Escreva F ou V (Falso ou Verdadeiro) para as proposições que tratam de realidades concretas vivenciadas no espaço urbano brasileiro pela
população de baixa renda.
( ) As favelas, que muitas vezes são vistas por milhares de brasileiros apenas como lugar da desordem social, agregam milhares de
trabalhadores que disponibilizam sua força de trabalho a serviço do desenvolvimento econômico do país. Esses trabalhadores não tem
acesso a outro lugar no solo urbano, nem condições de usufruir das benesses do mundo moderno.
( ) A segregação residencial é consequência de um espaço mercadoria, cujos valores de uso e troca definem as formas de apropriação e de
luta pelo direito de morar na cidade.
( ) O espaço urbano de uma grande cidade como São Paulo é hoje a soma de várias cidades que apresentam realidades diversas sem
articulação entre si.
( ) A falta de empregos nas grandes cidades brasileiras inclui na paisagem mendigos que moram embaixo de viadutos (sem teto), pedem
esmolas ao lado de crianças além de subempregados e crianças que disputam espaços nos semáforos para venderem bugigangas na
busca da sobrevivência.
( ) A violência em toda sua dimensão não é problema apenas das grandes metrópoles; nas cidades de menor porte ela também se faz
presente. Vem deixando sua marca registrada em muitas escolas brasileiras.
A alternativa que apresenta a sequência correta é:
Gabarito comentado
Alternativa correta: B — V V F V V
Tema central: urbanização e desigualdade socioespacial no Brasil. Para resolver a questão é preciso entender conceitos como favelas e sua função social, segregação residencial vinculada ao espaço‑mercadoria, fragmentação/integração urbana e as expressões da pobreza urbana (informalidade, trabalhadores subempregados, população de rua) e da violência escolar e comunitária.
Resumo teórico rápido: o espaço urbano no capitalismo é tratado como mercadoria (Harvey) — preços, valor de troca e uso influenciam quem mora onde. A segregação residencial resulta dessa lógica e das desigualdades, produzindo periferias e favelas que, embora estigmatizadas, abrigam grande parcela da força de trabalho urbana (Maricato; IBGE – dados sobre habitação e trabalho). A cidade grande apresenta fragmentação funcional e social, mas permanece articulada por fluxos econômicos, transporte e redes (metrópole em rede).
Justificativa das cinco proposições (sequência B — V V F V V):
1) (V) — As favelas agregam milhares de trabalhadores que sustentam a economia urbana e, muitas vezes, não têm acesso a solo formal ou condições plenas de usufruto. Verdade: descreve realidade da reprodução social e da exclusão espacial (fonte: estudos sobre habitação popular e Censo/IBGE).
2) (V) — A segregação residencial decorre da mercantilização do solo: valores de uso/ troca e políticas urbanas definem quem ocupa que lugar e geram lutas pelo direito à cidade. Verdade, apoiada por teoria urbana crítica (Harvey; Maricato).
3) (F) — “O espaço urbano de SP é hoje a soma de várias cidades [...] sem articulação entre si.” Falso: embora existam áreas diferenciadas e polarização (subcentros, periferias), há articulação via transporte, mercado de trabalho, infraestrutura e fluxos cotidianos; não são cidades totalmente independentes e desconectadas.
4) (V) — A falta de empregos e a precariedade geram paisagens de pobreza visíveis: moradores de rua, vendedores informais, crianças no trânsito vendendo produtos. Verdade: fenômeno documentado em estudos sobre trabalho informal e exclusão urbana.
5) (V) — A violência não é exclusividade das metrópoles; municípios menores também enfrentam violência que afeta escolas e espaços comunitários. Verdade, conforme levantamentos criminais e estudos sobre violência juvenil.
Por que as outras alternativas estão erradas: todas apresentam sequências que divergem da análise acima. Ex.: A e D marcam a 3ª proposição como V (erro conceitual sobre articulação urbana); C e E erram as duas primeiras (desconsideram o papel das favelas e da mercantilização). Logo, somente B espelha corretamente os fatos e conceitos.
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