A obra Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, distancia-se dos romances típicos do Romantismo brasileiro, dentre outros fatores, por
Gabarito comentado
Alternativa correta: E — retratar a simplicidade das classes populares.
Tema central: a questão avalia seu conhecimento sobre as diferenças entre o Romantismo brasileiro e a proposta de Memórias de um sargento de milícias (Manuel Antônio de Almeida). É preciso reconhecer traços românticos típicos (exaltação do passado, nacionalismo, valorização do sentimento) e identificar elementos que distanciam o romance de Almeida desse padrão.
Resumo teórico progressivo: o Romantismo no Brasil valorizava o subjetivismo, a idealização, o passado histórico e o exótico/nacional (ex.: obras de José de Alencar). Já a obra de Manuel Antônio de Almeida é marcada por linguagem coloquial, retrato do cotidiano urbano, humor e ironia, enredo picaresco e foco nas camadas populares — características que a aproximam do realismo/romance de costumes e a distinguem do Romantismo convencional (ver Antonio Candido, Formação da Literatura Brasileira).
Por que a alternativa E é correta: Memórias de um sargento de milícias narra a vida de personagens simples do Rio de Janeiro, usando linguagem popular e cenas do cotidiano. O protagonista (Leonardo) e os demais não são heróis idealizados; o tom é satírico e realista, retratando as classes populares sem idealizações românticas. Esses traços comprovam que a obra se distancia do Romantismo por retratar a simplicidade das classes populares.
Análise das alternativas incorretas:
A — exaltar o passado histórico: incorreto. Isso é próprio do Romantismo (ex.: indianismo, mitificação do passado), enquanto Almeida focaliza o presente urbano e cotidiano.
B — cultuar os elementos nacionais: incorreto. Embora o romance tenha caráter brasileiro por ambientação, não cultua elementos idealizados da nação como o Romantismo (não é obra indianista ou patriótica).
C — apoiar os movimentos abolicionistas: incorreto. O romance não tem caráter panfletário abolicionista; a questão social está presente, mas não como defesa explícita de movimentos abolicionistas.
D — supervalorizar as emoções das personagens: incorreto. Pelo contrário, Almeida minimiza a exaltação emocional romântica, optando por humor, ironia e descrição das ações cotidianas.
Dica de interpretação: ao ver “distancia-se dos romances típicos do Romantismo”, procure a alternativa que indique oposição às marcas românticas (idealização, emoção, exaltação histórica). Elimine opções que descrevem traços românticos ou que não sejam centrais à obra.
Fonte recomendada: Antonio Candido, Formação da Literatura Brasileira (leitura crítica sobre os rumos da prosa brasileira e a posição de Manuel Antônio de Almeida).
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