Questão ca16bf4d-b1
Prova:UFGD 2011
Disciplina:Geografia
Assunto:Agropecuária, Questão Fundiária

Observe as imagens que se seguem.


É ponto pacífico que os sucessivos episódios de estiagem no Nordeste do Brasil, que inspiraram Graciliano Ramos e Cândido Portinari na elaboração dessas duas obras, apontam também para 


A
o problema da divisão de terras na região, uma vez que não é possível pensar a seca unicamente como um fenômeno natural, mas sim como um problema natural agravado pelas tradicionais formas de se cultivar produtos essenciais para a alimentação dos nordestinos. Forma atingida diretamente pelo advento da Lei 601 de 1850, que obrigou o cultivo em pequenas propriedades de gêneros destinados ao mercado externo, como algodão, cana de açúcar e milho.
B
a permanência dos latifúndios existentes na região desde o período colonial como reflexo do estabelecimento das sesmarias. Apesar destas terem sido suprimidas com o advento da Lei 601, de 1850, responsável pela primeira experiência de reforma agrária no Brasil, retornaram à cena a partir da primeira fase do regime republicano. Este combateu a centralização política existente no final do período imperial, possibilitando o surgimento de leis regionais de terras que, no caso do nordeste, favoreceram às antigas elites possuidoras das sesmarias.
C
o problema da expulsão do homem nordestino da terra onde produzia seus alimentos tradicionais devido ao avanço constante do latifúndio sobre a terra camponesa, algo iniciado ainda no período colonial, porém acentuado a partir do ano de 1850 com a criação da Lei 601. Esta determinava a ocupação, pelos grandes proprietários, das terras não cultivadas e pertencentes aos pequenos proprietários. Aqueles passaram a possuir, dessa modo, a maioria das terras banhadas por rios perenes.
D
a realidade da divisão de terras no Brasil praticamente inalterada desde a chegada aqui dos portugueses e que em todos os momentos privilegiou a figura dos grandes proprietários. No caso do nordeste, região produtora de produtos tropicais que alcançavam alto valor no mercado europeu, a Lei 601 de 1850 afastou de vez a terra dos pequenos produtores, uma vez que supervalorizou as propriedades e validou a posse predatória realizada pelos antigos donos de sesmarias, principalmente entre 1822 e 1850.
E
a chamada "indústria da seca", estabelecida a partir da Lei 601 de 1850, que incentivou o conjunto de práticas dos grandes proprietários. Estes eram também os principais agentes políticos e já se beneficiavam da situação de miséria perpetuada pelas secas que obrigavam tanto pequenos proprietários rurais quanto empregados dos latifúndios e mesmo os moradores das periferias das principais cidades da região a receberem os ''favores'' de líderes políticos assistencialistas.

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