Questão b267ccac-dd
Prova:MACKENZIE 2015
Disciplina:Geografia
Assunto:Geografia Física, Clima

Nos verões de 2014 e 2015, foram registrados índices pluviométricos abaixo das médias históricas para a região Sudeste. De acordo com os climatologistas, esse fenômeno foi provocado pela formação de um centro de alta pressão atmosférica na região. Sendo assim, a menor ocorrência de chuvas se deu em razão

A
da facilitação da entrada da massa equatorial continental (mEc) que, sendo seca, impediu índices pluviométricos mais elevados do que os que foram registrados historicamente.
B
da entrada mais intensa e frequente da massa polar atlântica (mPa), fria e seca, o que impediu a formação de nuvens de chuvas.
C
das dificuldades para a entrada das massas equatorial continental (mEc), quente e úmida, e polar atlântica (mPa), fria e úmida, que normalmente propiciam chuvas na região durante o verão.
D
da confirmação das mudanças climáticas decorrentes do processo de aquecimento global, pois o ano de 2014 apresentou baixos índices pluviométricos em São Paulo, durante as estações do outono e inverno, fenômeno incomum na região Sudeste.
E
do fenômeno conhecido como Ilha de Calor, caracterizado pela elevação das temperaturas nas áreas mais urbanizadas. A partir de São Paulo, a Ilha de Calor tem alcance regional e foi responsável pela diminuição de intensidade das correntes de convecção do ar.

Gabarito comentado

P
Paula DelgadoMonitor do Qconcursos

Gabarito: Alternativa C

Tema central: influência de um centro de alta pressão atmosférica (anticiclone) sobre a chuva no verão da região Sudeste do Brasil. É necessário compreender como áreas de alta pressão inibem a convecção e o ingresso de massas de ar úmidas que normalmente geram precipitação na estação.

Resumo teórico (essencial): um anticiclone promove subsidência (afundamento do ar), aumento da estabilidade e dissipação de nuvens convectivas, reduzindo a formação de chuvas. No verão sudeste-brasileiro, as precipitações dependem da advecção de ar quente e úmido (massas equatoriais) e da atuação de frentes/instabilidades associadas à massa polar atlântica (mPa), que traz umidade e favorece chuva ao interagir com o ar quente. Fontes úteis: CPTEC/INPE, INMET (manuais de climatologia) e bibliografia de climatologia regional.

Por que a alternativa C está correta: ela identifica que a menor ocorrência de chuvas decorre da dificuldade de entrada das massas que normalmente causam precipitação no verão: a massa equatorial continental (mEc), quente e úmida, e a massa polar atlântica (mPa), fria e úmida. Um centro de alta pressão atua como bloqueio atmosférico, impedindo a advecção dessas massas e suprimindo a convecção, o que explica o déficit pluviométrico observado.

Análise das alternativas incorretas:

A — incorreta. Afirma que houve facilitação da entrada da mEc “seca”. Se a mEc entrasse e fosse úmida, tenderia a aumentar as chuvas; caracterizá‑la como seca é contraditório com a climatologia regional. Portanto, não explica déficit de chuva.

B — incorreta. Diz que houve entrada mais intensa da massa polar atlântica (mPa) “seca” que impediria nuvens de chuva. A mPa é geralmente fria e pode ser úmida; além disso, a presença de frentes polares tende a favorecer chuva em interação com ar quente, não a suprimir completamente — o agente que suprime é o anticiclone.

D — incorreta. Atribuir diretamente ao aquecimento global sem evidência temporal/estatística específica é incorreto em questão de concurso: mudança climática é fator de tendência de longo prazo, mas o enunciado aponta um fenômeno sinótico (centro de alta) como causa imediata.

E — incorreta. Ilha de Calor é efeito urbano local que altera temperaturas e fluxos térmicos próximos à cidade; dificilmente explica, por si só, redução regional de convecção e precipitação em escala que alcance todo o Sudeste.

Dica de interpretação: ao ver “alta pressão” lembre de subsidiência e bloqueio — procure nas alternativas a descrição que indica impedimento da entrada de massas úmidas. Desconfie de alternativas que invertam propriedades conhecidas das massas de ar (ex.: chamar uma massa equatorial de “seca”).

Fontes sugeridas: CPTEC/INPE — material didático sobre circulação atmosférica; INMET — manuais climatológicos; livros de climatologia física regional.

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