Leia a seguinte adaptação textual.


"O Panelaço na Argentina" trata de um acontecimento do ano de 2001. Retrata um pouco da crise econômica Argentina, país que espoliou a maioria dos seus habitantes, confiscando-lhes a poupança; o governo preferiu dar prioridade aos credores do FMI em detrimento da população argentina. Com isso, várias pessoas saíram às ruas para reclamar e até forçar a renúncia do presidente Menem. Nesse momento são as mulheres, inclusive as representantes das "Mães da Praça de Maio", que elaboram uma crítica veemente com relação ao neoliberalismo. Elas participaram desse "panelaço" e também do Fórum Social Mundial no mesmo ano, mostrando com isso que estão atentas à realidade que lhes rodeia, expressando sua insatisfação frente ao que acontece no mundo diante das políticas de globalização.

OLIVEIRA NETO, Augusto A.; FELIX, Keile S. L. A atuação feminina frente à politica econômica na América Latina - últimas décadas do século XX. Disponível em: . Acesso em: 05 nov. 2010. (Texto adaptado).


Tomando o texto acima como ilustração do referido período histórico, assinale a alternativa correta.

Alternativa correta: B

Tema central: críticas ao neoliberalismo e à globalização na América Latina ao final da década de 1990 e início dos anos 2000, e a emergência de movimentos sociais (incluindo a participação feminina) como reação às políticas de ajuste.

Resumo teórico: Nos anos 1990 predominou o pacote neoliberal (privatizações, abertura comercial, disciplina fiscal) associado ao chamado Washington Consensus (John Williamson, 1990). Essas medidas geraram crescimento desigual, vulnerabilidade financeira (fluxos de capitais voláteis) e crises (México 1994, Brasil 1999, Argentina 2001). A partir do final dos anos 1990 as críticas se generalizaram — tanto acadêmicas (Stiglitz, Sachs) quanto políticas — e surgiram espaços de contestação como o Fórum Social Mundial (2001). Fontes úteis: Williamson (1990); relatórios do FMI/Banco Mundial; estudos sobre movimentos sociais e gênero (OLIVEIRA NETO; FELIX, 2010).

Justificativa da alternativa B: A alternativa B afirma que, ao fim dos anos 1990, críticas à globalização/neoliberalismo se tornaram mais frequentes e houve participação feminina na tentativa de mudança social. Isso está de acordo com a realidade documentada: protestos contra cortes sociais e desemprego, panelaços e mobilizações (Argentina 2001), participação de grupos de mulheres e organizações como as Madres de Plaza de Mayo em ações públicas e no Fórum Social Mundial. Logo, a alternativa sintetiza corretamente esse quadro de reação social.

Análise das alternativas incorretas:

A — Falsa: América Latina, África e Ásia não experimentaram crescimento sustentável generalizado; muitas economias sofreram estagnação, crises e aumento da desigualdade.

C — Falsa: a globalização neoliberal não implicou, em si, inclusão social ou respeito automático a direitos humanos/ minorias; frequentemente houve cortes em políticas sociais e aumento da vulnerabilidade.

D — Falsa: capital volátil gerado pelo capitalismo global expôs países emergentes à instabilidade; isso não levou a maior autonomia, mas à maior dependência e risco financeiro.

E — Falsa: o pagamento da dívida externa não foi interpretado pelos credores como "afronta ao livre comércio"; a formulação está equivocada e não corresponde ao debate histórico sobre dívida e comércio.

Dica de interpretação: Procure termos absolutos ("predominava", "tenderam", "autonomia") — eles costumam indicar alternativas incorretas se contraditórias com evidências históricas. Conecte datas, exemplos (crises 1994/1998/2001) e atores sociais (movimentos, mulheres) para validar a alternativa.

Fontes citadas: John Williamson (1990, Washington Consensus); OLIVEIRA NETO & FELIX (2010); relatórios e análises do FMI/Banco Mundial sobre crises dos anos 1990–2000.

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