Questão c2190e40-c2
Prova:UNESPAR 2016
Disciplina:Literatura
Assunto:Escolas Literárias, Romantismo
Leia o soneto “Já da morte o palor me cobre o rosto”,
de Álvares de Azevedo, que pertence à estética
romântica brasileira, período em que uma das vertentes
passou a ser designada como “geração do mal do
século”, e assinale a ALTERNATIVA CORRETA.
Soneto
“Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!...já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!”
(AZEVEDO, Álvares de. Lira dos Vinte Anos (1853),
São Paulo: Martin Claret, 1999. p. 187)
Leia o soneto “Já da morte o palor me cobre o rosto”,
de Álvares de Azevedo, que pertence à estética
romântica brasileira, período em que uma das vertentes
passou a ser designada como “geração do mal do
século”, e assinale a ALTERNATIVA CORRETA.
Soneto
“Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!...já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!”
(AZEVEDO, Álvares de. Lira dos Vinte Anos (1853),
São Paulo: Martin Claret, 1999. p. 187)
A
O poeta faz uso constante de expressões ligadas à
morte, revelando uma preferência pelos aspectos
dolorosos, cruéis e até repugnantes. Isso se
caracteriza por meio de impressões sensoriais e
dentro do culto do contraste entre a vida e a morte,
visando revelar a miséria da condição humana;
B
Por meio do culto do contraste, uma das
características românticas, o poeta faz uso constante
de elementos ligados às ideias de vida e de morte,
visando não só a tentativa de conciliação de polos
opostos, considerados irreconciliáveis, como carne
e espírito, mas também a humanização do
sobrenatural;
C
Por meio do uso constante de expressões ligadas à
morte, o poeta busca descobrir valores escondidos
no âmago do seu “eu”, procurando dar-lhes
objetividade para chegar a um ideal realizável e
provocar um movimento que afete o seu espírito e
o mundo. Com isso, pretende facilitar a fusão entre
o subjetivo e o objetivo, a vigília e o sono, visando
o êxtase;
D
O poeta faz uso constante de expressões ligadas à
morte, não só diretamente, como “morte” e
“fenece”, mas também indiretamente, como
“desfalece”, “esmorece”, “viver me prive” e “já não
vive”. Essa opção pela intensificação na temática
da morte, vinculada aos demais aspectos do poema,
representa a fuga da realidade e revela o
descontentamento do poeta com a realidade
circundante;
E
Por meio da imaginação criadora, uma das
características românticas, o poeta faz uso constante
de elementos ligados às ideias de vida e de morte,
visando libertar o homem das limitações de uma
existência meramente utilitária. Com isso, busca,
como atitude de vida, sistematizar os valores da
imaginação para modificar as estruturas do
mecanismo da realidade odiada, tal como se
apresenta objetivamente.