Questão b0359b1c-02
Prova:UEA 2018
Disciplina:Geografia
Assunto:Urbanização, Hierarquia urbana

Além do desenvolvimento econômico levado às cidades que ficam depois da Ponte Rio Negro, os municípios do lado sul da Região Metropolitana de Manaus caminham para a tendência de “cidades-dormitórios”. O que se tornou comum em grandes centros urbanos próximos a São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro pode ser uma realidade para Iranduba, Manacapuru e Novo Airão nas próximas décadas.

(http://d24am.com, 01.12.2012.)

A tendência identificada no desenvolvimento urbano da Região Metropolitana de Manaus faz referência

A
à especialização de cidades periféricas para a moradia, o que mantém a centralidade de serviços e de empregos nos grandes centros urbanos.
B
à cessão de mão de obra especializada às cidades em crescimento, o que fixa a população para estimular novas demandas e mercados inter-regionais.
C
à vocação de uso e ocupação do solo de uma mancha urbana, o que define a escolha e o fortalecimento de uma região metropolitana.
D
à estratégia de estagnação econômica de cidades-satélites, o que elimina a concorrência de centros comerciais com as regiões de maior hierarquia urbana.
E
à política de especulação do mercado imobiliário, o que interrompe o crescimento urbano a fim de proporcionar lucros elevados por conta de falta de terrenos.

Gabarito comentado

J
Jair CaldeiraMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: A

Tema central: cidades-dormitório — municípios periféricos que se especializam em moradia, enquanto empregos e serviços permanecem concent rados no centro metropolitano. É uma dinâmica típica de expansão urbana e mobilidade pendular (deslocamento casa-trabalho).

Resumo teórico (claro e progressivo): A urbanização metropolitana tende a gerar especialização funcional: alguns municípios concentram atividades econômicas e serviços (centros), outros tornam-se áreas residenciais para trabalhadores que se deslocam diariamente. Isso aumenta fluxos de transporte, pressão sobre infraestrutura e dependência do centro. Conceitos úteis: centralidade, formação de manchas urbanas, e mobilidade pendular (IBGE; ONU - World Urbanization Prospects).

Por que a alternativa A está correta? Porque descreve exatamente a especialização para moradia das cidades periféricas e a manutenção da centralidade de serviços e empregos nos grandes centros — característica essencial de cidades-dormitório. O enunciado indica que Iranduba, Manacapuru e Novo Airão poderão funcionar como locais de moradia ligados a empregos concentrados em Manaus, fenômeno compatível com A.

Análise das alternativas incorretas:

B: Fala em "cessão de mão de obra especializada" e "fixa a população para estimular novas demandas". Cidades-dormitório geralmente não retêm trabalhadores especializados nem geram forte mercado local de empregos; o contrário: muitos trabalham no centro e consomem serviços locais básicos. Logo, B está equivocada.

C: Menciona "vocação de uso e ocupação do solo de uma mancha urbana" como definidora da escolha de uma região metropolitana. Isso é vago e não corresponde à ideia de cidades-dormitório, que é funcional (residencial) e depende da relação centro-periferia, não apenas da vocação do solo.

D: Afirma "estratégia de estagnação econômica" e eliminação da concorrência — é uma leitura ideológica e imprecisa. Cidades-satélite podem sofrer desindustrialização relativa, mas não por estratégia única de estagnação; além disso, não necessariamente "eliminam" concorrência.

E: Aponta especulação imobiliária que "interrompe o crescimento urbano". Embora especulação possa ocorrer, não é a tendência principal indicada no enunciado. A questão trata de função urbana (residencial), não de política imobiliária exclusiva.

Dica de interpretação: Procure palavras-chave: "cidades-dormitório" → foco em moradia e manutenção da centralidade; elimine alternativas que acrescentem elementos não mencionados (especialização técnica, políticas intencionais, termos vagos).

Fontes sugeridas: IBGE (classificações e estudos metropolitanos); ONU - World Urbanization Prospects; literatura de Geografia Urbana (Milton Santos e autores contemporâneos).

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