O Romantismo no Brasil buscou a criação de uma arte e de uma literatura autenticamente nacionais. É forte a relação entre as propostas românticas e o movimento social e político no Brasil na primeira metade do século XIX, o que está presente em O demônio familiar, de José de Alencar. As personagens que apresentam esse caráter mais brasileiro em suas falas são
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa A - Alfredo e Eduardo
Tema central: a questão avalia o conhecimento sobre o Romantismo brasileiro e a identificação, na obra de José de Alencar, dos personagens cujas falas expressam caráter nacional — isto é, atitudes, vocabulário e discursos que valorizam o Brasil e buscam uma identidade literária própria.
Resumo teórico rápido: o Romantismo no Brasil (1ª metade do séc. XIX) privilegiou o nacionalismo — defesa da terra, valorização do folclore/popular, uso de modos de falar locais e formação de heróis/temas nacionais. Em crítica literária, autores como José de Alencar articulam personagens que representam esse projeto cultural, contrapondo-os a vozes mais europeizadas ou conservadoras (ver BOSI, Alfredo, História Concisa da Literatura Brasileira).
Por que a alternativa A é correta: em O Demônio Familiar, Alfredo e Eduardo aparecem nas falas como portadores de uma sensibilidade alinhada ao projeto romântico-nacional: defendem valores locais, usam referências e expressões que aproximam a obra de uma matriz brasileira e articulam críticas/ideias que remetem ao sentimento de nação nascente. Essas características fazem deles os personagens que manifestam o "caráter mais brasileiro" pedido no enunciado.
Análise das alternativas incorretas:
B — Azevedo e Vasconcelos: ambos têm fala mais formal ou vinculada a padrões europeus/eruditos; não são os principais portadores do tom nacionalista da narrativa.
C — Pedro e Azevedo: Pedro pode representar o popular em nível lingüístico, mas Azevedo não compartilha a mesma função ideológica de afirmar uma voz nacional; a dupla, portanto, não corresponde ao enunciado.
D — Pedro e Eduardo: Eduardo sim, mas Pedro, apesar de popular, não assume o papel político-cultural de construção de identidade nacional que o enunciado solicita.
E — Vasconcelos e Alfredo: Alfredo está correto quanto ao caráter nacional, mas Vasconcelos novamente não apresenta esse viés nas falas.
Dica de interpretação: ao ler enunciados que pedem "caráter nacional" concentre-se nas falas/referências ideológicas (patriotismo, valorização do local, críticas à dependência cultural) mais do que em simples regionalismos linguísticos. Compare o tom dos personagens: quem defende o Brasil como valor e tema literário é o que atende ao critério.
Fontes sugeridas: José de Alencar, O Demônio Familiar (texto); BOSI, Alfredo, História Concisa da Literatura Brasileira.
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