Leia o texto a seguir.
[...] a arte imita a natureza [. . . ] Em geral a arte
perfaz certas coisas que a natureza é incapaz
de elaborar e a imita. Assim, se as coisas que
são conforme a arte são em vistas de algo, evidentemente também o são as coisas conforme à
natureza.
ARISTÓTELES, Física I e II. 194 a20; 199 a13-18. Tradução adaptada de Lucas Angioni. Campinas: IFCH/UNICAMP,
1999. p.47; 58.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre mímesis
(imitação) em Aristóteles, assinale a alternativa correta.
Leia o texto a seguir.
[...] a arte imita a natureza [. . . ] Em geral a arte perfaz certas coisas que a natureza é incapaz de elaborar e a imita. Assim, se as coisas que são conforme a arte são em vistas de algo, evidentemente também o são as coisas conforme à natureza.
ARISTÓTELES, Física I e II. 194 a20; 199 a13-18. Tradução adaptada de Lucas Angioni. Campinas: IFCH/UNICAMP, 1999. p.47; 58.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre mímesis
(imitação) em Aristóteles, assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: A questão trata da mímese (imitação) em Aristóteles — como a arte se relaciona com a natureza. É essencial entender distinção entre physis (natureza) e technê (arte/técnica) e a ideia teleológica aristotélica (tudo age em vista de um fim).
Resumo teórico: Para Aristóteles, a arte imita a natureza, mas não se limita a copiar: a técnica humana realiza coisas que a natureza, por si só, não elabora. A arte tem uma finalidade (produz algo por um propósito) e completa processos naturais, criando meios ou produtos que a natureza não produz espontaneamente. Essa noção aparece em textos como Física I–II e também é discutida em obras sobre mímese (ver Poética). Fontes: Aristóteles, Física I–II (194a20; 199a13-18); consultar também Stanford Encyclopedia of Philosophy sobre mimesis.
Por que a alternativa D está correta
A alternativa D afirma que a arte completa a natureza por ser a capacidade humana de criar o que a natureza não produz — exatamente a ideia expressa no trecho citado ("a arte perfaz certas coisas que a natureza é incapaz de elaborar"). Assim, D capta a relação complementar entre technê e physis no pensamento aristotélico.
Análise das alternativas incorretas
A — Errada: afirma que o artista "deve copiar a natureza" retirando imperfeições com base num "modelo que nunca muda". Aristóteles não defende cópia mecânica nem um modelo imutável; a arte imita mas transforma e completa, não simplesmente corrige por um modelo eterno.
B — Errada: reduz a arte a realismo/naturalismo. Para Aristóteles, imitar não significa reproduzir fielmente a aparência externa; trata-se de reproduzir/realizar fins, essências ou capacidades que podem superar a natureza.
C — Errada: afirma que as imitações são "criações sem finalidade ou utilidade". Pelo contrário, technê tem finalidade (poiesis com um fim) e muitas artes são teleológicas — têm propósito; portanto não são destituídas de finalidade.
E — Errada: sugere oposição simplista entre prazer (arte) e utilidade (natureza). Aristóteles reconhece que tanto a natureza quanto a arte têm fins; a arte pode produzir prazer, mas isso não a exclui de ser teleológica nem coloca a natureza apenas como produtora do "útil".
Dica de prova: Ao ler opções, busque termos-chave (copiar, completar, finalidade, realismo). Em Aristóteles, "imitar" não = cópia literal; priorize alternativas que expressem teleologia e a distinção technê/physis.
Fontes rápidas: Aristóteles, Física I–II (194a; 199a); Aristóteles, Poética; Stanford Encyclopedia of Philosophy — entradas sobre mimesis.
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