Questão c201f837-c2
Prova:UNESPAR 2016
Disciplina:Literatura
Assunto:Escolas Literárias, Romantismo

No excerto abaixo estão transcritos dois momentos da narrativa Lucíola, de José de Alencar. Com base neles e pensando nas características da obra de José de Alencar, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.

“Incompreensível mulher!

A noite a vira bacante infrene, calcando aos pés lascivos o pudor e a dignidade, ostentar o vício na maior torpeza do cinismo, com toda a hediondez de sua beleza. A manhã a encontrava tímida menina, amante casta e ingênua, bebendo num olhar a felicidade que dera, e suplicando o perdão da felicidade que recebera.
Se naquela ocasião me viesse a ideia de estudar, como hoje faço à luz das minhas recordações, o caráter de Lúcia, desanimaria por certo à primeira tentativa [...].
Lúcia disse-me adeus; não consentiu que a acompanhasse, porque isso me podia comprometer.” [p. 47-48]
[...]
“Lúcia concluindo essa narração, que a fatigara em extremo, enxugou as lágrimas e deu algumas voltas pela sala.
– Se eu ainda tivesse junto de mim todos os entes queridos que perdi, disse-me com lentidão, veria morrerem um a um diante de meus olhos, e não os salvaria por tal preço. Tive força para sacrificar-lhes outrora o meu corpo virgem; hoje depois de cinco anos de infâmia, sinto que não teria a coragem de profanar a castidade de minha alma. Não sei o que sou, sei que começo a viver, que ressuscitei agora. Ainda duvidará de mim?
– Tu és um anjo, minha Lúcia!” [p. 113]

(ALENCAR, José de. Lucíola (1862). São Paulo: Ática, s/d)

A
Por meio da análise da realidade, há no romance uma crítica aos valores burgueses que permeiam a sociedade do século XIX, calcados nas conveniências de classe e assegurados no ideal burguês de família e casamento. Trata-se de uma análise em profundidade para assinalar outros valores morais, tendo em vista a concepção materialista do homem, apresentada através da ambiguidade de Lúcia, que transita entre inocência e depravação;
B
Há no romance a representação dos valores burgueses que permeiam a sociedade do século XIX, calcados nas conveniências de classe, expostas ao conservar longe do ideal burguês de família e casamento uma vítima dessas mesmas conveniências. Até a ambiguidade de Lúcia, que transita entre a inocência e a depravação, decorre dessa representação da ideologia burguesa;
C
O romance evidencia que a debilidade da família, base da pirâmide social burguesa, reside na falsa educação de seus membros, voltados para os prazeres vis. Assim, José de Alencar, ao narrar a história de Lúcia, derruba as barreiras da conveniência ou das aparências, destrói a concepção de casamento e traz à luz as falhas do sistema burguês;
D
Ao narrar a história de Lúcia, José de Alencar coloca em xeque o sistema burguês, pois manifesta uma confiança nas possibilidades do indivíduo e na natureza em geral, reabilitando a espontaneidade natural contra os limites transcendentes impostos à iniciativa humana;
E
Ao narrar a história de Lúcia, vista como anjo imaculado por salvar a família e em virtude do amor puro que sente por Paulo, José de Alencar idealiza a mulher.Dessa forma, o núcleo do romance está na relação entre Paulo e Lúcia, o que revela a capacidade do amor para sobrepujar as convenções sociais.

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