As “arrojadas cambalhotas” (L.4) da ideia inventiva de Brás Cubas relacionam-se à forma como Machado de Assis compôs esse romance, no qual o narrador intercala a narrativa de suas memórias com divagações acerca de temas diversos, o que produz constante vaivém na condução do enredo

Tema central da questão: Interpretação de texto – análise da estrutura narrativa de Memórias Póstumas de Brás Cubas e o uso de digressão.

Justificativa para a alternativa correta (“Certo”):

A questão trata das “arrojadas cambalhotas” (linha 4) da ideia inventiva de Brás Cubas, e pede que você relacione tal expressão ao modo de composição do romance machadiano. Pela norma-padrão e tradição crítica, avançando sobre obras de referência como Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis) e análises de Antonio Candido, o recurso estilístico mais marcante do texto é o uso de digressões.

A digressão, segundo gramáticas e estudos literários, ocorre quando o narrador “sai” do fio narrativo principal para inserir reflexões, comentários e pensamentos variados, criando um vaivém constante no enredo. Brás Cubas intercala suas memórias com ponderações filosóficas, críticas sociais, ou mesmo diálogos com o leitor, tornando a narrativa não linear e imprevisível. Esse movimento se refere, metaforicamente, às “cambalhotas” citadas, pois o texto dá “saltos” entre diferentes assuntos, ideias e momentos.

Estratégia de interpretação: Identifique expressões-chave como “arrojadas cambalhotas” e relacione-as ao comportamento do texto, buscando conexões com técnicas reconhecidas (como digressões e vaivéns temporais) e características inovadoras da obra machadiana.

Análise da alternativa incorreta (“Errado”):

Marcar “errado” seria ignorar um dos aspectos mais centrais da estrutura do romance. Negar a relação entre as cambalhotas inventivas e o método machadiano de compor a obra seria desconhecer o uso recorrente de divagações, que não apenas enriquecem, mas também fundamentam a originalidade do romance.

Referência gramatical e literária: Rocha Lima define digressão como afastamento momentâneo do tema principal para inserir outros assuntos, voltando em seguida ao fio narrativo. Essa estratégia é habilmente empregada por Machado de Assis, como ressaltado por Candido em suas análises críticas.

Dica para futuras questões: Sempre que identificar termos como digressão, vaivém ou saltos temporais em análises literárias, relacione-os a narrativas que não seguem ordem linear, especialmente em autores como Machado de Assis.

Conclusão: A alternativa “Certo” está de acordo com a análise textual e literária, fundamentada na interpretação rigorosa do tipo de composição machadiana.

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