O sentido coerente de um texto depende muito
também da regência entre verbos e complementos.
Observe, por exemplo, este trecho: “Basta pensarmos
no modo pelo qual a escrita é concebida como uma
atividade cuja realização demanda a ativação de
conhecimentos”. Analise outros trechos e identifique
aquele em que se preservou a coerência do sentido e
a correção gramatical.
1) Basta pensarmos no modo pelo qual a escrita é
preferida como uma atividade cujas realizações
demandam a ativação de conhecimentos.
2) Basta pensarmos no acesso à escrita como uma
atividade de cujos ensinamentos todos nós
dependemos.
3) Basta pensarmos na escrita como atividade
contrária às realizações estáticas, cujos os
sujeitos não são autônomos.
4) Basta fazermos uma analogia entre a escrita e a
fala, as cujas regras em muito coincidem.
5) Basta pensarmos na escrita a que estamos
expostos e a cujo acesso nem todos chegam
facilmente.
Estão corretas:
TEXTO 1
O que é escrita?
Se houve um tempo em que era comum a existência de
comunidades ágrafas, se houve um tempo em que a escrita
era de difícil acesso ou uma atividade destinada a poucos
privilegiados, na atualidade, a escrita faz parte da nossa
vida cotidiana, seja porque somos constantemente
solicitados a produzir textos escritos (bilhete, e-mail, listas
de compras etc.), seja porque somos solicitados a ler textos
escritos em diversas situações do dia a dia (placas,
letreiros, anúncios, embalagens, e-mail, etc., etc.).
Alguém afirmou que “hoje a escrita não é mais domínio
exclusivo dos escrivães e dos eruditos. [...] A prática da
escrita, de fato, se generalizou: além dos trabalhos
escolares ou eruditos, é utilizada para o trabalho, a
comunicação, a gestão da vida pessoal e doméstica”.
Que a escrita é onipresente em nossa vida já o sabemos.
Mas, afinal, “o que é escrita?” Responder a essa questão é
uma tarefa difícil porque a atividade de escrita envolve
aspectos de natureza variada (linguística, cognitiva,
pragmática, sócio-histórica e cultural).
Como é de nosso conhecimento, há muitos estudos sobre a
escrita, sob diversas perspectivas, que nos propiciam
diferentes modos de responder a questão em foco. Basta
pensarmos, por exemplo, nas investigações existentes,
segundo as quais a escrita ao longo do tempo foi e vem-se
constituindo como um produto sócio-histórico-cultural, em
diferentes suportes (livros, jornais, revistas) e demandando
diferentes modos de leitura. Basta pensarmos no modo pelo
qual ocorre o processo de aquisição da escrita. Basta
pensarmos no modo pelo qual a escrita é concebida como
uma atividade cuja realização demanda a ativação de
conhecimento e o uso de várias estratégias no curso
mesmo da produção do texto.
Apesar da complexidade que envolve a questão não é raro,
quer em sala de aula, quer em outras situações do dia a
dia, nos depararmos com definições de escrita, tais como:
“escrita é inspiração”; “escrita é uma atividade para alguns
poucos privilegiados (aqueles que nascem com esse dom e
se transformam em escritores renomados)”; “escrita é
expressão do pensamento” no papel ou em outro suporte;
“escrita é domínio de regras da língua”; “escrita é trabalho”
que requer a utilização de diversas estratégias da parte do
produtor.
Essa pluralidade de resposta nos faz pensar que o modo
pelo qual concebemos a escrita não se encontra dissociado
do modo pelo qual entendemos a linguagem, o texto e o
sujeito que escreve. Em outras palavras, subjaz uma
concepção de linguagem, de texto e de sujeito escritor ao
modo pelo qual entendemos, praticamos e ensinamos a
escrita, ainda que não tenhamos consciência disso.
(Ingedore Villaça Koch. Vanda Maria Elias. Ler e escrever:estratégias de produção textual. São Paulo: Editora Contexto,2009. p. 31-32. Adaptado.)
TEXTO 1
O que é escrita?
Se houve um tempo em que era comum a existência de comunidades ágrafas, se houve um tempo em que a escrita era de difícil acesso ou uma atividade destinada a poucos privilegiados, na atualidade, a escrita faz parte da nossa vida cotidiana, seja porque somos constantemente solicitados a produzir textos escritos (bilhete, e-mail, listas de compras etc.), seja porque somos solicitados a ler textos escritos em diversas situações do dia a dia (placas, letreiros, anúncios, embalagens, e-mail, etc., etc.).
Alguém afirmou que “hoje a escrita não é mais domínio exclusivo dos escrivães e dos eruditos. [...] A prática da escrita, de fato, se generalizou: além dos trabalhos escolares ou eruditos, é utilizada para o trabalho, a comunicação, a gestão da vida pessoal e doméstica”.
Que a escrita é onipresente em nossa vida já o sabemos. Mas, afinal, “o que é escrita?” Responder a essa questão é uma tarefa difícil porque a atividade de escrita envolve aspectos de natureza variada (linguística, cognitiva, pragmática, sócio-histórica e cultural).
Como é de nosso conhecimento, há muitos estudos sobre a escrita, sob diversas perspectivas, que nos propiciam diferentes modos de responder a questão em foco. Basta pensarmos, por exemplo, nas investigações existentes, segundo as quais a escrita ao longo do tempo foi e vem-se constituindo como um produto sócio-histórico-cultural, em diferentes suportes (livros, jornais, revistas) e demandando diferentes modos de leitura. Basta pensarmos no modo pelo qual ocorre o processo de aquisição da escrita. Basta pensarmos no modo pelo qual a escrita é concebida como uma atividade cuja realização demanda a ativação de conhecimento e o uso de várias estratégias no curso mesmo da produção do texto.
Apesar da complexidade que envolve a questão não é raro, quer em sala de aula, quer em outras situações do dia a dia, nos depararmos com definições de escrita, tais como: “escrita é inspiração”; “escrita é uma atividade para alguns poucos privilegiados (aqueles que nascem com esse dom e se transformam em escritores renomados)”; “escrita é expressão do pensamento” no papel ou em outro suporte; “escrita é domínio de regras da língua”; “escrita é trabalho” que requer a utilização de diversas estratégias da parte do produtor.
Essa pluralidade de resposta nos faz pensar que o modo pelo qual concebemos a escrita não se encontra dissociado do modo pelo qual entendemos a linguagem, o texto e o sujeito que escreve. Em outras palavras, subjaz uma concepção de linguagem, de texto e de sujeito escritor ao modo pelo qual entendemos, praticamos e ensinamos a escrita, ainda que não tenhamos consciência disso.
(Ingedore Villaça Koch. Vanda Maria Elias. Ler e escrever:estratégias de produção textual. São Paulo: Editora Contexto,2009. p. 31-32. Adaptado.)