Questõesde CEDERJ 2014

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CEDERJ 2014 - História - História Geral, Descolonização Afro-asiática : novos Estados, nova arena internacional



https://www.google.com.br/search?q=angola&es. Extraído em 01 de maio de 2014.

Ex-colônia portuguesa, Angola é um país de múltiplos contrastes. Sobre essa nação africana, pode-se fazer a seguinte afirmação:

A
Libertou-se de Portugal ainda no século XIX.
B
É um país marcado pela homogeneidade étnica.
C
Tornou-se livre após dramática guerra anticolonial.
D
Constitui-se num país de mulçumanos.
c69dde93-96
CEDERJ 2014 - Geografia - Agricultura brasileira, Agropecuária

Analise o mapa abaixo.

                Evolução da produção da soja, 1977-1999

                          

Fonte: THÉRY, H. e MELLO, N. Atlas do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2008, p. 127.

No período considerado, a macrorregião brasileira que experimentou o maior incremento da produção de soja é a seguinte:

A
Sul.
B
Sudeste.
C
Nordeste.
D
Centro-Oeste.
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CEDERJ 2014 - Geografia - Geografia Física, Relevo

Observe a imagem abaixo.

                               

Fonte: https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn. Acesso em 05 maio 2014.

Na imagem, registra-se uma forma rocha cristalina conhecida como Dedo de Deus, localizada no Estado do Rio de Janeiro.

Essa forma rochosa faz parte da seguinte feição de relevo:

A
Ponta de restinga.
B
Borda de planalto.
C
Fundo de planície.
D
Declive de chapada.
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CEDERJ 2014 - Geografia - Conceitos Demográficos, População, Migrações

Leia o texto a seguir.

No contexto populacional de um país, quando a taxa de natalidade continua a diminuir no final da transição demográfica, enquanto a taxa de mortalidade se estabiliza, acentua-se o envelhecimento das populações num ritmo mais ou menos rápido. Essa situação é denominada inverno demográfico.

O agravamento dessa situação, com a redução progressiva da mortalidade, provoca a seguinte consequência demográfica:

A
Despopulação.
B
Despovoamento.
C
Migração pendular.
D
Migração de retorno.
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CEDERJ 2014 - Física - Cargas Elétricas e Eletrização

Uma carga de prova Q0 pode ser colocada em quatro posições distintas sobre a linha que une duas cargas fixas, Q1 = - Q0 /3 e Q2 = 3Q0 , como ilustra a figura. Assinale a alternativa que representa a posição em que a resultante das forças sobre a carga de prova Q0 é nula.

                         

A
1
B
2
C
3
D
4
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CEDERJ 2014 - Geografia - Geografia Política

Leia a charge a seguir.

                                  

                                      Fonte: O Globo, 01 abr.2014.

Em março de 2014, o mapa do espaço geográfico pós-soviético sofreu uma alteração devido à seguinte mudança geopolítica:

A
a reunificação política da Ucrânia à República da Rússia.
B
a anexação da região ucraniana da Crimeia pela Rússia.
C
a declaração da Guerra da Crimeia pelo governo ucraniano.
D
a invasão militar da capital ucraniana pelas tropas da Rússia.
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CEDERJ 2014 - Física - Circuitos Elétricos e Leis de Kirchhoff, Eletricidade

No circuito ilustrado na figura abaixo, a bateria tem força eletromotriz de 12V e sua resistência interna é desprezível. O voltímetro (V) tem resistência praticamente infinita e os amperímetros A1 , A2 e A têm resistências praticamente nulas. As leituras feitas nos amperímetros A1 e A2 são, respectivamente, i1=2A e i2 = 4A. Nessa situação, os valores registrados no voltímetro (V) e no amperímetro (A) são, respectivamente

                          

A
12V e 6A.
B
12V e 2A.
C
6V e 6A.
D
6V e 2A.
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CEDERJ 2014 - Física - Máquina de Atwood e Associação de Blocos, Dinâmica

Um bloco A, de peso igual a 5N, pode deslizar sem atrito sobre uma mesa horizontal. Utilizando-se uma corda de massa desprezível presa ao bloco A e uma roldana ideal, também de massa desprezível, é possível puxar o bloco A de duas formas distintas, como ilustram as figuras. Na situação 1, um segundo bloco, de peso também igual a 5N, é amarrado na outra extremidade da corda que passa pela roldana. Na situação 2, a extremidade livre da corda é puxada para baixo com uma força de 5N. Assinale a alternativa que descreve os módulos das acelerações (a1 e a2 ) do bloco A, nas duas situações, respectivamente.


A
a1 = 0; a2 > 0
B
a1 = a2 > 0
C
a2 > a1 > 0
D
a1 > a2 > 0
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CEDERJ 2014 - Biologia - IST´s e Métodos contraceptivos, Qualidade de vida das populações humanas

As doenças venéreas, também conhecidas como Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), são infecções transmitidas através de relações sexuais e uma das principais formas de evitá-las é o uso de preservativos. Essas doenças devem ser tratadas de forma rápida e correta, pois seu desenvolvimento no corpo humano pode causar sérios problemas, tais como, infertilidade, doenças neonatais, câncer anogenital, comprometimento do aparelho reprodutor e até mesmo a morte.

As DST causadas, respectivamente, por protozoário, bactéria e vírus são:

A
Gonorreia, Tricomoníase e AIDS.
B
Giardíase, Gonorreia e Tricomoníase.
C
Tricomoníase, Sífilis e Herpes genital.
D
Sífilis, Tricomoníase e AIDS.
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CEDERJ 2014 - Física - Movimento Retilíneo Uniformemente Variado, Cinemática

Um ciclista movendo-se com velocidade v em uma pista reta, homogênea e horizontal, freia bruscamente. Os pneus da bicicleta deslizam sobre a pista por uma distância d até a bicicleta parar. Ele repete a atividade, porém, dessa vez, freia ao atingir uma velocidade v2 , que é o dobro da anterior. A bicicleta desliza, então, por uma distância d2 até parar. Assinale a alternativa que relaciona a distância d2 à distância d.

                                      

A
d2 = d
B
d2 = 2d
C
d2 = 3d
D
d2 = 4d
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CEDERJ 2014 - Física - Fundamentos da Cinemática, Cinemática

A fotografia estroboscópica, muito utilizada para analisar movimentos, consiste em fotos sucessivas de um objeto em movimento contínuo. Os pontos ilustrados nas figuras representam as posições sucessivas de três objetos em movimento contínuo, registradas em intervalos de tempos iguais. Analise as três fotos estroboscópicas e assinale a alternativa que identifica quais objetos estão acelerados.


A
Apenas os objetos I e II estão acelerados.
B
Apenas os objetos I e III estão acelerados.
C
Apenas os objetos II e III estão acelerados.
D
Os três objetos estão acelerados.
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CEDERJ 2014 - Biologia - Introdução aos estudos das Plantas, Identidade dos seres vivos

O anel de Malphigi consiste na extração completa, em forma de anel, de parte da casca do tronco de uma árvore. Esse procedimento leva a árvore à morte, porque


A
o floema é interrompido e os nutrientes da seiva elaborada não chegam à raiz.
B
a passagem da seiva bruta para as folhas é interrompida com o corte na casca.
C
a passagem de água do solo para as folhas é interrompida pela formação do anel.
D
a passagem do oxigênio atmosférico para a raiz é impedida pelo corte do xilema.
c65fdb07-96
CEDERJ 2014 - Biologia - Ciclos biogeoquímicos, Ecologia e ciências ambientais

A agrônoma Johanna Döbereiner, pesquisadora da EMBRAPA que faleceu no ano de 2000, foi uma das indicadas para o Prêmio Nobel de Química em 1997. Seus estudos sobre a bactéria Rhizobium, associada à raiz de leguminosas, revolucionaram e aprimoraram o plantio da soja no Brasil.

Fonte: http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2010/10/ conheca-as-contribuicoes-de-johanna-dobereiner-para-a-ciencia. Adaptado.

Esse aprimoramento se deve à capacidade de essa bactéria

A
transformar energia luminosa em química.
B
aumentar a absorção de fosfato pela planta.
C
concentrar íons de potássio em torno da raiz.
D
fixar o nitrogênio atmosférico ao solo.
c648f45f-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Vocativo e Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, Diferença entre Adjunto Adnominal e Complemento Nominal, Adjunto Adverbial e Aposto, Preposições, Homonímia, Paronímia, Sinonímia e Antonímia, Tipologia Textual, Sintaxe, Morfologia, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, observando a relação expressa pela preposição “de" e, a seguir, assinale a alternativa que contempla a numeração correta.

(1) As gravatas de Mário Quintana

(2) As gravatas de Pierre Cardin

(3) Os copos de vinho

(4) Os copos de vidro

(5) A casa de campo

(6) A chegada de Paris

( ) Procedência

( ) Tipo

( ) Posse

( ) Autoria

( ) Conteúdo

( ) Matéria

Texto 1

                  As gravatas de Mário Quintana (não basta saber uma língua para entendê-la)

      Como é que uma pessoa se comunica com a outra? Como fazemos para transmitir ideias?

      A resposta parece bastante óbvia: transmitimos ideias usando a língua. Assim, se vou passando na rua e vejo um avestruz (digamos que seja uma rua muito peculiar, onde o tráfego de avestruzes é intenso), digo ao meu amigo: Olha, lá vai um avestruz. Com isso, transmito determinada informação ao meu amigo; em outras palavras, passo para a mente de outra pessoa uma ideia que estava originalmente em minha mente.

      Para isso, evidentemente, é preciso que as duas pessoas em questão conheçam a mesma língua, que ambas chamem aquele animal desajeitado de avestruz; que ambas saibam utilizar os verbos olhar e ir, e assim por diante. Uma vez isso arranjado, as duas pessoas se entenderão. Para que as pessoas se entendam, é necessário – e suficiente – que falem a mesma língua.

      É isso mesmo? Veremos que não. Na verdade, para que se dê a compreensão, mesmo em nível bastante elementar, é necessário que as pessoas tenham muito mais em comum que simplesmente uma língua. Precisam ter em comum um grande número de informações, precisam pertencer a meios culturais semelhantes, precisam mesmo ter, até certo ponto, crenças comuns. Sem isso, a língua simplesmente deixa de funcionar enquanto instrumento de comunicação. Na verdade, a comunicação linguística é um processo bastante precário; depende de tantos fatores que falham com muita frequência, para desânimo de muitos que ficam gemendo Por que é que ele não me entendeu?

      O problema é que o que a língua exprime é apenas uma parte do que se quer transmitir. Geralmente, se pensa no processo de comunicação como uma rua de mão única: a informação passa do falante para o ouvinte (ou do autor para o leitor). Se fosse assim, a estrutura linguística teria de ser suficiente para veicular a mensagem, porque, afinal de contas, a única coisa que o emissor realmente produz é um conjunto de sons (ou de riscos no papel), organizados de acordo com as regras da língua. Mesmo isso, como vimos, depende de alguma coisa por parte do receptor, a saber, o conhecimento das palavras e das regras da língua; mas poderia ser só isso, e as coisas seriam muito mais simples – e, também, talvez os seres humanos se entendessem melhor. (...)

     O significado de uma frase não é simples função de seus elementos constitutivos, mas depende ainda da informação extralinguística. Ou ainda (e aqui me oponho às crenças de boa parte de meus colegas linguistas), uma frase fora de contexto não tem, a rigor, significado.

     Vamos ver o exemplo: seja o sintagma as gravatas de Mário Quintana. Que significa isso? E, em especial, que tipo de relação exprime a preposição de? Evidentemente, de exprime “posse", e o sintagma equivale a as gravatas pertencem a Mário Quintana. Pode parecer, então, que computamos o significado do sintagma simplesmente juntando o significado das palavras: as gravatas + de + Mário Quintana.

      Mas ainda aqui isso é só a primeira impressão. Digamos que o sintagma fosse as gravatas de Pierre Cardin; agora, para alguém que sabe quem é Pierre Cardin, a relação expressa pela preposição de já não precisa ser de posse. Na verdade, é mais provável que se entenda como “autoria", isto é, as gravatas criadas por Pierre Cardin.

      Ora, a preposição é a mesma nos dois casos. De onde vem essa diferença de significado? Simplesmente do que sabemos sobre Mário Quintana (um poeta) e sobre Pierre Cardin (um estilista de moda). Se dissermos os poemas de Mário Quintana, a preposição já não exprimirá posse, mas autoria – porque, já que Mário Quintana é um poeta, é plausível que se fale dos poemas de sua autoria; além do mais, em geral, não se pensa em poemas como tendo possuidor.

      Se a situação é essa, não faz sentido perguntar se o significado da preposição de é de posse ou autoria. Será posse ou autoria segundo o que soubermos dos diversos objetos ou pessoas mencionadas: se se trata de um objeto possuível, como uma gravata, ou não possuível, como um poema; e se se trata de um poeta ou de um costureiro.

                             (PERINI, Mário A. Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 2000, páginas 57-60.)
A
2 – 5 – 1 – 3 – 4 – 6
B
5 – 3 – 2 – 1 – 4 – 6
C
6 – 5 – 1 – 2 – 3 – 4
D
6 – 5 – 2 – 1 – 4 – 3
c65b207b-96
CEDERJ 2014 - Biologia - Estrutura e fisiologia da Membrana Plasmática, Moléculas, células e tecidos

Leia e avalie as afirmativas sobre as especializações de membrana.

I As interdigitações aumentam a área de absorção celular.

II As microvilosidades aumentam a comunicação entre as células.

III Os estereocílios são cílios sem mobilidade.

IV Os desmossomos têm a função de aumentar a adesão entre células vizinhas.

Após a leitura, conclui-se que:

A
apenas uma afirmativa é correta.
B
apenas duas afirmativas são corretas.
C
apenas três afirmativas são corretas.
D
todas as afirmativas são corretas.
c656e6ce-96
CEDERJ 2014 - Biologia - Introdução ao metabolismo energético, Moléculas, células e tecidos

As vias catabólicas – a anaeróbica e a aeróbica – são utilizadas pela célula para produção de ATP. A via metabólica utilizada pela célula para sintetizar energia na ausência de oxigênio é a seguinte:

A
Fosforilação oxidativa.
B
Glicólise.
C
Cadeia Transportadora de elétrons.
D
Ciclo de Krebs.
c65208d6-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Uso dos conectivos, Sintaxe, Conjunções: Relação de causa e consequência, Morfologia

A conjunção “e" foi usada duas vezes na terceira estrofe, para reforçar a ideia de

Texto 2

                                    Canção de garoa

                                                                              Mário Quintana

                              Em cima do meu telhado
                              Pirulin lulin lulin,
                              Um anjo, todo molhado,
                              Soluça no seu flautim.

                              O relógio vai bater:
                              As molas rangem sem fim.
                              O retrato na parede
                              Fica olhando para mim.

                              E chove sem saber por quê...
                              E tudo foi sempre assim!
                              Parece que vou sofrer:
                              Pirulin lulin lulin...

    QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. 4.ed. Editora Moderna, 1984. p. 23.
A
continuidade.
B
soma.
C
contrariedade.
D
alternância.
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CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Figuras de Linguagem, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

No poema, a onomatopeia utilizada procurar imitar o som

Texto 2

                                    Canção de garoa

                                                                              Mário Quintana

                              Em cima do meu telhado
                              Pirulin lulin lulin,
                              Um anjo, todo molhado,
                              Soluça no seu flautim.

                              O relógio vai bater:
                              As molas rangem sem fim.
                              O retrato na parede
                              Fica olhando para mim.

                              E chove sem saber por quê...
                              E tudo foi sempre assim!
                              Parece que vou sofrer:
                              Pirulin lulin lulin...

    QUINTANA, Mário. Nariz de vidro. 4.ed. Editora Moderna, 1984. p. 23.
A
do coração sofrido.
B
dos pés do anjo.
C
do velho relógio.
D
da chuva incessante.
c64319a8-96
CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual

Do ponto de vista da estrutura textual, é correto afirmar que o texto “As gravatas de Mário Quintana" é predominantemente

Texto 1

                  As gravatas de Mário Quintana (não basta saber uma língua para entendê-la)

      Como é que uma pessoa se comunica com a outra? Como fazemos para transmitir ideias?

      A resposta parece bastante óbvia: transmitimos ideias usando a língua. Assim, se vou passando na rua e vejo um avestruz (digamos que seja uma rua muito peculiar, onde o tráfego de avestruzes é intenso), digo ao meu amigo: Olha, lá vai um avestruz. Com isso, transmito determinada informação ao meu amigo; em outras palavras, passo para a mente de outra pessoa uma ideia que estava originalmente em minha mente.

      Para isso, evidentemente, é preciso que as duas pessoas em questão conheçam a mesma língua, que ambas chamem aquele animal desajeitado de avestruz; que ambas saibam utilizar os verbos olhar e ir, e assim por diante. Uma vez isso arranjado, as duas pessoas se entenderão. Para que as pessoas se entendam, é necessário – e suficiente – que falem a mesma língua.

      É isso mesmo? Veremos que não. Na verdade, para que se dê a compreensão, mesmo em nível bastante elementar, é necessário que as pessoas tenham muito mais em comum que simplesmente uma língua. Precisam ter em comum um grande número de informações, precisam pertencer a meios culturais semelhantes, precisam mesmo ter, até certo ponto, crenças comuns. Sem isso, a língua simplesmente deixa de funcionar enquanto instrumento de comunicação. Na verdade, a comunicação linguística é um processo bastante precário; depende de tantos fatores que falham com muita frequência, para desânimo de muitos que ficam gemendo Por que é que ele não me entendeu?

      O problema é que o que a língua exprime é apenas uma parte do que se quer transmitir. Geralmente, se pensa no processo de comunicação como uma rua de mão única: a informação passa do falante para o ouvinte (ou do autor para o leitor). Se fosse assim, a estrutura linguística teria de ser suficiente para veicular a mensagem, porque, afinal de contas, a única coisa que o emissor realmente produz é um conjunto de sons (ou de riscos no papel), organizados de acordo com as regras da língua. Mesmo isso, como vimos, depende de alguma coisa por parte do receptor, a saber, o conhecimento das palavras e das regras da língua; mas poderia ser só isso, e as coisas seriam muito mais simples – e, também, talvez os seres humanos se entendessem melhor. (...)

     O significado de uma frase não é simples função de seus elementos constitutivos, mas depende ainda da informação extralinguística. Ou ainda (e aqui me oponho às crenças de boa parte de meus colegas linguistas), uma frase fora de contexto não tem, a rigor, significado.

     Vamos ver o exemplo: seja o sintagma as gravatas de Mário Quintana. Que significa isso? E, em especial, que tipo de relação exprime a preposição de? Evidentemente, de exprime “posse", e o sintagma equivale a as gravatas pertencem a Mário Quintana. Pode parecer, então, que computamos o significado do sintagma simplesmente juntando o significado das palavras: as gravatas + de + Mário Quintana.

      Mas ainda aqui isso é só a primeira impressão. Digamos que o sintagma fosse as gravatas de Pierre Cardin; agora, para alguém que sabe quem é Pierre Cardin, a relação expressa pela preposição de já não precisa ser de posse. Na verdade, é mais provável que se entenda como “autoria", isto é, as gravatas criadas por Pierre Cardin.

      Ora, a preposição é a mesma nos dois casos. De onde vem essa diferença de significado? Simplesmente do que sabemos sobre Mário Quintana (um poeta) e sobre Pierre Cardin (um estilista de moda). Se dissermos os poemas de Mário Quintana, a preposição já não exprimirá posse, mas autoria – porque, já que Mário Quintana é um poeta, é plausível que se fale dos poemas de sua autoria; além do mais, em geral, não se pensa em poemas como tendo possuidor.

      Se a situação é essa, não faz sentido perguntar se o significado da preposição de é de posse ou autoria. Será posse ou autoria segundo o que soubermos dos diversos objetos ou pessoas mencionadas: se se trata de um objeto possuível, como uma gravata, ou não possuível, como um poema; e se se trata de um poeta ou de um costureiro.

                             (PERINI, Mário A. Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 2000, páginas 57-60.)
A
narrativo, pois se caracteriza por relatar e enumerar elementos da língua.
B
argumentativo, pois apresenta ideias e argumentos do enunciador sobre a língua portuguesa.
C
descritivo, pois retrata aspectos da língua portuguesa sob um ponto de vista estático.
D
injuntivo, pois projeta o leitor no texto, ao lhe fazer perguntas diretas.
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CEDERJ 2014 - Português - Interpretação de Textos, Tipologia Textual, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

A ideia central do texto está resumida no seguinte fragmento:

Texto 1

                  As gravatas de Mário Quintana (não basta saber uma língua para entendê-la)

      Como é que uma pessoa se comunica com a outra? Como fazemos para transmitir ideias?

      A resposta parece bastante óbvia: transmitimos ideias usando a língua. Assim, se vou passando na rua e vejo um avestruz (digamos que seja uma rua muito peculiar, onde o tráfego de avestruzes é intenso), digo ao meu amigo: Olha, lá vai um avestruz. Com isso, transmito determinada informação ao meu amigo; em outras palavras, passo para a mente de outra pessoa uma ideia que estava originalmente em minha mente.

      Para isso, evidentemente, é preciso que as duas pessoas em questão conheçam a mesma língua, que ambas chamem aquele animal desajeitado de avestruz; que ambas saibam utilizar os verbos olhar e ir, e assim por diante. Uma vez isso arranjado, as duas pessoas se entenderão. Para que as pessoas se entendam, é necessário – e suficiente – que falem a mesma língua.

      É isso mesmo? Veremos que não. Na verdade, para que se dê a compreensão, mesmo em nível bastante elementar, é necessário que as pessoas tenham muito mais em comum que simplesmente uma língua. Precisam ter em comum um grande número de informações, precisam pertencer a meios culturais semelhantes, precisam mesmo ter, até certo ponto, crenças comuns. Sem isso, a língua simplesmente deixa de funcionar enquanto instrumento de comunicação. Na verdade, a comunicação linguística é um processo bastante precário; depende de tantos fatores que falham com muita frequência, para desânimo de muitos que ficam gemendo Por que é que ele não me entendeu?

      O problema é que o que a língua exprime é apenas uma parte do que se quer transmitir. Geralmente, se pensa no processo de comunicação como uma rua de mão única: a informação passa do falante para o ouvinte (ou do autor para o leitor). Se fosse assim, a estrutura linguística teria de ser suficiente para veicular a mensagem, porque, afinal de contas, a única coisa que o emissor realmente produz é um conjunto de sons (ou de riscos no papel), organizados de acordo com as regras da língua. Mesmo isso, como vimos, depende de alguma coisa por parte do receptor, a saber, o conhecimento das palavras e das regras da língua; mas poderia ser só isso, e as coisas seriam muito mais simples – e, também, talvez os seres humanos se entendessem melhor. (...)

     O significado de uma frase não é simples função de seus elementos constitutivos, mas depende ainda da informação extralinguística. Ou ainda (e aqui me oponho às crenças de boa parte de meus colegas linguistas), uma frase fora de contexto não tem, a rigor, significado.

     Vamos ver o exemplo: seja o sintagma as gravatas de Mário Quintana. Que significa isso? E, em especial, que tipo de relação exprime a preposição de? Evidentemente, de exprime “posse", e o sintagma equivale a as gravatas pertencem a Mário Quintana. Pode parecer, então, que computamos o significado do sintagma simplesmente juntando o significado das palavras: as gravatas + de + Mário Quintana.

      Mas ainda aqui isso é só a primeira impressão. Digamos que o sintagma fosse as gravatas de Pierre Cardin; agora, para alguém que sabe quem é Pierre Cardin, a relação expressa pela preposição de já não precisa ser de posse. Na verdade, é mais provável que se entenda como “autoria", isto é, as gravatas criadas por Pierre Cardin.

      Ora, a preposição é a mesma nos dois casos. De onde vem essa diferença de significado? Simplesmente do que sabemos sobre Mário Quintana (um poeta) e sobre Pierre Cardin (um estilista de moda). Se dissermos os poemas de Mário Quintana, a preposição já não exprimirá posse, mas autoria – porque, já que Mário Quintana é um poeta, é plausível que se fale dos poemas de sua autoria; além do mais, em geral, não se pensa em poemas como tendo possuidor.

      Se a situação é essa, não faz sentido perguntar se o significado da preposição de é de posse ou autoria. Será posse ou autoria segundo o que soubermos dos diversos objetos ou pessoas mencionadas: se se trata de um objeto possuível, como uma gravata, ou não possuível, como um poema; e se se trata de um poeta ou de um costureiro.

                             (PERINI, Mário A. Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 2000, páginas 57-60.)
A
“...é preciso que as duas pessoas em questão conheçam a mesma língua."
B
“...uma frase fora de contexto não tem, a rigor, significado."
C
“...a informação passa do falante para o ouvinte (ou do autor para o leitor)."
D
“...a preposição é a mesma nos dois casos."