Questão f9cdb3de-eb
Prova:IFAL 2018
Disciplina:Português
Assunto:Termos integrantes da oração: Objeto direto, Objeto indireto, Complemento nominal, Agente da Passiva, Termos essenciais da oração: Sujeito e Predicado, Sintaxe, Termos integrantes da oração: predicativo do sujeito e predicativo do objeto

Quanto à análise sintática dos termos abaixo, pode-se dizer apenas que:

Leia o texto abaixo para responder à questão.


Nomes de ruas dizem mais sobre o Brasil do que você pensa

Murilo Roncolato, Daniel Mariani, Ariel Tonglet e Wellington Freitas


    Você provavelmente não é o responsável pela escolha dos nomes do seu país, Estado, cidade ou rua, mas as motivações atreladas a todos eles, queira você ou não, fazem parte da sua identidade. O professor da USP e diretor no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Jorge Cintra, explica que os fatores que influenciam a denominação de ruas, avenidas e praças mudam ao longo do tempo.
    Homens ainda dão nome à maior parte dos viadutos (88,2%), avenidas (87,1%), parques (86,9%) e praças (85,4%). Enquanto nomes femininos têm participação um pouco melhor, sem nunca chegar a 30%, em vilas (29,6%), passagens (27,2%), escadarias (24,3%), servidões (24,3%) e vielas (24,0%). “É estranho, mas é preciso levar em conta também que na vida pública das cidades brasileiras do passado, o homem é quem poderia se destacar. A mulher ficava em casa. Assim, é claro que mais homens serão reconhecidos como pessoas notáveis. Há mulheres como Princesa Isabel e Maria Quitéria, mas são exceções”, opina o professor.
    Por aqui, dos 30 primeiros nomes mais populares entre homens, 14 são entidades católicas, a outra parte, liderada por Tiradentes e Santos Dumont, se distribui entre escritores, políticos e militares. Já entre os 30 logradouros de nomes femininos, apenas quatro não são de caráter religioso: são elas a citada Princesa Isabel, a francesa Joana D’Arc, além de Anita Garibaldi e Cecília Meireles. Cantoras, atrizes, escritoras e heroínas militares se destacam na lista de mulheres populares, que têm a peculiaridade de carregar nomes ‘anônimos’, como Ana Maria, Maria José, Maria Helena e Maria de Lourdes.
    No Rio de Janeiro, uma lei municipal (2.906/1999) criada há 16 anos tentou acelerar o processo e tornou “obrigatória a alternância de gênero, em igual proporção, de nomes de personalidades masculinas e femininas”. De acordo com a amostra utilizada pelo Nexo, mesmo com a lei em vigor, o Rio contava, até o ano passado, com só 14,9% de seus logradouros ostentando nomes femininos.
    Para o professor Jorge Cintra, o equilíbrio entre os gêneros deve se refletir nos logradouros com o tempo, através de um “movimento natural”. “É uma discussão, mas acredito ser preferível que as pessoas possam escolher livremente os novos nomes de ruas. Regulamentar tudo pode ser algo problemático”, opina.
(https://www.nexojornal.com.br/especial/2016/02/15/Nomes-de-ruas-dizemmais-sobre-o-Brasil-do-que-voc%C3%AA-pensa. Acesso em17/9/2018. Texto adaptado) 

A
Em “Já entre os 30 logradouros de nomes femininos, apenas quatro não são de caráter religioso”, temos um núcleo de sujeito oculto.
B
Em “Homens ainda dão nome à maior parte dos viadutos”, o sujeito é indeterminado, uma vez que o contexto não permite ao leitor atestar que homens são esses.
C
Em “Você provavelmente não é o responsável pela escolha dos nomes do seu país, Estado, cidade ou rua”, o termo em destaque é um agente da passiva.
D
Em “A mulher ficava em casa”, o termo em destaque é um predicativo do sujeito “A mulher”.
E
Em “Os fatores mudam ao longo do tempo”, o termo em destaque é um objeto indireto, dado que se liga ao verbo por intermédio de uma preposição.

Gabarito comentado

E
Elias OliveiraMentor Qconcursos

Tema central: A questão aborda análise sintática — identificação de sujeito, agente da passiva, predicativo do sujeito, objeto indireto e adjunto adverbial, conforme os preceitos da norma-padrão da Língua Portuguesa.

Justificativa da alternativa correta (A):

A alternativa A afirma que, em “Já entre os 30 logradouros de nomes femininos, apenas quatro não são de caráter religioso”, há um núcleo de sujeito oculto. Vamos analisar:

Frases com sujeito oculto (ou desinencial) são aquelas em que o sujeito não aparece de forma explícita, mas pode ser identificado pela desinência verbal ou pelo contexto, conforme traz Bechara em Moderna Gramática Portuguesa: “O sujeito oculto... se identifica pela flexão verbal e pelo contexto anterior”.

No trecho citado, o verbo “são” (do predicado “não são de caráter religioso”) está flexionado na terceira pessoa do plural — indicando que o sujeito, embora não explicitamente escrito com um substantivo, é “apenas quatro”, termo que exerce a função de núcleo do sujeito oculto (referente aos logradouros de nomes femininos).

Alternativas incorretas:

B) O sujeito “Homens” é explícito, não indeterminado. Ainda que não detalhado, trata-se de sujeito simples e determinado — sujeito indeterminado ocorre com verbos na 3ª do plural genérica ou com “se” (ex: “Fala-se muito aqui”).
C) “Pela escolha dos nomes...” não é agente da passiva, e sim complemento nominal do substantivo “responsável”. O agente da passiva se associa a vozes passivas, o que não ocorre nesta frase.
D) “Em casa” é adjunto adverbial de lugar, indicando onde a ação ocorre, jamais predicativo do sujeito “A mulher”.
E) “Ao longo do tempo” é adjunto adverbial de tempo, e não objeto indireto. O objeto indireto exige verbo transitivo indireto, o que não se aplica a “mudar”.

Dica de prova: Atenção às funções sintáticas: agente da passiva só existe em frases de voz passiva; objeto indireto depende da transição verbal; predicativo atribui qualidade.

Lembre-se de revisar, no momento da prova, os conceitos-chave de sujeito e funções associadas, como destaca Celso Cunha: “O núcleo do sujeito pode ser simples, composto, oculto ou indeterminado...”

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