Desde a colonização, o setor agrário desempenha papel fundamental na economia brasileira, fornecendo alimentos para a população e matéria prima para a indústria. A expansão da fronteira agrícola foi importante para a ocupação das terras brasileiras e as atividades agropecuárias possuem expressiva participação na balança comercial do nosso país, mas o setor agropecuário ainda apresenta algumas características herdadas do período colonial.

Sobre a organização do setor agropecuário brasileiro e a herança colonial é INCORRETO afirmar que:

Resposta correta: alternativa B

Tema central: organização do setor agropecuário brasileiro e heranças coloniais (latifúndio, monocultura, orientação exportadora, concentração fundiária e problemas sociais ambientais). Saber distinguir traços estruturais históricos das exceções é essencial em questões de geografia agrária.

Resumo teórico rápido: desde a colonização predominam grandes propriedades (latifúndios), monoculturas voltadas à exportação e forte concentração de terra e renda. Há também presença relevante de agricultura familiar, mas ela convive com uma estrutura dominada por agronegócio moderno. Problemas persistentes incluem degradação ambiental, trabalho irregular e desigual distribuição fundiária. (Fontes: IBGE — Censo Agropecuário; FAO; Lei nº 12.651/2012; ECA; dados do MTE/Ministério do Trabalho).

Por que B é a alternativa INCORRETA? A afirmação B generaliza e apresenta uma imagem normativa e idealizada do setor: "valoriza a propriedade e a mão de obra familiar, com vistas a produzir gêneros alimentícios orgânicos..." Embora a agricultura familiar exista e políticas como o PRONAF a apoiem, ela não é a forma predominante que caracteriza o setor agropecuário brasileiro como um todo. O padrão estrutural dominante é o do agronegócio exportador e da produção em larga escala, muitas vezes não-orgânica. Portanto, afirmar que o setor "valoriza" principalmente a família e produz majoritariamente orgânicos é impreciso e não representa a herança colonial citada no enunciado.

Análise das alternativas incorretas (A, C e D):

A — correta em conteúdo: descreve a persistência de agricultura extensiva em grandes áreas, baixa produtividade em regiões, e a ocorrência — ainda hoje — de trabalho análogo à escravidão e trabalho infantil em certas situações. Essas são heranças históricas e problemas identificados por órgãos oficiais.

C — correta em conteúdo: aponta o direcionamento de recursos para culturas de exportação (soja, cana, laranja), em detrimento de culturas básicas para consumo interno (arroz, feijão). Essa orientação exportadora é característica do modelo agrário brasileiro contemporâneo.

D — correta em conteúdo: resume bem outras características: subaproveitamento em algumas áreas, grande concentração fundiária e de renda, monocultura e dependência e subordinação das áreas rurais aos mercados urbanos.

Dica de interpretação para provas: procure por generalizações absolutas (palavras como "predomina", "valoriza" sem ressalvas). Compare a afirmação com o conhecimento estrutural: existe agricultura familiar, mas o que define o setor como dominante são latifúndio e agronegócio. Identificar esse contraste evita a armadilha da alternativa B.

Fontes indicadas para aprofundar: IBGE — Censo Agropecuário; FAO; PRONAF; Lei nº 12.651/2012; ECA (Lei nº 8.069/1990); relatórios do Ministério do Trabalho sobre trabalho análogo à escravidão.

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