Ditadura Militar no Brasil, mas, ao mesmo tempo, uma certa euforia em torno do chamado “Milagre Econômico”, que coincidia com a vitória da seleção brasileira no México. Contudo, a propaganda ufanista sobre o regime era contraposta pela visão crítica de que o “milagre” não seria uma conquista para todos os brasileiros.



Baseando-se nas imagens, é CORRETO afirmar que:

A
a situação de extrema miséria a que estava submetida as camadas populares no Brasil durante a ditadura influenciou decisivamente na conquista da Copa do Mundo de 1970.
B
de acordo com a charge, enquanto o regime militar usava o tricampeonato como propaganda do “milagre”, a maioria da população padecia na fome e na miséria social.
C
o “milagre econômico”, vivido no Brasil entre os anos de 1975 e 1979, propiciou um ciclo de desenvolvimento que beneficiou principalmente o grande empresariado.
D
durante a Copa do Mundo de 1970, realizada na Alemanha Ocidental, eram comuns nas páginas de jornais e revistas do país as propagandas que enalteciam o Regime Militar
E
entre as duas imagens não há quaisquer conexões, pois, durante a ditadura os governos militares erradicaram totalmente a fome e a miséria no Brasil.
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UNIOESTE 2016 - História - História do Brasil, Era Vargas – 1930-1954

Após analisarmos tais considerações frente ao que se denominou "Era Vargas", podemos indicar como INCORRETA a seguinte alternativa:

Analise as indicações abaixo:


I - Censura e controle

“O samba O Bonde de São Januário, de autoria de Wilson Batista composta em 1940 e interpretado por Ataúfo Alves, foi censurado pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda). Esse órgão, criado pelo governo de Getúlio Vargas durante o Estado Novo, exercia de forma severa a censura sobre os jornais, as revistas, o teatro, o cinema, a literatura, o rádio e as demais manifestações culturais. A letra original dizia: “O bonde de São Januário/leva mais um sócio otário/só eu não vou trabalhar”.”

Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=23459 

O Bonde de São Januário

Quem trabalha é quem tem razão

Eu digo e não tenho medo de errar

O Bonde de São Januário leva mais um operário

Sou eu que vou trabalhar

Antigamente eu não tinha juízo

Mas hoje eu penso melhor no futuro

Graças a Deus sou feliz vivo muito bem

A boemia não dá camisa a ninguém

Passe bem!

Composição: Wilson Batista


II - Expectativa de apoio estatal nas disputas de terra

“Deste Norte do Paraná, que já parecera o eldorado para milhares de brasileiros que para lá se deslocavam, chega a carta de José Arruda de Oliveira. A carta não serve apenas para pedir, mas também contar sua vida: “Trabalhei na Bahia em cinqüenta e cinco tarefas de cacau, mas só recebi mil cruzeiros por pé. Tenho sofrido muito na unha dos tubarões. Eu não queria trabalhar mais para os tubarões”. Tubarão, na linguagem da época, era o explorador que não plantava, mas colhia o resultado de seu plantio. Arruda continuava: “Formei quatro alqueire de café, e tenho uma posse. Mas agora homem da companhia agrícola de Catanduva diz que a terra é deles. Eu agaranto que é mata do Estado”. Ser mata do Estado abria para Arruda a esperança de que pudesse ficar em paz: “eu assisti o seu comício em Londrina e fiquei muito satisfeito. Eu queria muito conversar com o senhor pra contar o que acontece aqui no Paraná.”.”

RIBEIRO, Vanderlei V. Cartas da roça ao presidente: os camponeses ante Vargas e Perón. Revista de História Comparada, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 9, 2007.

A
O DIP atuou e interveio junto aos setores de comunicação e produção cultural com ênfase em abordagens que favorecessem ações e interesses do Estado, tais como a valorização do trabalho, em um momento de intensa tensão social no campo e na cidade.
B
A expressão "pai dos pobres e mãe dos ricos" corresponde a uma avaliação crítica que se fez (e faz) sobre as medidas e ações promovidas durante a presença de Vargas à frente do Estado brasileiro. Sugere a oscilante denominação de apresentar-se afeito às demandas populares, mas garante apoio e alianças a interesses dominantes.
C
A memória que prevaleceu sobre o período Vargas corresponde a uma leitura histórica em que a prática populista buscava garantir apoio popular e uma imagem de consenso social frente às medidas governamentais.
D
A Consolidação das Leis Trabalhistas durante a gestão do presidente Vargas surge como marco de mudança nas relações de trabalho, uma vez que desde então jamais houve descumprimento dos direitos trabalhistas.
E
A experiência do populismo na América do Sul no século XX permite destacar uma prática de governo em que se privilegiam ações de controle social, revestidas por demandas populares, ao mesmo tempo em que personifica a atuação do Estado na figura de seus governantes.
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UNIOESTE 2016 - História - República Oligárquica - 1889 a 1930, História do Brasil

Tomando-se por base a referência ao texto de José Murilo de Carvalho e a análise acima, assinale a alternativa CORRETA.

Leia atentamente o que segue abaixo:


“A maneira indireta de neutralizar a capital e as forças que nela se agitavam era fortalecer os estados, pacificando e cooptando suas oligarquias. Era reunir as oligarquias em torno de um arranjo que garantisse seu domínio local e sua participação no poder nacional de acordo com o cacife político de cada um [...]. Se os partidos não funcionavam como instrumentos de governo, se se dividiam em facções, se ficavam presos a caudilhos, a solução, para Campos Salles, era formar então um grande partido de governo com sustentação nas oligarquias estaduais [...]. O resumo é perfeito: governar o País por cima do tumulto das multidões agitadas da capital. O Rio podia ser caixa de ressonância, mas não ter força política própria porque uma população urbana mobilizada politicamente, socialmente heterogênea, indisciplinada, dividida por conflitos internos não podia dar sustentação a um governo que tivesse de representar as forças dominantes do Brasil agrário [...].” 

CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 32-33.


O trecho refere-se a um dos momentos turbulentos e críticos da República brasileira: crises econômicas e financeiras, disputas políticas entre as oligarquias regionais, militares no poder com Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, a Revolta da Armada (1893), graves problemas sociais e urbanos nas cidades, como o Rio de Janeiro (Capital Federal), mas, também, as tensões no campo – basta citar a emblemática e sangrenta história de Canudos (1895-1897) – e a chegada dos civis ao poder, a contar de Prudente de Morais em 1894. Um contexto histórico, enfim, marcado por uma crise aguda de legitimidade institucional do regime republicano desde a sua implantação em 1889. Como sair da crise? O contexto e a questão não parecem soar estranhos aos nossos ouvidos, posto que a solução buscada pelo presidente Campos Salles (1898-1902) confunde-se, sem negar as especificidades de cada período histórico, com medidas autoritárias e conservadoras de nossos governantes.  

A
As duas principais medidas tomadas por Campos Salles, o “fortalecimento dos estados” e “governar o País por cima do tumulto das multidões”, podem ser consideradas em conjunto como um projeto institucional que beneficiou as camadas populares e a classe trabalhadora.
B
Podemos afirmar com segurança que a crise institucional vivida pelo regime republicano ao final do século XIX é claramente igual ao que estamos vivendo no Brasil nos últimos anos.
C
Apesar de o Rio de Janeiro ser a Capital Federal e contar com um aparato policial e militar para conter movimentos sociais contrários à “ordem” e ao “progresso”, o governo Campos Salles precisou fazer arranjos com as oligarquias estaduais para tentar garantir a estabilidade da República – o que ficou conhecido como a “Política dos Estados”.
D
Quando o autor se refere à necessidade do governo federal em “pacificar” e “cooptar” as oligarquias estaduais com vistas a formar “um grande partido de governo”, está muito evidente que ele quis nos alertar para a fragilidade e a pouca influência política (não a econômica) das oligarquias estaduais durante o período do governo de Campos Salles.
E
Caracterizado por ser um governo autoritário e conservador, com forte tendência a privilegiar os setores dominantes da sociedade brasileira, a presidência de Campos Salles ficou marcada pela história não somente por crises, tensões e mudanças de toda ordem, como a que mais promoveu projetos sociais voltados para a melhoria da vida dos negros libertos após a Abolição.
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UNIOESTE 2017 - História - República Autoritária : 1964- 1984, História do Brasil

Na década de 1960, os traços do autoritarismo presentes na sociedade brasileira foram potencializados com o golpe militar de 1964, que paradoxalmente foi batizado de “A Revolução de 1964”. Conhecido pelo tripé Estado-multinacionais-indústrias nacionais, o “regime” promoveu a militarização da vida cotidiana e instituiu leis de exceção com o intuito de combater o “inimigo interno”, inicialmente denominadas de ações subversivas e de guerrilha, mas também voltadas para o tratamento comum da população, em especial trabalhadores do campo e da cidade. Marilena Chaui – Conformismo e Resistência, São Paulo: Brasiliense, 1994. Tendo como bases o período histórico marcado pelo “Regime Militar” e o Golpe Militar de 1964, é CORRETO afirmar.

A
O golpe militar foi consequência direta de uma decisão interna dos militares em nome dos interesses das forças armadas, sem influências externas.
B
O golpe foi um mecanismo de autodefesa política de uma complexa situação de interesses, criada pelo capitalismo dependente, em um período de crise e de reorganização da América Latina.
C
Para favorecer o exército como agente político e categoria social com maior capacidade intelectual para conduzir o país à ordem e ao progresso.
D
O golpe militar tinha como objetivo contrariar os interesses privados dominantes que estavam ameaçados pela inquietação popular nas áreas urbanas e rurais.
E
As elites militares nunca se colocaram na condição de poder supremo e inquestionável, como a última fonte de legitimidade da ordem política e legal.