APÓS 70 ANOS, SIMONE DE BEAUVOIR AINDA MOSTRA CAMINHO DA LIBERDADE FEMININA
“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. A célebre frase que abre o segundo volume de O segundo sexo, de 1949, sintetiza as teses apresentadas por Simone de Beauvoir nas mais de 900 páginas de um estudo fascinante sobre a condição feminina. Beauvoir admite que as diferenças biológicas desempenham algum papel na construção da inferioridade feminina, mas defende que a importância social dada a essas diferenças é muito mais determinante para a opressão. Ser mulher não é nascer com determinado sexo, mas, principalmente, ser classificada de uma forma negativa pela sociedade. É ser educada, desde o nascimento, a ser frágil, passiva, dependente, apagada, delicada, discreta, submissa e invisível.
MIRIAN GOLDENBERG
Adaptado de www1.folha.uol.com.br, 10/03/2019.
As reflexões de Simone de Beauvoir na obra O segundo sexo continuam presentes nos debates
atuais referentes ao feminismo e às condições de vida das mulheres, em diversas sociedades.
De acordo com o texto de Mirian Goldenberg, a abordagem realizada por Simone de Beauvoir
valoriza princípios do seguinte tipo:
APÓS 70 ANOS, SIMONE DE BEAUVOIR AINDA MOSTRA CAMINHO DA LIBERDADE FEMININA
“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. A célebre frase que abre o segundo volume de O segundo sexo, de 1949, sintetiza as teses apresentadas por Simone de Beauvoir nas mais de 900 páginas de um estudo fascinante sobre a condição feminina. Beauvoir admite que as diferenças biológicas desempenham algum papel na construção da inferioridade feminina, mas defende que a importância social dada a essas diferenças é muito mais determinante para a opressão. Ser mulher não é nascer com determinado sexo, mas, principalmente, ser classificada de uma forma negativa pela sociedade. É ser educada, desde o nascimento, a ser frágil, passiva, dependente, apagada, delicada, discreta, submissa e invisível.
MIRIAN GOLDENBERG
Adaptado de www1.folha.uol.com.br, 10/03/2019.
As reflexões de Simone de Beauvoir na obra O segundo sexo continuam presentes nos debates atuais referentes ao feminismo e às condições de vida das mulheres, em diversas sociedades.
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa C — histórico-culturais
1) Tema central
O enunciado aborda a ideia de gênero como construção social — resumida na frase de Simone de Beauvoir: "Ninguém nasce mulher: torna-se mulher". É preciso relacionar essa afirmação à explicação das causas da desigualdade feminina: não apenas a biologia, mas a atribuição social de papéis e valores.
2) Resumo teórico
Beauvoir (O Segundo Sexo, 1949) distingue sexo (base biológica) de gênero (papéis sociais). Ela argumenta que a socialização e as normas culturais — moldadas historicamente — definem o que é ser "mulher" numa sociedade. Conceitos-chave: construção social, socialização, normas culturais e historicidade das práticas.
3) Justificativa da alternativa correta
A alternativa C — histórico-culturais — é a correta porque o texto enfatiza que a inferioridade feminina resulta da valoração social das diferenças biológicas ao longo da história e pela cultura (educação desde o nascimento, papéis prescritos, visibilidade social). Ou seja, o foco é cultural e histórico, não biológico isolado.
4) Por que as outras alternativas estão incorretas
A — étnico-raciais: trata especificamente de raça/etnia; o texto não discute hierarquias raciais, mas sim gênero.
B — político-religiosos: política e religião podem influenciar normas, mas o enunciado ressalta a construção cultural e social generalizada, não uma origem institucional única político‑religiosa.
D — econômico-científicos: refere-se a causas econômicas ou explicações científicas/biológicas; o texto contrapõe a explicação puramente biológica, salientando o papel cultural.
5) Estratégia de prova
Procure palavras-chave no enunciado: “educada desde o nascimento”, “classificada”, “importância social” — termos que remetem à cultura e à história. Descarte alternativas que tratem de categorias específicas (raça) ou de esferas distintas (economia, ciência) quando o foco for socialização cultural.
Fontes rápidas para estudo: Simone de Beauvoir, O Segundo Sexo (1949); textos introdutórios sobre gênero (por ex. Judith Butler, Gender Trouble, para perspectivas contemporâneas) e dicionários de sociologia sobre socialização e construção social.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






