Leia o trecho a seguir:

Muitas vezes, a questão regional tem sido levantada apenas como uma fonte potencial de geração ou perpetuação de privilégios para setores e grupos sociais específicos. Nesse contexto, a questão regional passa a ser um instrumento social perverso, pois é utilizada como argumento para gerar políticas que, se implementadas, distorcerão os incentivos econômicos de mercado de forma inadequada, levando à maior desigualdade de oportunidades e/ou perda de bem-estar para a sociedade.

BARROS, Alexandre Rands. Desigualdades Regionais no Brasil.

Rio de Janeiro: Elsevier, 2012, p. 36.

No contexto da sociedade brasileira, a desigualdade social pode ser explicada pela Sociologia por diferentes fatores, mas dentre esses se destaca a

Alternativa correta: A — marginalização histórica de parcela da população.

Tema central: Estratificação e desigualdade social — identifica-se como as diferenças persistentes de oportunidades e recursos entre grupos sociais surgem e se mantêm ao longo do tempo. A questão pede identificar o fator explicativo mais coerente com a ideia de reprodução de privilégios e distorção de incentivos apresentada no trecho.

Resumo teórico: Desigualdade social resulta de fatores estruturais (distribuição desigual de renda, acesso diferenciado a educação, saúde, e redes sociais). Conceitos-chave: estratificação (posições sociais hierarquizadas), mobilidade social (possibilidade de mudança de posição) e reprodução social (mecanismos que perpetuam desigualdades). A literatura sobre desigualdades regionais (p.ex. Barros, 2012) aponta a marginalização histórica de regiões e grupos como causa central da persistência das desigualdades no Brasil.

Justificativa da alternativa A: A marginalização histórica explica como determinados grupos ou regiões ficaram sistematicamente à margem de investimento, escolaridade e redes de poder — produzindo reprodução de privilégios e desigualdade de oportunidades, exatamente como descreve o trecho. Essa compreensão está alinhada com estudos sobre trajetórias históricas e estrutura social (Barros, 2012; dados do IBGE sobre pobreza e desigualdade regional).

Análise das alternativas incorretas:

B — Instalação de multinacionais pode gerar emprego local, mas não é uma explicação estrutural para a desigualdade histórica; é um fator pontual e ambíguo (pode reduzir ou aumentar desigualdade).

C — Prática administrativa eficiente tende a diminuir desigualdades; não explica sua origem ou reprodução.

D — Políticas de inclusão étnica são medidas para reduzir exclusões, logo são soluções, não causas da desigualdade.

E — Políticas protecionistas do comércio podem afetar setores econômicos, mas não são a explicação principal para desigualdades regionais historicamente arraigadas.

Dica de prova: Busque no enunciado palavras como “perpetuação”, “privilégios”, “histórica” e “desigualdade de oportunidades” — elas indicam explicações estruturais e históricas, não medidas pontuais ou soluções.

Referências básicas: BARROS, Alexandre R. Desigualdades Regionais no Brasil (2012); IBGE — estudos sobre renda e pobreza.

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!