“Um estudo comparativo do Homestead Act de 1862, que regulamentou a política de terras nos Estados Unidos,
e a Lei de Terras de 1850 no Brasil dá margem a que se analise a relação entre a política de mão-de-obra
e a política de terras em duas áreas em que o desenvolvimento do capitalismo assumiu formas diferentes e
conduziu a políticas opostas.”
COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República. Momentos decisivos. São Paulo: UNESP, p. 170.
• Assinale a alternativa que apresenta corretamente a relação entre as definições legais e os seus
desdobramentos:
“Um estudo comparativo do Homestead Act de 1862, que regulamentou a política de terras nos Estados Unidos, e a Lei de Terras de 1850 no Brasil dá margem a que se analise a relação entre a política de mão-de-obra e a política de terras em duas áreas em que o desenvolvimento do capitalismo assumiu formas diferentes e conduziu a políticas opostas.”
COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República. Momentos decisivos. São Paulo: UNESP, p. 170.
• Assinale a alternativa que apresenta corretamente a relação entre as definições legais e os seus
desdobramentos:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: relação entre política de terras e política de mão-de-obra em dois modelos de consolidação capitalista — Brasil (Lei de Terras de 1850) e EUA (Homestead Act, 1862). É preciso identificar o que cada norma estabeleceu juridicamente e como isso influenciou a estrutura fundiária e o mercado de trabalho.
Resumo teórico: A Lei de Terras (Lei nº 601, de 18/09/1850) passou a exigir compra formal das terras devolutas, acabando com a apropriação por posse e, na prática, dificultando o acesso de imigrantes e ex-trabalhadores livres à propriedade, favorecendo a concentração fundiária e a contratação de mão-de-obra assalariada/contratada para o agronegócio (especialmente café). Já o Homestead Act (1862) concedeu gratuitamente lotes (até 160 acres) a colonos que ocupassem e cultivassem por determinado período, incentivando a pequena propriedade e a migração familiar para o Oeste. Fontes: texto das leis; obras de historiadores como Emília Viotti da Costa; manuais de História Econômica.
Por que a alternativa D é correta: descreve com precisão a alteração jurídica no Brasil — propriedade mediante compra (não mais por posse) — e o efeito prático: dificulta o acesso à terra por imigrantes/trabalhadores livres. Também acerta ao caracterizar o Homestead Act como instrumento que estimulou a propriedade familiar e a pequena propriedade no Oeste americano.
Análise das alternativas incorretas:
A — Errada: afirma que a Lei de 1850 garantiu propriedade por posse e acelerou imigração; exatamente o oposto ocorreu. Também erra ao simplificar o Homestead como mera distribuição de terras indígenas a imigrantes sem considerar o caráter condicional e voltado à pequena propriedade.
B — Errada: confunde os lados: o Homestead não exigia compra (era concessão contra ocupação/cultivo); a Lei de 1850 não garantia propriedade por posse.
C — Errada: incorreta sobre os EUA — o Homestead não criou a grande propriedade ligada a proprietários escravistas; e sobre o Brasil, a Lei de 1850 favoreceu a reprodução das grandes propriedades, não seu desestímulo.
Dica de interpretação: ao enfrentar questões históricas- jurídicas, identifique primeiro o efeito jurídico expresso (posse vs compra; concessão gratuita vs venda) e em seguida conecte ao impacto social (pequena propriedade vs concentração; política de mão-de-obra). Palavras-chave na prova costumam ser “posse”, “compra”, “concessão” e “condição de ocupação”.
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