Nos verões de 2014 e 2015, foram registrados índices pluviométricos abaixo das
médias históricas para a região Sudeste. De acordo com os climatologistas, esse
fenômeno foi provocado pela formação de um centro de alta pressão atmosférica
na região. Sendo assim, a menor ocorrência de chuvas se deu em razão
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa C
Tema central: influência de um centro de alta pressão atmosférica (anticiclone) sobre a chuva no verão da região Sudeste do Brasil. É necessário compreender como áreas de alta pressão inibem a convecção e o ingresso de massas de ar úmidas que normalmente geram precipitação na estação.
Resumo teórico (essencial): um anticiclone promove subsidência (afundamento do ar), aumento da estabilidade e dissipação de nuvens convectivas, reduzindo a formação de chuvas. No verão sudeste-brasileiro, as precipitações dependem da advecção de ar quente e úmido (massas equatoriais) e da atuação de frentes/instabilidades associadas à massa polar atlântica (mPa), que traz umidade e favorece chuva ao interagir com o ar quente. Fontes úteis: CPTEC/INPE, INMET (manuais de climatologia) e bibliografia de climatologia regional.
Por que a alternativa C está correta: ela identifica que a menor ocorrência de chuvas decorre da dificuldade de entrada das massas que normalmente causam precipitação no verão: a massa equatorial continental (mEc), quente e úmida, e a massa polar atlântica (mPa), fria e úmida. Um centro de alta pressão atua como bloqueio atmosférico, impedindo a advecção dessas massas e suprimindo a convecção, o que explica o déficit pluviométrico observado.
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta. Afirma que houve facilitação da entrada da mEc “seca”. Se a mEc entrasse e fosse úmida, tenderia a aumentar as chuvas; caracterizá‑la como seca é contraditório com a climatologia regional. Portanto, não explica déficit de chuva.
B — incorreta. Diz que houve entrada mais intensa da massa polar atlântica (mPa) “seca” que impediria nuvens de chuva. A mPa é geralmente fria e pode ser úmida; além disso, a presença de frentes polares tende a favorecer chuva em interação com ar quente, não a suprimir completamente — o agente que suprime é o anticiclone.
D — incorreta. Atribuir diretamente ao aquecimento global sem evidência temporal/estatística específica é incorreto em questão de concurso: mudança climática é fator de tendência de longo prazo, mas o enunciado aponta um fenômeno sinótico (centro de alta) como causa imediata.
E — incorreta. Ilha de Calor é efeito urbano local que altera temperaturas e fluxos térmicos próximos à cidade; dificilmente explica, por si só, redução regional de convecção e precipitação em escala que alcance todo o Sudeste.
Dica de interpretação: ao ver “alta pressão” lembre de subsidiência e bloqueio — procure nas alternativas a descrição que indica impedimento da entrada de massas úmidas. Desconfie de alternativas que invertam propriedades conhecidas das massas de ar (ex.: chamar uma massa equatorial de “seca”).
Fontes sugeridas: CPTEC/INPE — material didático sobre circulação atmosférica; INMET — manuais climatológicos; livros de climatologia física regional.
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