Para não ficarmos reduzidos a uma "classificação" genérica, propomos manter o  termo  "região", em sentido mais estrito, para esses espaços-momento  que  resultam  efetivamente  em  uma  articulação  espacial consistente  (ainda  que  mutável),  complexa,  seja  esta  de  dominância econômica,  política  e/ou  cultural.  Nesse  caso  cabe  sempre  discutir  a força espacial/regional, ao mesmo tempo articuladora e desarticuladora, a partir dos sujeitos e interesses políticos envolvidos.

HAESBAERT,  Rogério.  REGIONAL-GLOBAL:  dilemas  da  região  e  da  regionalização  na geografia contemporânea. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. p. 121. 

Os traços característicos que marcam uma região são compreendidos

Resposta: Alternativa E

Tema central: trata-se da definição de “região” na geografia contemporânea: não é apenas um recorte estático do território, mas um espaço resultante de fatores internos que interagem entre si e com forças externas (econômicas, políticas, culturais). Compreender essa ideia é essencial para questões de regionalização em concursos.

Resumo teórico: uma região é um espaço produzido socialmente, dinâmico e relacional. Segundo autores atuais como Rogério Haesbaert (2010), a região surge quando há uma articulação espacial consistente — ainda que mutável — influenciada por sujeitos e interesses políticos. Milton Santos também enfatiza a importância das relações e fluxos (A Natureza do Espaço). O IBGE e manuais de regionalização adotam critérios combinados: naturais, socioeconômicos e funcionais.

Por que a alternativa E é correta: ela afirma que uma região é formada por “um conjunto de fatores inerentes a cada espaço, interagindo mutuamente com forças externas”. Isso reflete a visão relacional e dinâmica da regionalização: elementos locais (recursos, população, estruturas) se articulam interna e externamente (mercados, políticas, fluxos), produzindo a identidade e a funcionalidade regional — exatamente o ponto defendido por Haesbaert.

Análise das alternativas incorretas

A) “unidade e coesão do espaço geográfico” — enfatiza um caráter homogêneo e estático; ignora contradições internas e a influência externa. Região não é só coesão.

B) “síntese do espaço e do tempo” — expressão vaga e abstrata; mistura categorias sem apontar a dinâmica relacional entre fatores locais e externos.

C) “singularidade... em suas feições naturais e sociais” — destaca corretamente a singularidade, mas reduz a região às feições, sem explicitar a interação com forças externas e os processos políticos que a configuram.

D) “integra a sociedade... critérios de homogeneidade e continuidade” — remete à visão tradicional de homogeneidade espacial; negligencia as assimetrias internas e as articulações externas que moldam a região.

Dica de prova: procure termos que indiquem dinamismo (interação, articulação, forças externas, atores políticos). Alternativas que privilegiam apenas homogeneidade ou estabilidade costumam ser “pegadinhas”.

Fontes sugeridas: HAESBAERT, R. Regional-Global (2010); MILTON SANTOS, A Natureza do Espaço; IBGE — materiais sobre regionalização.

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