Questõesde ENEM sobre Urbanização
A vida das pessoas se modifica com a mesma rapidez
com que se reproduz a cidade. O lugar da festa, do encontro
quase desaparecem; o número de brincadeiras infantis
nas ruas diminui — as crianças quase não são vistas;
os pedaços da cidade são vendidos, no mercado, como
mercadorias; árvores são destruídas, praças transformadas
em concreto. Por outro lado, os habitantes parecem perder
na cidade suas próprias referências. A imagem de uma
grande cidade hoje é tão mutante que se assemelha à de
um grande guindaste, aliás, a presença maciça destes, das
britadeiras, das betoneiras nos dão o limite do processo de
transformação diária ao qual está submetida a cidade.
CARLOS, A. F. A. A cidade. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).
No contexto das grandes cidades brasileiras, a situação
apresentada no texto vem ocorrendo como consequência da
A participação social no planejamento e na gestão
urbanos ganhou impulso a partir do Estatuto da Cidade
(Lei n. 10.257/2001), que estabeleceu condições para
elaboração de planos diretores participativos, instrumentos
esses indutores da expansão urbana e do ordenamento
territorial que, a princípio, devem buscar representar
os interesses dos diversos segmentos da sociedade.
No entanto, é notório o limite à representação dos
interesses das camadas sociais menos favorecidas nesse
processo. Este rumo deve ser corrigido e deve-se continuar
buscando mecanismos de inclusão dos interesses de toda
a sociedade.
Caderno Objetivos de Desenvolvimento Sustentável — ODS n. 11: tornar
as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes
e sustentáveis. Brasília: Ipea, 2019.
Qual medida promove a participação social descrita no
texto?
Escritos em temporalidade histórica aproximada, os
textos se distanciam ao apresentarem pontos de vista
diferentes sobre a(s)
A vida das pessoas se modifica com a mesma rapidez com que se reproduz a cidade. O lugar da festa, do encontro quase desaparecem; o número de brincadeiras infantis nas ruas diminui — as crianças quase não são vistas; os pedaços da cidade são vendidos, no mercado, como mercadorias; árvores são destruídas, praças transformadas em concreto. Por outro lado, os habitantes parecem perder na cidade suas próprias referências. A imagem de uma grande cidade hoje é tão mutante que se assemelha à de um grande guindaste, aliás, a presença maciça destes, das britadeiras, das betoneiras nos dão o limite do processo de transformação diária ao qual está submetida a cidade.
CARLOS, A. F. A. A cidade. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).
No contexto das grandes cidades brasileiras, a situação apresentada no texto vem ocorrendo como consequência da
A participação social no planejamento e na gestão urbanos ganhou impulso a partir do Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/2001), que estabeleceu condições para elaboração de planos diretores participativos, instrumentos esses indutores da expansão urbana e do ordenamento territorial que, a princípio, devem buscar representar os interesses dos diversos segmentos da sociedade. No entanto, é notório o limite à representação dos interesses das camadas sociais menos favorecidas nesse processo. Este rumo deve ser corrigido e deve-se continuar buscando mecanismos de inclusão dos interesses de toda a sociedade.
Caderno Objetivos de Desenvolvimento Sustentável — ODS n. 11: tornaras cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Brasília: Ipea, 2019.
Qual medida promove a participação social descrita no texto?
Desde 2009, a área portuária carioca vem sofrendo grandes transformações realizadas no escopo da operação urbana consorciada conhecida como Porto Maravilha. Parte importante na tentativa de tornar o Rio de Janeiro um polo de serviços internacional, a “revitalização” urbana deveria deixar para trás uma paisagem geográfica que ainda recordava a cidade do início do século passado para abrir espaço, em seu lugar, à instalação de modernas torres comerciais, espaços de consumo e lazer inéditos e cerca de cem mil novos moradores, uma nova configuração socioespacial capaz de alçar a área portuária do Rio de Janeiro ao patamar dos waterfronts de Baltimore, Barcelona e Buenos Aires.
LACERDA, L.; WERNECK, M.; RIBEIRO, B. Cortiços de hoje na cidade do amanhã.
E-metropolis, n. 30, set. 2017.
As intervenções urbanas descritas derivam de um processo socioespacial que busca a
A vida das pessoas se modifica com a mesma rapidez com que se reproduz a
cidade. O lugar da festa, do encontro quase desaparecem; o número de brincadeiras
infantis nas ruas diminui — as crianças quase não são vistas; os pedaços da cidade são
vendidos, no mercado, como mercadorias; árvores são destruídas, praças transformadas
em concreto. Por outro lado, os habitantes parecem perder na cidade suas próprias
referências. A imagem de uma grande cidade hoje é tão mutante que se assemelha à de
um grande guindaste, aliás, a presença maciça destes, das britadeiras, das betoneiras
nos dão o limite do processo de transformação diária ao qual está submetida a cidade.
CARLOS, A. F. A. A cidade. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).
No contexto das grandes cidades brasileiras, a situação apresentada no texto vem
ocorrendo como consequência da
Desde 2009, a área portuária carioca vem sofrendo grandes transformações
realizadas no escopo da operação urbana consorciada conhecida como Porto Maravilha.
Parte importante na tentativa de tornar o Rio de Janeiro um polo de serviços internacional,
a “revitalização” urbana de veria deixar para trás uma paisagem geográfica que ainda
recordava a cidade do início do século passa do para abrir espaço, em seu lugar, à
instalação de modernas torres comerciais, espaços de consumo e lazer inéditos e cerca
de cem mil novos moradores, uma nova configuração socioespacial capaz de alçar a área
por tuária do Rio de Janeiro ao patamar dos waterfronts de Baltimore, Barcelona e Buenos
Aires.
LACERDA, L.; WERNECK, M.; RIBEIRO, B. Cortiços de hoje na cidade do amanhã.
E-metropolis, n. 30, set. 2017.
As intervenções urbanas descritas derivam de um processo socioespacial que busca a
A participação social no planejamento e na gestão urbanos ganhou impulso a partir
do Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/2001), que estabeleceu condições para elaboração
de planos diretores participativos, instrumentos esses indutores da expansão urbana e do
ordenamento territorial que, a princípio, devem buscar representar os interesses dos
diversos segmentos da sociedade. No entanto, é notório o limite à representação dos
interesses das camadas sociais menos favorecidas nesse processo. Este rumo deve ser
corrigido e deve-se continuar buscando mecanismos de inclusão dos interesses de toda a
sociedade.
Caderno Objetivos de Desenvolvimento Sustentável — ODS n. 11: tornar as cidades e os assentamentos
humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Brasília: Ipea, 2019.
Qual medida promove a participação social descrita no texto?
Tal fenômeno não pode ser reduzido a alguns
núcleos urbanos no topo da hierarquia. É um
processo que conecta serviços avançados, centros
produtores e mercados em rede com intensidade
diferente e em diferente escala, dependendo da
relativa importância das atividades localizadas em
cada área face à rede mundial.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000 (adaptado).
A estrutura descrita depende da ocorrência da seguinte
característica espacial:
Tal fenômeno não pode ser reduzido a alguns núcleos urbanos no topo da hierarquia. É um processo que conecta serviços avançados, centros produtores e mercados em rede com intensidade diferente e em diferente escala, dependendo da relativa importância das atividades localizadas em cada área face à rede mundial.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000 (adaptado).
A estrutura descrita depende da ocorrência da seguinte
característica espacial:
Esse processo concentra a população de renda mais
elevada e maior poder político em áreas mais centrais
e privilegiadas em termos de empregos, infraestrutura
básica e serviços sociais. Ao mesmo tempo, redistribui
a população menos favorecida quanto a esses aspectos,
constituindo uma ocupação periférica que se estende até
os municípios limítrofes. Neles, as condições de acesso
às áreas mais centrais são agravadas pelas grandes
distâncias e pelas dificuldades relacionadas à eficiência
do sistema de transporte.
CAIADO, M. C. S. Deslocamentos intraurbanos e estruturação socioespacial na metrópole brasiliense.
São Paulo em Perspectiva, n. 4, out.-dez. 2005.
O texto caracteriza um estágio do processo de
urbanização marcado pela
Brasília é a primeira cidade moderna inscrita na lista do Patrimônio Mundial. O plano da
cidade, idealizado por Lúcio Costa, segue os princípios básicos da Carta de Atenas, de 1933.
Uma cidade estruturada em áreas, cada qual com uma função específica (área monumental,
onde se concentram os prédios da administração, área residencial, área agrária e área de
lazer), separadas por vastos espaços naturais que se comunicam pelo traçado das grandes
vias.
SILVA, F. F. As cidades brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade.
São Paulo: Peirópolis, 2003.
A cidade apresentada foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade porque
Brasília é a primeira cidade moderna inscrita na lista do Patrimônio Mundial. O plano da cidade, idealizado por Lúcio Costa, segue os princípios básicos da Carta de Atenas, de 1933. Uma cidade estruturada em áreas, cada qual com uma função específica (área monumental, onde se concentram os prédios da administração, área residencial, área agrária e área de lazer), separadas por vastos espaços naturais que se comunicam pelo traçado das grandes vias.
SILVA, F. F. As cidades brasileiras e o Patrimônio Cultural da Humanidade. São Paulo: Peirópolis, 2003.
A cidade apresentada foi reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade porque
Maior que os espaços metropolitanos tradicionais, incorporando áreas menores em
vizinhança e formando uma aglomeração em escala mais ampla, concentra o principal das
atividades produtivas significativas em diversos setores (cadeias da indústria, investimentos
estrangeiros diretos, operações de negócios internacionais, trabalhadores migrantes, fluxos
monetários etc.). O conjunto da economia global passa a ser um arquipélago delas,
constituindo os nós da malha econômica.
IBGE. Gestão do território. Rio de Janeiro: IBGE, 2014 (adaptado).
A configuração geográfica descrita no texto é definida pelo conceito de
A expansão das cidades e a formação das aglomerações urbanas no Brasil foram marcadas pela produção industrial, e pela consolidação das metrópoles como locais de seu desenvolvimento. Na segunda metade do século XX, as metrópoles brasileiras estenderam-se por áreas de ocupação contínua, configurando densas regiões urbanizadas.
MOURA.R. Arranjos urbano-regionais no Brasil: especificidades e reprodução de padrões. Disponível em: www.http://www.ub.edu. Acesso em: 11 fev. 2015
O resultado do processo geográfico descrito foi o(a)
A expansão das cidades e a formação das aglomerações urbanas no Brasil foram marcadas pela produção industrial, e pela consolidação das metrópoles como locais de seu desenvolvimento. Na segunda metade do século XX, as metrópoles brasileiras estenderam-se por áreas de ocupação contínua, configurando densas regiões urbanizadas.
MOURA.R. Arranjos urbano-regionais no Brasil: especificidades e reprodução de padrões. Disponível em: www.http://www.ub.edu. Acesso em: 11 fev. 2015
O planejamento deixou de controlar o crescimento
urbano e passou a encorajá-lo por todos os meios possíveis e imagináveis. Cidades, a nova mensagem
soou em alto e bom som, eram máquinas de produzir
riquezas; o primeiro e principal objetivo do planejamento
devia ser o de azeitar a máquina.
HALL. P. Cidades do amanhã: uma história intelectual do planejamento e do projeto urbano no século XX. São Paulo, Perspectiva, 2016 (adaptado).
O modelo de planejamento urbano problematizado no
texto é marcado pelo(a)
O consumo da habitação, em especial aquela
dotada de atributos especiais no espaço urbano,
contribui para o entendimento do fenômeno, pois
certas áreas tornam-se alvos de operações comerciais
de prestígio com a produção e/ou a renovação de
construções, diferente de outras porções da cidade,
dotadas de menor infraestrutura.
SANTOS, A. R. O consumo da habitação de luxo no espaço urbano
parisiense. Confins, n. 23, 2015 (adaptado).
O conceito que define o processo descrito denomina-se
A cidade medieval é, antes de mais nada, uma sociedade da abundância, concentrada num pequeno espaço
em meio a vastas regiões pouco povoadas. Em seguida, é um lugar de produção e de trocas, onde se articulam
o artesanato e o comércio, sustentados por uma economia monetária. É também o centro de um sistema de
valores particular, do qual emerge a prática laboriosa e criativa do trabalho, o gosto pelo negócio e pelo dinheiro,
a inclinação para o luxo, o senso da beleza. É ainda um sistema de organização de um espaço fechado
com muralhas, onde se penetra por portas e se caminha por ruas e praças e que é guarnecido por torres.
LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. Dicionário temático do Ocidente Medieval. Bauru: Edusc, 2006.
No texto, o espaço descrito se caracteriza pela associação entre a ampliação das atividades urbanas e a
A cidade medieval é, antes de mais nada, uma sociedade da abundância, concentrada num pequeno espaço em meio a vastas regiões pouco povoadas. Em seguida, é um lugar de produção e de trocas, onde se articulam o artesanato e o comércio, sustentados por uma economia monetária. É também o centro de um sistema de valores particular, do qual emerge a prática laboriosa e criativa do trabalho, o gosto pelo negócio e pelo dinheiro, a inclinação para o luxo, o senso da beleza. É ainda um sistema de organização de um espaço fechado com muralhas, onde se penetra por portas e se caminha por ruas e praças e que é guarnecido por torres.
LE GOFF, J.; SCHMITT, J.-C. Dicionário temático do Ocidente Medieval. Bauru: Edusc, 2006.
No texto, o espaço descrito se caracteriza pela associação entre a ampliação das atividades urbanas e a

O critério que rege a hierarquia urbana é a
O critério que rege a hierarquia urbana é a
A antiga Cidade Livre foi idealizada por Bernardo
Sayão, em 1956, para ser um centro comercial e
recreativo para os trabalhadores de Brasília. Ganhou
esse nome porque lá era permitido não só residir
como também negociar, com isenção de tributação.
A perspectiva era de que a cidade desaparecesse com
a inauguração de Brasília. Com isso, os lotes não foram
vendidos, mas emprestados em forma de comodato
àqueles interessados em estabelecer residência ou
comércio. A partir de 1960, os contratos de comodato
foram cancelados e os comerciantes, transferidos para a
Asa Norte. Os terrenos desocupados foram invadidos por
famílias de baixa renda. Em 1961, o governo, pressionado
pelo movimento popular, cria oficialmente a cidade com o
nome de Núcleo Bandeirante.
CARDOSO, H. H. P. Narrativas de um candango em Brasília. Revista Brasileira de História,
n. 47, 2004 (adaptado).
Essa dinâmica expõe uma forma de desigualdade social
comum nas cidades brasileiras associada à dificuldade de
ter acesso
A antiga Cidade Livre foi idealizada por Bernardo Sayão, em 1956, para ser um centro comercial e recreativo para os trabalhadores de Brasília. Ganhou esse nome porque lá era permitido não só residir como também negociar, com isenção de tributação. A perspectiva era de que a cidade desaparecesse com a inauguração de Brasília. Com isso, os lotes não foram vendidos, mas emprestados em forma de comodato àqueles interessados em estabelecer residência ou comércio. A partir de 1960, os contratos de comodato foram cancelados e os comerciantes, transferidos para a Asa Norte. Os terrenos desocupados foram invadidos por famílias de baixa renda. Em 1961, o governo, pressionado pelo movimento popular, cria oficialmente a cidade com o nome de Núcleo Bandeirante.
CARDOSO, H. H. P. Narrativas de um candango em Brasília. Revista Brasileira de História, n. 47, 2004 (adaptado).
Essa dinâmica expõe uma forma de desigualdade social comum nas cidades brasileiras associada à dificuldade de ter acesso