Assinale a alternativa em que a oração subordinada indica
uma finalidade.
Em 2010, cientistas realizaram um experimento especialmente tocante com ratos. Eles trancaram um rato numa
gaiola minúscula, colocaram-na dentro de um compartimento
maior e deixaram que outro rato vagasse livremente por esse
compartimento. O rato engaiolado demonstrou sinais de estresse, o que fez com que o rato solto também demonstrasse
sinais de ansiedade e estresse. Na maioria dos casos, o rato
solto tentava ajudar seu companheiro aprisionado e, depois
de várias tentativas, conseguia abrir a gaiola e libertar o prisioneiro. Os pesquisadores repetiram o experimento, dessa
vez pondo um chocolate no compartimento. O rato livre tinha
de escolher entre libertar o prisioneiro e ficar com o chocolate
só para ele. Muitos ratos preferiram primeiro soltar o companheiro e dividir o chocolate (embora uns poucos tenham
mostrado mais egoísmo, provando com isso que alguns ratos
são mais maldosos que outros).
Os céticos descartaram essas conclusões, alegando que
o rato livre liberta o prisioneiro não por ser movido por empatia, mas simplesmente para parar com os incomodativos
sinais de estresse apresentados pelo companheiro. Os ratos
seriam motivados pelas sensações desagradáveis que sentem e não buscam nada além de exterminá-las. Pode ser.
Mas poderíamos dizer o mesmo sobre nós, humanos. Quando dou dinheiro a um mendigo, estou reagindo às sensações
desagradáveis que sua visão provoca em mim? Realmente
me importo com ele, ou só quero me sentir melhor?
Na essência, nós humanos não somos diferentes de ratos, golfinhos ou chimpanzés. Como eles, tampouco temos
alma. Como nós, eles também têm consciência e um complexo mundo de sensações e emoções. É claro que todo animal tem traços e talentos exclusivos. Os humanos têm suas
aptidões especiais. Não deveríamos humanizar os animais
desnecessariamente, imaginando que são apenas uma versão mais peluda de nós mesmos. Isso não só configura uma
ciência ruim, como igualmente nos impede de compreender e
valorizar outros animais em seus próprios termos.
(Homo Deus, 2016.)
Em 2010, cientistas realizaram um experimento especialmente tocante com ratos. Eles trancaram um rato numa gaiola minúscula, colocaram-na dentro de um compartimento maior e deixaram que outro rato vagasse livremente por esse compartimento. O rato engaiolado demonstrou sinais de estresse, o que fez com que o rato solto também demonstrasse sinais de ansiedade e estresse. Na maioria dos casos, o rato solto tentava ajudar seu companheiro aprisionado e, depois de várias tentativas, conseguia abrir a gaiola e libertar o prisioneiro. Os pesquisadores repetiram o experimento, dessa vez pondo um chocolate no compartimento. O rato livre tinha de escolher entre libertar o prisioneiro e ficar com o chocolate só para ele. Muitos ratos preferiram primeiro soltar o companheiro e dividir o chocolate (embora uns poucos tenham mostrado mais egoísmo, provando com isso que alguns ratos são mais maldosos que outros).
Os céticos descartaram essas conclusões, alegando que o rato livre liberta o prisioneiro não por ser movido por empatia, mas simplesmente para parar com os incomodativos sinais de estresse apresentados pelo companheiro. Os ratos seriam motivados pelas sensações desagradáveis que sentem e não buscam nada além de exterminá-las. Pode ser. Mas poderíamos dizer o mesmo sobre nós, humanos. Quando dou dinheiro a um mendigo, estou reagindo às sensações desagradáveis que sua visão provoca em mim? Realmente me importo com ele, ou só quero me sentir melhor?
Na essência, nós humanos não somos diferentes de ratos, golfinhos ou chimpanzés. Como eles, tampouco temos
alma. Como nós, eles também têm consciência e um complexo mundo de sensações e emoções. É claro que todo animal tem traços e talentos exclusivos. Os humanos têm suas
aptidões especiais. Não deveríamos humanizar os animais
desnecessariamente, imaginando que são apenas uma versão mais peluda de nós mesmos. Isso não só configura uma
ciência ruim, como igualmente nos impede de compreender e
valorizar outros animais em seus próprios termos.
(Homo Deus, 2016.)