“arte são certas manifestações da atividade humana
diante das quais nosso sentimento é admirativo” (3°
parágrafo)
Os dois segmentos sublinhados podem ser substituídos, com
correção gramatical, por:
Leia o texto de Jorge Coli para responder à questão.
Dizer o que seja a arte é coisa difícil. Um sem-número de
tratados de estética debruçou-se sobre o problema, procurando situá-lo, procurando definir o conceito. Mas, se buscamos uma resposta clara e definitiva, decepcionamo-nos: elas
são divergentes, contraditórias, além de frequentemente se
pretenderem exclusivas, propondo-se como solução única.
Desse ponto de vista, a empresa é desencorajadora. Entretanto, se pedirmos a qualquer pessoa que possua
um mínimo contato com a cultura para nos citar alguns exemplos de obras de arte ou de artistas, ficaremos certamente
satisfeitos. Todos sabemos que a Mona Lisa, que a Nona Sinfonia de Beethoven, que a Divina Comédia, que Guernica de
Picasso ou o Davi de Michelangelo são, indiscutivelmente,
obras de arte. Assim, mesmo sem possuirmos uma definição
clara e lógica do conceito, somos capazes de identificar algumas produções da cultura em que vivemos como “arte”. É possível dizer, então, que arte são certas manifestações da atividade humana diante das quais nosso sentimento é admirativo, isto é: nossa cultura possui uma noção que
denomina solidamente algumas de suas atividades e as privilegia. Portanto, podemos ficar tranquilos: se não conseguimos saber o que a arte é, pelo menos sabemos quais coisas
correspondem a essa ideia e como devemos nos comportar
diante delas.
(O que é arte, 2010. Adaptado.)
Gabarito comentado
Tema central: A questão explora reescrita de trechos sob aspectos de regência nominal e pronominal e sinonímia, exigindo compreensão semântica e domínio da norma-padrão.
Comentário:
O enunciado pede a substituição de segmentos sem perda do sentido e com correção gramatical. Dois pontos centrais devem ser avaliados:
- 1. Sinonímia contextual: "Atividade humana" pode ser substituída por "do espírito humano" (reforçando a ideia de criação intelectual), ou eventualmente "da sensibilidade humana", mantendo aproximação de sentido.
- 2. Regência da preposição e crase com “perante”: Segundo Cunha & Cintra e Bechara, “perante” é preposição invariável (não admite crase). Seu uso é adequado com artigos: “perante a lei”, sem acento grave.
Justificativa da alternativa correta (C):
“do espírito humano – perante as quais” é a única que:
- Emprega sinônimo correto (“do espírito humano”), reforçando contexto de atividade criadora.
- Aplica regência preposicional correta, sem erro de crase: “perante as quais” está de acordo com a norma-padrão.
Análise das alternativas incorretas:
- A) "em frente dos quais" – impróprio, pois indica posição física (não valor admiração, nem funciona metaforicamente neste contexto).
- B) "perante às quais" – erro de crase. Não se usa crase após “perante”.
- D) "em frente as quais" – falta a preposição de: o correto seria “em frente das quais”, mas mesmo assim o uso não cabe aqui semanticamente.
- E) “perante aos quais” – erro de regência/preposição; não se emprega ‘aos’ após “perante”.
Dicas para provas:
- Atente-se ao uso das preposições e à regência propostas nas alternativas (especialmente após pronomes relativos).
- Pondere o sentido do termo no contexto e se a construção é aceita em textos formais e técnicos.
- Evite a tentação de marcar opções com crase após preposições invariáveis (exemplo clássico: perante).
Resumo: A escolha correta respeita o sentido original e a gramática normativa. Alternativas erradas cometem deslizes clássicos de crase e regência. Consulte sempre gramáticas de referência (Cunha & Cintra, Bechara) para sanar dúvidas desse tipo.
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